Primeiro, Deus criou os seres humanos para trabalhar.
Considere os dois relatos da criação nos primeiros capítulos de
Gênesis. Em Gênesis 1.26, lemos que Deus criou os seres humanos como
macho e fêmea para ‘dominarem’ sobre toda a terra. Dois versículos mais
adiante, Deus abençoou o primeiro casal humano e ordenou-lhe que
‘sujeitasse’ a terra e ‘dominasse’ sobre todos os seres vivos (o que, a
propósito, não lhe deu licença para destruir o meio ambiente [...]). O
‘domínio’, que só pode ser exercido pelo trabalho, é o propósito para o qual Deus criou os seres humanos
(não o único propósito, mas um propósito). Que isso esteja mencionado
aqui explicitamente é, sem dúvida, significativo. O trabalho, podemos
concluir, pertence essencialmente à própria natureza dos seres humanos
conforme originalmente criados por Deus. Isto é porque encontramos
realização pessoal no trabalho significativo, e, por outro lado, se não
podemos trabalhar achamos que nossa vida é vazia e sem sentido.
Segundo, nós trabalhamos porque Deus nos dota e nos chama a trabalhar.
É de se esperar que o Deus que criou os humanos para trabalhar, também
lhes desses talentos para realizar as várias tarefas e os chamasse para
estas tarefas. E é exatamente isto que encontramos no Antigo Testamento.
O Espírito de Deus inspirou os artesãos e artistas que projetaram,
construíram e adornaram o Tabernáculo e o Templo. ‘Eis que o Senhor tem
chamado por nome a Bezalel. [...] E o Espírito de Deus o encheu de
sabedoria, entendimento e ciência em todo artifício. [...] Também lhe
tem disposto o coração para ensinar a outros’ (Êxodo 35.30-34). ‘E deu
Davi a Salomão, seu filho, [...] o risco de tudo quanto tinha no seu
ânimo, a saber: dos átrios da Casa do SENHOR’ (1 Cr 28.11,12). Além
disso, a Bíblia diz frequentemente que os juízes e reis de Israel faziam
suas tarefas sob a unção do Espírito de Deus (veja Juízes 3.10; 1
Samuel 16.13; 23.2; Provérbios 16.10).
Quando chegamos no Novo Testamento, a primeira coisa
que notamos é que todo o povo de Deus é dotado e chamado para fazer
várias obras pelo Espírito de Deus (veja Atos 2.17; 1 Coríntios 12.7), e
não apenas as pessoas especiais como os artesãos do Templo, reis ou
profetas. Colocado no contexto do novo concerto, as passagens do Antigo
Testamento citadas há pouco provêem ilustrações bíblicas para uma
compreensão carismática de todos os tipos básicos de trabalho humano:
Todo o trabalho humano, quer seja complicado ou simples, é possibilitado
pela operação do Espírito de Deus na pessoa que trabalha”
PALMER, M.
D. (Ed.). Panorama do Pensamento Cristão. 1.ed., RJ: CPAD, 2001, pp.227,28
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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott
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