Um mundo de maldição e bênção, juízo e graça

Nós vivemos em um mundo estranho, um mundo que nos apresenta tremendos contrastes. O alto e o baixo, o grande e o pequeno, o sublime e o ridículo, o bonito e o feio, o trágico e o cômico, o bem e o mal, a verdade e a mentira; tudo isso é encontrado em um inter-relacionamento insondável. A seriedade e a vaidade da vida se agarram a nós. Em um momento nós estamos inclinados ao otimismo, e no momento seguinte ao pessimismo. O homem que chora está constantemente dando motivos ao homem que ri. O mundo todo conserva o bom humor, que poderia ser melhor descrito como um sorriso entre lágrimas.

A causa mais profunda desse presente estado de coisas é essa: por causa do pecado do homem Deus está constantemente manifestando a Sua ira e, ao mesmo tempo, movido por Seu próprio prazer, revelando também a Sua graça. Nós somos consumidos pela Sua ira e saciados com Sua benignidade (Sl 90:7,14). Não passa de um momento a Sua ira; o Seu favor dura a vida inteira. Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã.

A maldição e a bênção são tão singularmente interdependentes que às vezes uma parece transformar-se em outra. Trabalhar no suor do rosto é maldição e também é bênção. Tanto a maldição como a bênção apontam para a cruz, que é, ao mesmo tempo o mais alto julgamento e a Graça mais rica. Isso acontece porque a cruz é o centro da história e a reconciliação de todas as antíteses.

Hermann Bavinck
In: Teologia Sistemática, SOCEP, p. 48

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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