O Novo Testamento jamais emprega a expressão "substituição penal", mas de todas as teorias esta parece representar mais adequadamente os ensinos da Bíblia. Leva a sério a Bíblia, que retrata a santidade e a justiça de Deus expressa na sua ira judicial. Considera plenamente o que a Bíblia diz a respeito de nossa depravação e a consequente incapacidade de nos salvarmos. Aceita literalmente as declarações que dizem tipologicamente (no sistema sacrificial), profeticamente (nas predições diretas) e historicamente (no registro do Novo Testamento) que Cristo "tomou o nosso lugar".
Devemos expressar com cuidado esta opinião, porque nem todos concordam com a teoria da substituição penal. Podemos responder a algumas objeções, como as seguintes:
1. Sendo que o pecado não é externo, pode ser transferido de uma pessoa para outra? Fazer assim seria, na realidade, imoral. Entenda-se, porém, que não se trata de uma transferência mecânica de pecados, mas da identificação (a raça pecaminosa) que Cristo assumiu conosco, e diminuir-se-á a intensidade da objeção. Cristo tornou-se igual a nós, mas sem pecado. Seria possível, então, dizer também que é imoral a transferência da justiça de Cristo a nós? Precisamos compreender que Deus é o sacrifício. Em Jesus, Deus assumiu a culpa e suportou a penalidade.
2. A teoria da substituição penal subentende um conflito na Deidade: Cristo, Salvador amoroso, precisa arrancar o perdão do punho cerrado de um Pai irado, cuja justiça está acima do seu amor. A verdade, porém, é que as Escrituras claramente excluem essa dupla objeção. O Pai amou tanto ao mundo que enviou o Filho. João diz: "Nisto está a caridade: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados" (1 Jo 4.10). João 3.36 diz: "Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece". O amor e a ira aparecem juntos com relação ao envio de Jesus a Terra. Nenhuma dessas qualidades aparece acima da outra.
3. A teoria da substituição minimiza a livre graça de Deus ao sugerir que Ele não perdoaria, e realmente não poderia perdoar, a não ser que fosse aplacado por um sacrifício. Embora haja nesta objeção alguma verdade, é falha por não reconhecer que a obra expiadora de Cristo é o próprio perdão de Deus, onde Ele demonstra que é perdoador e que realmente perdoa. Os que levantam objeções à teoria da substituição penal precisam reconhecer as implicações de semelhante decisão. Quem realmente suporta a penalidade pelo pecado: Cristo ou nós? Precisamos decidir entre os dois caminhos da redenção. O Cristianismo é uma religião de redenção? Se não for, onde está a nossa esperança? Caso afirmativo, fica implícita a substituição.
Daniel B. Pecota
In: Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal
Gostaria de entender como Unitárianos e Unicistas, enxergam a Expiação? Pois se há uma deidade inferior, ou somente um deus monopessoal fazendo a propiciação dos nossos pecados, não se pode falar que o Deus Todo Poderoso esteja essencialmente envolvido na expiação?
ResponderExcluirGostaria de tirar esta duvida.
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