Da excomunhão

Por meio da excomunhão se afasta da companhia dos fiéis, segundo o mandado de Deus, àqueles que são abertamente libertinos, adúlteros, glutões, bêbados, sediciosos ou dilapidadores, se não se corrigirem depois de terem sido admoestados.

Ao excomungá-los, não pretende a Igreja lançá-los numa ruína irremediável nem no desespero, senão que condena sua vida e seus costumes, e os adverte que certamente serão condenados se não se corrigir.

Esta disciplina é indispensável entre os fiéis, pois a Igreja é o Corpo de Cristo e não deve ser maculada e contaminada por estes membros fedorentos e podres que desonram a seu Chefe. O contato freqüente com estes malvados não deve corromper e estragar os santos, como acontece às vezes. Do resto, o castigo de sua maldade aproveita os mesmos malvados, enquanto que a tolerância os tornaria mais obstinados. Ao sentir-se confundidos por esta vergonha, aprendem a corrigir-se.

Se os maus se emendam, a Igreja os recebe de novo com doçura em sua comunhão e na participação desta unidade da qual tinham sido excluídos.

Para que ninguém menospreze obstinadamente o juízo da Igreja, nem se mostre indiferente, à condenação ditada pela sentença dos fiéis, o Senhor testemunha que o juízo dos fiéis não é senão a manifestação de sua própria sentença, e que o que eles pronunciam na terra é ratificado nos céus. É a palavra de Deus que dá o poder de condenar os perversos, do mesmo modo que dá o de receber em graça os que se corrigem.

João Calvino
In: Breve Instrução Cristã

Um comentário:

  1. Queridos irmãos,

    Neste início de semana estou com alguns trabalhos com tempo limitado para entrega. Por isso, minha participação será bem restrita, respondendo apenas aquilo que realmente for urgente.

    Assim que puder, tento colocar em dia.

    Conto com a compreensão dos irmãos.

    Em Cristo,

    Clóvis

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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