O papel do pecado

Muitas vezes me perguntei por que, na grande sabedoria previdente de Deus, o início do pecado não foi impedido; pois assim, pensava, tudo teria acabado bem. Então o Senhor disse: "o pecado tem um papel a desempenhar, mas tudo acabará bem".

Depois disso, o Senhor lembrou-me dos anelos que eu tinha por ele antecipadamente, e eu vi que nada me impedia de avançar, exceto o pecado. Olhei então para o resto da humanidade e pensei: "se não fosse o pecado, todos seríamos puros como o nosso Senhor, exatamente como ele na origem nos criou".

Assim, na minha loucura,  muitas vezes me perguntava por que  a grande sabedoria previdente de Deus não impedia o pecado de entrar no mundo; pois assim, pensava, tudo estaria bem. No entanto, essa linha de raciocínio levava apenas a lamentações e tristeza, mas não a uma solução do problema, e por isso eu deveria abandoná-la.

Mas Jesus revelou-me tudo o que eu precisava entender, e aqui está o que ele disse: "o pecado tem um papel a desempenhar no meu plano, mas tudo estará bem, tudo estará bem, todas as coisas estarão bem".

Com essa palavra nua, pecado, nosso Senhor trouxe-me à mente tudo o que é ruim e vergonhoso, a total maldade que Ele carregou por nós tanto no espírito como no corpo ao longo de Sua vida, paixão e morte. Tudo isso me foi mostrado num momento, pois nosso Senhor não quis assustar-me com essa terrível visão.

Assim, o sofrimento tem duração definida. Seu papel é purificar-nos, fazer com que conheçamos a nós mesmos e levar-nos até o Senhor para implorar misericórdia. A paixão de nosso Senhor e o conhecimento de que a sua vontade de fato será feita nos dão forças para suportar tudo isso.

Juliana de Norwich
In: Revelações do amor de Deus

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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