Paradoxo

O filósofo cristão Gordon H. Clark certa vez definiu um paradoxo como "uma cãibra entre as orelhas’. Seu comentário espirituoso destina-se a destacar que aquilo que às vezes é chamado de paradoxo frequentemente nada mais é do que preguiça mental. Clark, entretanto, reconhecia claramente o papel legítimo e a função do paradoxo. 

A palavra paradoxo vem de uma raiz grega que significa "parecer ou aparentar". Paradoxos são difíceis de entender porque à primeira vista "parecem" contradições, mas quando são sujeitos a um exame minucioso, frequentemente pode-se encontrar as soluções. Por exemplo, Jesus disse: "Quem perde a vida por minha causa achá-la-á" (Mt.10.39). Aparentemente, isso soa semelhante à declaração de que "Deus é uma mão batendo palmas". Soa como vida em um sentido, irá encontrá-la em outro sentido. Já que a perda e a salvação têm sentidos diferentes, não há contradição. Eu sou pai e filho ao mesmo tempo, mas obviamente não há contradição. Eu sou pai e filho ao mesmo tempo, mas obviamente não no mesmo relacionamento com a mesma pessoa.

O termo paradoxo é frequentemente mal-interpretado como sendo sinônimo de contradição; agora, inclusive, aparece em alguns dicionários como um significado secundário desse termo. Uma contradição é uma afirmação que viola a lei clássica da não contradição. A Lei da não-contradição declara que A não pode ser A e não-A ao mesmo tempo e no mesmo contexto. Quer dizer, algo não pode ser o que é e não ser o que é ao mesmo tempo e no mesmo contexto. Essa é a mais fundamental de todas as leis da lógica.

R. C. Sproul
In: 1º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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