A Samaritana e a Adoração

Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. Jo 4:23-24

Deus coloca a Sua glória acima de tudo e é motivado por ela. Através de Isaías Ele disse que “por amor de mim mesmo, por amor de mim mesmo, eu faço isso. Como posso permitir que eu mesmo seja difamado? Não darei minha glória a um outro” (Is 48:11). Deus é extremamente zeloso por Sua glória e jamais permite que alguém a roube ou diminua. Tudo o que existe e acontece tem o propósito último de glorificar o nome do Senhor, “pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém” (Rm 11:36).

Assim, o homem foi criado para glória de Deus. O propósito final e o dever principal de todo homem é glorificar a Deus todos os dias de sua vida e em cada detalhe dela. “Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (1Co 10:31). O pecado pelo qual todos os “homens são indesculpáveis” é que “tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus” (Rm 1:20-21). Em se tratando de pecadores entregues a uma disposição mental errada, é até compreensível que usurpem a glória devida ao nome de Deus, mas e na igreja? Tanto quanto no céu, o normal é que “a ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre! Amém!” (Ef 3:21). É na busca pela glória de Deus que o propósito divino e o dever e deleite humanos se encontram. Vemos isso ilustrado no episódio conhecido como o encontro de Jesus com a samaritana junto ao poço.

A adoração se dá num encontro. O evangelista registra que, indo Jesus da Judéia para a Galiléia, “era-lhe necessário passar por Samaria” (Jo 4:4). Na época, a Palestina era dividida em três províncias, Judéia, Galiléia e Samaria bem no meio delas. Havia, então, uma necessidade geográfica de que Jesus passasse por Samaria. Mas essa necessidade era evitável, e de fato muitos judeus atravessam o Jordão e contornavam Samaria, por motivos religiosos. Entendemos que a necessidade era mais que apenas de geografia. Havia alguém ali com quem Jesus queria se encontrar. E quando chegou a Sicar, uma cidade da província de Samaria, sentou-se junto a um poço. “Nisso veio uma mulher samaritana tirar água” (Jo 4:7) e o encontro se deu. Jesus planejou esse encontro e a conversa que se seguiu.

Nem sempre percebemos quantas barreiras Jesus quebrou nesse contato. A mulher ficou surpresa por Jesus lhe dirigir a palavra, assim como seus discípulos depois dela. “A mulher samaritana lhe perguntou: como o senhor, sendo judeu, pede a mim, uma samaritana, água para beber? (Pois os judeus não se dão bem com os samaritanos)” (Jo 4:9). A primeira delas é a que separava judeus e samaritanos. Os dois povos não se comunicavam e um judeu comer ou beber em qualquer utensílio samaritano o tornava cerimonialmente impuro. Além disso, um homem daquela época não falava com uma mulher em público. E como Mestre, serial algo desonroso ter mulher como aluna. Mas Jesus não era dado a convenções sociais quando se tratada de buscar quem estava perdido.

Outro ponto marcante desse encontro é que foi um encontro do Santo de Deus com uma mulher pecadora. O narrador registra que o encontro “se deu por volta do meio-dia” (Jo 4:6). O horário usual de tirar água era pela manhã ou à tardinha, não sob o sol escaldante do meio-dia. Provavelmente por causa de sua má fama, queria evitar os olhares de reprovação. Mas Jesus conhecia detalhes da vida dela. “O fato é que você já teve cinco; e o homem com quem agora vive não é seu marido" (Jo 4:18). Encontrar-se com Deus sempre nos leva ao reconhecimento de nossa própria indignidade, como Isaías confessa: “Então gritei: Ai de mim! Estou perdido! Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!" (Is 6:5).

Jesus não conhecia apenas os pecados dela, sabia o que ela mulher precisava. “Se você conhecesse o dom de Deus e quem lhe está pedindo água, você lhe teria pedido e ele lhe teria dado água viva” (Jo 4:10). Jesus é o melhor que Deus já deu ao homem, apesar daquele música dizer que "o melhor de Deus ainda está por vir". A água viva aqui é uma referência ao Espírito Santo, que vivifica o que crê em Jesus. “Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Ele estava se referindo ao Espírito, que mais tarde receberiam os que nele cressem. Até então o Espírito ainda não tinha sido dado, pois Jesus ainda não fora glorificado” (Jo 7:38-39).

Infelizmente, a mulher buscava algo mais terreno e imediato. “Senhor, dê-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem precise voltar aqui para tirar água” (Jo 4:15), pediu ela. Alguma semelhança com os que se dirigem à reunião de adoração procurando receber coisas materiais ao invés de desfrutar de Jesus e de Seu Espírito? Pois acima de nos dar coisas terrenas, necessárias e legítimas, o Senhor quer se revelar a nós. “Então Jesus declarou: Eu sou o Messias! Eu, que estou falando com você” (Jo 4:26).

Quando Jesus toca na sua poligamia, a mulher leva o assunto para a adoração. Creio que também era para onde Jesus queria dirigir a sua conversa, para instrução nossa. Então vemos, no conversa que se segue, um contraste entre a adoração samaritana e a adoração bíblica. E percebemos o quanto nossa adoração se aproxima daquela, quando deveria ser esta.

A adoração samaritana é centrada no homem. Notemos em primeiro lugar que, embora a mulher fale sobre adoração, ela jamais fala em adorar a Deus. “Nossos antepassados adoraram neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar" (Jo 4:20). Parece que a adoração era um fim em si mesmo. É uma adoração para agradar adoradores, sem ter Deus como referência. A única pessoa mencionada pela mulher é Jacó. “Acaso o senhor é maior do que o nosso pai Jacó?” (Jo 4:12), pergunta meio que desafiadoramente. A adoração moderna também tem o homem como referência. Prova isso a sede que os envovidos na adoração tem por títulos que os distinguem dos demais. É um desfile de "apóstolos", "levitas" e "ministros de louvor" e "pastoras". Sem contar que o critério de escolha dos louvores, por exemplo, se baseia em gostos pessoais, em detrimento da verdade bíblica. E prova isso a superficialidade e a exaltação humana nas letras. 

Além de centrada no homem, a adoração samaritana dependia do local. Os samaritanos disputavam que o melhor lugar para dorar era no monte Gerizim: “Nossos antepassados adoraram neste monte...” (Jo 4:20a). Os judeus, por sua vez, teimavam que o lugar certo para adorar era no templo, em Jerusalém, “...mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar" (Jo 4:20b). Uns e outros estavam errados, “pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles” (Mt 18:20), disse Jesus.

Porém, pior de tudo, é que a adoração samaritana era feita sem entendimento. “Vocês, samaritanos, adoram o que não conhecem” (Jo 4:22). Não tendo conhecimento de Deus, não há como oferecer uma adoração apropriada, pois como veremos a seguir, a adoração bíblica deriva da revelação que Deus faz de Si mesmo.

A adoração bíblica tem Deus como referência. Isso significa que tudo é feito para Deus e do jeito que o próprio Deus determina que seja feito. A adoração bíblica está fundamentada no Ser de Deus. “Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade" (Jo 4:24). Como Deus é, deve ser adorado. Além disso, a adoração é relacional, melhor dizendo, é uma adoração de filhos. Deus é Pai, e por isso “os verdadeiros adoradores adorarão o Pai” (Jo 4:23). O Deus que adoramos é um Deus majestoso, mas é também Pai, um pai amoroso. Sendo Deus único, a adoração é exclusiva: "Não terás outros deuses além de mim” (Ex 20:3). Isso inclui outras pessoas e, muito especialmente, inclui a nós mesmos. “Não a nós, Senhor, nenhuma glória para nós, mas sim ao teu nome, por teu amor e por tua fidelidade!” (Sl 115:1).

A adoração bíblica é feita em espírito. Isso significa que só pode ser oferecida de forma aceitável por quem nasceu do Espírito. “Respondeu Jesus: Digo-lhe a verdade: Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer da água e do Espírito" (Jo 3:5). Como “o que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é espírito” (Jo 3:6), somente quem nasceu de novo pode adorar a Deus de forma aceitável.

Além de ser oferecida por pessoas espirituais, adorar em espírito significa que a adoração não depende de meios físicos. “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há é o Senhor do céu e da terra, e não habita em santuários feitos por mãos humanas. Ele não é servido por mãos de homens, como se necessitasse de algo, porque ele mesmo dá a todos a vida, o fôlego e as demais coisas” (At 17:24). Não devemos adorar a Deus através imagens ou outros “pontos de contato”.

E finalmente, adorar em espírito significa não ficar preso a cerimonialismos e rituais. A adoração samaritana era mera superstição, a dos judeus consistia de cerimonialismo sem valor em si mesmo. A adoração bíblia nem é supersticiosa, nem se baseia em rituais. “Portanto, não permitam que ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou dos dias de sábado. Todas essas coisas estão destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos. Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne" (Cl 2:16,22-23).

Além do que foi dito, a adoração bíblica deve ser verdadeira. Isso significa que não pode ser apenas de lábios. “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens" (Mt 15:8-9). É oferecer algo vão apenas pronunciar palavras de louvor sem que nasçam de um coração renovado pelo Espírito Santo.

Sinceridade e boa intenção tampouco bastam para que a adoração seja verdadeira. Pessoas sinceras que adoram de forma errada estão oferecendo um louvor inaceitável a Deus. Ignorância não é desculpa para oferecer um culto corrompido ao nosso Deus. O mesmo Jesus que diagnosticou “Vocês estão enganados porque não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus!” (Mt 22:29) também prescreveu o exame das Escrituras. A Bíblia é nosso manual de culto.

Ainda, a adoração verdadeira não tem a ver com sacrifícios aceitáveis ao homem. O fato de algo nos custar caro ou requerer grande esforço não torna nosso culto aceitável. “Samuel, porém, respondeu: Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e em sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? A obediência é melhor do que o sacrifício, e a submissão é melhor do que a gordura de carneiros” (1Sm 15:22).

Finalmente, chegamos ao ponto em que queríamos chegar: adoração verdadeira é aquela que é oferecida em conformidade com as Escrituras. “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17:17). A regra que devemos seguir ao cultuar a Deus é: a adoração verdadeira é aquela feita conforme tudo o que Ele nos ordenou em Sua Palavra e que concorda inteiramente com a Bíblia em seu conteúdo. A adoração falsa é aquela que o Senhor não prescreveu ou que contraria o que a Bíblia ensina.

À luz do que foi dito, convém nos perguntarmos, perante Deus. Eu estou adorando unicamente a Deus ou estou dividindo sua glória com mais alguém, quem sabe, comigo mesmo? E se estou procurando honrar somente a Ele, será que estou fazendo de maneira agradável a Ele ou será que estou buscando uma satisfação própria, uma realização pessoal, através da adoração? Devemos tomar a firme resolução de adorar e exaltar unicamente a Deus, fazendo isso em Espírito e em Verdade, não apenas no culto público, mas também no nosso dia a dia, fazendo tudo para a glória de Deus. Para que consigamos viver dessa maneira, honrando a Deus em tudo, precisamos da ajuda do Espírito Santo. Sem Ele não podemos adorar a Deus de forma aceitável. Por isso, oremos pedindo a sua ajuda.

Soli Deo Gloria.

10 comentários:

  1. Clóvis,

    "A adoração bíblica é feita em espírito. Isso significa que só pode ser oferecida de forma aceitável por quem nasceu do Espírito. “Respondeu Jesus: Digo-lhe a verdade: Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer da água e do Espírito" (Jo 3:5). Como “o que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é espírito” (Jo 3:6), somente quem nasceu de novo pode adorar a Deus de forma aceitável."

    Chegou à mesma conclusão que eu havia chegado? ;)

    ResponderExcluir
  2. André,

    Enquanto eu preparava essa mensagem, que entreguei num encontro de mulheres, lembrei-me do "toque" que me deu sobre Nicodemos e percebi que os dois episódios estão ligados pelo contraste. Não explorei muito isso, mas é notável.

    Em Cristo,

    Clóvis

    ResponderExcluir
  3. Clóvis que artigo edificante. Então, para resumir, Deus não somente quer ouvir músicas de adoração num templo mas Ele quer também a adoração através de uma vida santa,através da qual Ele é glorificado e verdadeiramente adorado.
    Grande abraço.

    ResponderExcluir
  4. Clóvis,

    Quem mostrou a você a ligação do texto foi o mesmo Espírito que também me fez ver. Posso ter sido apenas o instrumento de comunicação.

    Fico feliz em vê-lO assim, agindo tanto em mim, quanto em você e, a partir do seu texto, em todos os irmãos!

    SOLI DEO GLORIA!

    ResponderExcluir
  5. Só um pequeno detalhe acerca do primeiro parágrafo, algo de fundo mais filosófico que teológico:
    Deus é simples, não é composto de partes. Afirmar que a glória de Deus é a coisa mais importante, na verdade, é o mesmo que falar que Deus é o mais importante. Não tem como separar uma coisa da outra.

    Talvez por isso mesmo eu ache o quinto sola supérfluo: Soli Deo Gloria. Mas Deo Gloria == Deo! Não tem necessidade de replicar qualidades...

    Mas isto pouco importa, o texto está bem-escrito.

    ResponderExcluir
  6. Credulo,

    Acho que concordamos com a simplicidade do Ser de Deus. Deus não é um amontoado de atributos difusos, mas a soma de suas perfeições, de forma que dizer que um atributo é mais importante que outro é errar na compreensão do que a Bíblia revela sobre Deus.

    Porém, a glória de Deus não é propriamente um atributo dEle. Em palavras simples eu entendo por glória de Deus o apreço que Ele tem por Seu Nome e por Sua própria pessoa. Corrija-me se falta precisão nessa minha definição.

    Em Cristo,

    Clóvis

    ResponderExcluir
  7. Porém, a glória de Deus não é propriamente um atributo dEle. Em palavras simples eu entendo por glória de Deus o apreço que Ele tem por Seu Nome e por Sua própria pessoa. Corrija-me se falta precisão nessa minha definição.

    Algo semelhante a fidelidade? Interessante. Ainda assim, seria uma consequência lógica de Sua natureza.
    Estes dias estava lendo no Arminianismo.com um texto do PCA, sobre qual seria o objetivo de Deus para o mundo. Talvez ele me responda futuramente, hehe!

    ResponderExcluir
  8. Credulo,

    Não exatamente. Fidelidade é um atributo moral da divindade. Deus é fiel.

    Quanto ao objetivo de Deus para o mundo, creio que está mais do que claro aqui:

    "Todas as coisas vêm única e exclusivamente de Deus. Tudo vive por seu poder, e tudo é para sua glória. A Ele seja a glória para todo o sempre" Rm 11:36 (Bíblia Viva)

    Em Cristo,

    Clóvis

    ResponderExcluir
  9. Clóvis,

    Que interessante, em outro post aqui do blog (Mas se eu não sou um dos eleitos), respondi ao Crédulo com o mesmo versículo que você usou em seu comentário (Rm 11.36 - por coincidência no mesmo dia de hoje 8:41 e 10:05h) em resposta ao comentário que ele fez de os calvinistas darem muita importância para a glória de Deus.

    Pelo visto quem dá muita importância para Sua glória é o próprio Deus! Fazemos bem em também fazermos tudo para Sua glória, pois é o fim para o qual fomos criados !

    Em Cristo

    Márcio

    ResponderExcluir
  10. Uma coisa que notei, é que a glória pode ser uma propriedade. Na sacerdotal, Jesus afirma que Ele e Deus compartilhavam a glória.
    Ademais, tem este post do Fórum Arminianismo, ainda em andamento:
    http://www.arminianismo.com/forum/viewtopic.php?f=18&t=880

    Márcio:
    "Pelo visto quem dá muita importância para Sua glória é o próprio Deus! Fazemos bem em também fazermos tudo para Sua glória, pois é o fim para o qual fomos criados!"

    Sim, mas ainda há otra cosa: a glória se sobrepõe a compaixão? Duvido: Deus não se alegra da morte do ímpio.
    A glória se sobrepõe a sinceridade? Duvido: prega-se o Evangelho para toda criatura.
    E é por isso que Ele é glorificado - Ele se entregou por um mundo que não o merece.

    ResponderExcluir

"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

Sua leitura deste post muito me honrou. Fique à vontade para expressar suas críticas, sugestões, complemetos ou correções. A única exigência é que seja mantido o clima de respeito e cordialidade que caracteriza este blog.