Aceitando "não" como a vontade de Deus

Fico admirado que, à luz do claro registro bíblico, alguém tenha a audácia de sugerir que é errado para os aflitos de corpo ou alma expressar suas orações por libertação em termos como “Se for a tua vontade…”. Dizem-nos que quando a aflição vem, Deus sempre deseja cura, que Ele não tem nada a ver com sofrimento, e que tudo o que devemos fazer é invocar a resposta que desejamos pela fé. Somos exortados a invocar o sim de Deus antes de Ele falar.

Afaste-se dessas distorções da fé bíblica! Elas são concebidas na mente do Tentador, que nos seduz a trocar fé por magia. Nenhuma quantidade de palavreado piedoso pode transformar tamanha falsidade em sã doutrina. Devemos aceitar o fato de que Deus às vezes diz não. Às vezes, Ele nos chama para sofrer e morrer mesmo se quisermos reivindicar o contrário.

Nunca um homem orou de modo mais fervorosamente do que Cristo orou no Getsêmani. Quem vai declarar Jesus falhou ao orar com fé? Ele colocou o Seu pedido diante do Pai com suor como sangue: “Passe de mim este cálice.” Essa oração foi simples e sem ambiguidade – Jesus estava gritando por socorro. Ele pediu para o cálice horrivelmente amargo ser removido. Cada grama de Sua humanidade encolheu-se diante do cálice. Ele implorou ao Pai para livrá-lo de Seu dever.

Mas Deus disse não. O caminho do sofrimento era o plano do Pai. Era a vontade do Pai. A cruz não era ideia de Satanás. A paixão de Cristo não foi o resultado de eventualidade humana. Não foi o plano acidental de Caifás, Herodes, ou Pilatos. O cálice foi preparado, entregue, e administrado pelo Deus Todo-Poderoso.

Jesus qualificou Sua oração: “Se for a tua vontade….” Jesus não “tomou posse e reivindicou”. Ele conhecia o Pai bem o suficiente para entender que era provável não ser a Sua vontade remover o cálice. Então, a história não termina com as palavras, “E o Pai se arrependeu do mal que Ele havia planejado, removeu o cálice, e Jesus viveu feliz para sempre”. Tais palavras beiram à blasfêmia. O evangelho não é um conto de fadas. O Pai não negociaria o cálice. Jesus foi chamado para bebê-lo todo. E Ele o aceitou. “Contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua” (Lucas 22.42).

O evangelho não é um conto de fadas. O Pai não negociaria o cálice. Jesus foi chamado para bebê-lo todo.

Esse “contudo” foi a oração suprema da fé. A oração da fé não é uma exigência que apresentamos para Deus. Não é a suposição de um pedido garantido. A oração autêntica da fé é aquela que é moldada na oração de Jesus. É sempre expressada em espírito de subordinação. Em todas as nossas orações, devemos deixar Deus ser Deus. Ninguém diz ao Pai o que fazer, nem mesmo o Filho. Orações são sempre solicitações feitas em humildade e submissão à vontade do Pai.

A oração da fé é uma oração de confiança. A própria essência da fé é confiança. Confiamos que Deus sabe o que é melhor. O espírito de confiança inclui uma disposição de fazer o que o Pai quer que façamos. Cristo encarnou esse tipo de confiança no Getsêmani. Embora o texto não seja explícito, é claro que Jesus saiu do jardim com a resposta do Pai à Sua declaração. Não houve maldição ou amargura. Sua comida e Sua bebida foram a vontade do Pai. Uma vez que o Pai disse não, estava feito. Jesus se preparou para a cruz.

R. C. Sproul

28 comentários:

  1. Bom!, então quer dizer que se eu ficar doente ou passar por muita dificuldade não adiantaria muito eu fazer uma oração por cura ou para sair da dificuldade financeira partindo do ponto
    de vista que ele já teria tomado uma decisão quanto a minha situação dizendo não por ex.?
    Walter.

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  2. Walter,

    Não é bem isso. Significa que você deve orar pela cura ou para que Deus lhe tire da dificuldade, porém deve fazer isso disposto a aceitar um não de Deus, caso Ele decida que isso é o melhor para você.

    O que precisamos ter sempre em mente é que Deus é infinitamente bom e sábio. Quando Ele nos diz não, podemos saber que era o melhor para nós, mesmo que não atinemos no momento como uma doença ou tribulação possa ser boas.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  3. Clóvis:

    As doutrinas divergentes da Bíblia surgem por não estarem conforme o que ESTÁ ESCRITO LITERALMENTE. Mesmo o sentido espiritual está ligado ao literal.

    Esse assunto acima é, praticamente, pacífico para a Igreja Católica. Há doenças, por exemplo, que nem mesmo a mais fervorosa oração pode curar, por não estar de acordo com a vontade de Deus.

    ...

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  4. Dificuldades bíblicas sérias para vários sistemas teológicos

    Clóvis:

    Gostaria de compartilhar algo interessante, que noto sempre, e, como um desafio mesmo, pedir sua opinião para essa curiosidade.

    Há muitas passagens bíblicas que são verdadeiras dificuldades para os sistemas teológicos. Isso é claro quanto ao calvinismo, o adventismo, o dispensacionalismo...

    CALVINISMO: há os versículos "arminianos" que devem ser esclarecidos pelo calvinismo.... Um exemplo: TODA A VARA EM MIM (João 15,2 - entendida pelo calvinismo como aquela que nunca esteve ligada organicamente, de fato, a Cristo!!! Obviamente, apelando-se para o contexto geral para explicar).

    ADVENTISMO: Há passagens que o adventismo tem que, igualmente, suar para explicar, como sobre a imortalidade da alma... Exemplo: partir para estar com Cristo (Epístola aos Filipenses - o adventista apela para o contexto geral, que segundo afirma, prova a mortalidade condicional. Explicam que o texto deve ser entendido como referindo-se à ressurreição. Em si mesmo o texto diz outra coisa.)

    DISPENSACIONALISMO: O arrebatamento, o toque da trombeta em 1 Tessalonicenses e etc. Explicam que trata-se do arrebatamento secreto, e que a trombeta tem toque diferente daquela do Apocalipse, e é ouvida só pelos arrebatados etc... É uma apelação para o teor geral a fim de DIVIDIR corretamente a Escritura. O verso lido em si mesmo e com o contexto imediato dá a entender outra coisa.


    Você conhece alguma passagem que o CATOLICISMO tenha de fazer algo semelhante aos exemplos acima? Ou seja, que tenha de ler um texto e entender outra coisa no fim da explicação, com base em outros textos? Não refiro-me à necessidade do contexto geral, da elucidação em outras passagens, mas da forma como expliquei acima, ou seja, um versículo ter uma mudança radical ao ser entendido através do "contexto geral". Poderia fornecer um (ou mais) exemplo?

    Obrigado.

    Gledson.

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  5. "Você conhece alguma passagem que o CATOLICISMO tenha de fazer algo semelhante aos exemplos acima? Ou seja, que tenha de ler um texto e entender outra coisa no fim da explicação, com base em outros textos?"

    A existência de um purgatório, atestada a partir da parábola do mau devedor.

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  6. Anônimo:

    Refere-se à passagem de Mt 18,34? O texto, que é uma PARÁBOLA, afirma que o Senhor a) ficou indignado porque o devedor não perdoou o companheiro b) entregou-o aos tormentadores c) até pagar toda a dívida.

    Não precisou mudar nada no texto. Uns podem afirmar que isso refere-se ao inferno, outros interpretam como o purgatório. Do inferno não se sai.

    Que prisão existe da qual se sai até pagar o último centavo? Que sentido espiritual para esse texto? Olhe que o texto não mudou.

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  7. Pois é assim que os católicos interpretam: um local aonde se fica até fechar a conta dos pecados.

    Mas acho que os mais acentuados são sobre a virgindade de Maria. Ali eles afirmam uma porrada de coisas e traçam genealogias que chegam às raias do bizarro.

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  8. Vale lembrar que realmente na parábola se diz que o fulano ficará preso até pagar toda a dívida.

    Mas quando se termina de se pagar uma dívida infinita?

    Aqueles que acreditam que se possa ficar "x" anos em um lugar pagando seus pecados até que chega um dia em que se conseguiu sanar a dívida, realmente não conhece à Deus e nem a malignidade do pecado. Se fosse possível pagarmos os nossos pecados com sofrimento, mesmo que seja infligido por Deus, o Filho de Deus não precisaria morrer, JAMAIS.

    Se a morte dEle foi necessária (e realmente foi, senão não morreria!), é como se Deus estivesse gritando: "NEM EM UMA ETERNIDADE VOCÊS CONSEGUIRIAM!"

    Pra pensar...

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  9. Bem, mas seria oportuno explicar lição dessa parábola da prisão, bem como seria interessante citar um exemplo mais prático, como citei anteriormente. Um exemplo no qual o texto diz uma coisa e, ao final da explicação, é entendido dizendo outra.

    Repetindo um exemplo: Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira.... Depois da explicação: a vara nunca esteve em Cristo de fato.

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  10. Outro exemplo:

    Prisão até que pagasse tudo o que devia (Mt 18,35). Após explicação contextualizada:não pagará, não sairá nunca.

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  11. Gledson,

    Quanto à vara, Jesus disse: "Toda vara que está em mim, essa dá fruto". Logo, se uma vara está "nele", mas não dá fruto, é sinal que não está nele de verdade, não concorda?
    A "marca" de que uma vara está nele são os frutos (Ele disse isso). Os frutos mostram que a vara nele está! Se não há frutos, logo, ela não estava nele. Foi Ele mesmo quem disse isso!

    Quanto à prisão, é dito SIM que o fulano ficará até pagar toda a dívida. Mas não é dito que ele pagará toda a dívida, ou ainda que sairá um dia.

    Acredito que TODA e qualquer passagem na Bíblia que não é entendida no contexto gera heresias. Não é da Bíblia que elas saem?

    Texto sem Contexto é Pretexto para heresias.

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  12. Obrigado pelas considerações Neto. A necessidade do contexto é imprescindível. Mas o que acontece é que após a "contextualização" muitos textos mudam...

    Outro exemplo

    O Apocalipse afirma que na vinda de Cristo todo o olho O verá (Ap 1,7). Segundo algumas doutrinas sobre a vinda de Cristo, "após as devidas explicações", somente os discípulos O verão, como na ascensão, ou que "verão" espiritualmente, não fisicamente. Então, "todo" o olho O verá, após explicado fica: nem todo olho O verá.

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  13. Gledson,

    Essa explicação de Ap 1:7 é dos Testemunhas de Jeová?

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  14. Gledson,

    Os Testemunhas de Jeová, apesar da aparente dedicação ao estudo e pesquisa bíblica, extrapolam os limites da interpretação e coerência. E ainda são teimosos... Outro dia aqui no blog um TJ queria me convencer que a etimologia da palavra cronologia é crono + lego e não crono + logia. E se era crono + lego e lego significa falar, contar... seria o cômputo do tempo. Dois erros gritantes: 1) Qualquer dicionário vai lhe dar a etimologia da palavra como sendo crono + logia. 2) ainda que fosse lego, a acepção de contar não é a mesma que contar de calcular. Ainda acrescentei: contar as moedas do bolso e contar uma história são coisas diferentes. São duas palavras diferentes.

    Mas veja que ele ainda insistiu que estava correto, só porque ele foi teleguiado para isso. No TJ vc é praticamente proibido de pensar e estudar sozinho, só os anciãos podem ler, estudar e interpretar a Bíblia, o restante pode apenas aprender deles.

    A teologia equivocada deles os obrigou a produzir uma tradução própria para harmonizar as inúmeras incongruências de interpretação. Basta galgar pouco conhecimento de grego para perceber que a tradução é tendenciosa.

    Eles creem que Cristo já coltou lá por 1914 se não me engano, e ninguém viu provavelmente com base nesse entendimento deles sobre "nem" todo olho o verá.

    Não sei exatamente de onde eles tiraram isso, provavelmente pela eisegese do texto de atos. Como é descrito que os discípulos estavam reunidos, e esses viram sua ascensão, somente os discípulos poderão ver sua volta.

    Se o anjo se referia ao feito "fantástico e sobrenatural" de subir aos céus, retornará tão fantástico e sobrenaturalmente! Se foi a esse feito sobrenatural que o anjo tencionava apontar, não contradiz em nada o que foi dito em Apocalipse. A partir da suposta ideia que na multidão havia apenas "discípulos" e por isso somente estes poderão ver sua volta é inserir uma concepção própria diretamente no texto. Ao invés de extrair informação do texto (exegese) fazem uma inserção de informação no texto (eisegese), o que é desaconselhável! Leia o texto de atos e veja se há realmente alguma evidência de que somente os discípulos testemunharam sua subida aos céus.

    Na minha opinião há mais evidências de que foi feita uma inserção de informação no texto pelos TJ, justamente porque precisavam justificar o entendimento deles de que Jesus já teria voltado em 1914. Se vc acha absurda a ideia de que Jesus já voltou em 1914 para iniciar o milênio perceberá que não é necessário fazer malabarismo com o texto para harmonizá-lo com Ap 1.7. E veja que esse malabarismo requer deturpar uma tradução de "todo" para "nem todo".

    Para terminar e mostrar que o anjo estava apontando para a natureza sobrenatural de seu retorno, veja o paralelo que há entre as duas descrições (atos e apocalipse) ele foi envolto em nuvens para subir, e retornará em meio às nuvens.

    O que acha?

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  15. Atos 1,9 E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos.

    Ap 1,7 Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém.

    Atos 1,11 Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.

    Concordo: o anjo estava apontando para a natureza sobrenatural de seu retorno. Cristo voltará da mesma forma que subiu, como os discípulos puderam presenciar. Nada afirmando que "somente" o número x de pessoas O veriam.

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  16. Repetindo um exemplo: Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira.... Depois da explicação: a vara nunca esteve em Cristo de fato.

    Isto é realmente esquisito. Há muitas advertências sobre a apostasia na Bíblia, ainda assim os que admitem o quinto ponto (há arminianos que o admitem, also) caem nessa salada de 'ah, mas não era cristão de verdade' - o que eu qualifico como falácia do escocês! E, ademais, há casos em que é difícil falar que uma pessoa nunca foi cristã - e eu digo por experiência.

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  17. Ei Crédulo (2)

    Está dizendo que João, em 1 João 2:19, cometeu a falácia do escocês?

    Que coisa!

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  18. Crédulo, você viu minha msg acima?

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  19. Textos-prova. Previsíveis, muito previsíveis...
    O pior não é isso, é que 1Jo 2:19 fala de um grupo específico de pessoas, que falavam da boca pra fora que eram cristãs mas de fato não o eram de coração. Não eram nada além de sabotadores da fé, do corpo de Cristo. A personificação perfeita de Judas.

    Eu não quero me alongar muito, mas lançaria uma pergunta:
    É possível enganar, fingir que se é um cristão?

    Mais uma: como uma pessoa pode saber que acaba de ser regenerada? E que a sua experiência com Deus não seja falsa (afinal, eu posso citar dezenas de pessoas que hoje são ateístas convictas e antigamente eram cristãos fervorosos. Este cristianismo, de algum modo, era falso?).

    No fim das contas, resta a pergunta: como definir o que é um cristão, e como saber se uma pessoa é cristã?

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  20. Credulo,
    "O pior não é isso, é que 1Jo 2:19 fala de um grupo específico de pessoas, que falavam da boca pra fora que eram cristãs mas de fato não o eram de coração."

    Deve se aplicar a 2Pe 2 também, né?!

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  21. Credulo,

    "O pior não é isso, é que 1Jo 2:19 fala de um grupo específico de pessoas, que falavam da boca pra fora que eram cristãs mas de fato não o eram de coração."

    Bingo! Falácia do Escocês! Há! (Brincadeira, claro).
    João não cometeu a falácia do escocês. Porque? Porque uma marca do verdadeiro cristão é a perseverança. Ele sabia disso porque foi disciplinado pelo próprio Cristo. Logo, se a pessoa "abandonou o barco", é porque nunca foi cristão. Se for, uma hora ou outra ele volta.

    "É possível enganar, fingir que se é um cristão?"
    É o que mais vemos por aí, crédulo!!! Me espanto com essa pergunta!

    Eu acredito que existem 2 casos de fingimento, ou de cristãos falsos:
    1-Aqueles que SABEM que não são cristãos, mas fingem que são (Por exemplo, para ter aceitação).
    2-Aqueles que NÃO SABEM que não são cristãos, e estão enganados.

    "Mais uma: como uma pessoa pode saber que acaba de ser regenerada? E que a sua experiência com Deus não seja falsa (afinal, eu posso citar dezenas de pessoas que hoje são ateístas convictas e antigamente eram cristãos fervorosos. Este cristianismo, de algum modo, era falso?)".
    Eu acredito que sim, Crédulo. Você é estudante da Palavra, me diga: "Pode alguém que nasceu de novo, "morrer de novo"?". E quando ele "volta", ele "nasce de novo de novo"? Só existe um novo nascimento. E até onde a Bíblia nos afirma, ele é irreversível. A pessoa é uma Nova Criatura!
    Se essas pessoas se afastam definitivamente, nos leva a crer que essas pessoas NUNCA de fato foram cristãs.

    "No fim das contas, resta a pergunta: como definir o que é um cristão, e como saber se uma pessoa é cristã?"
    A resposta ficaria muito grande, mas não é difícil de resumirmos ALGUNS pontos que a Bíblia nos mostra, por exemplo: a) Reconhecer sua miséria espiritual, b) Crer em Cristo e Sua obra apenas para sua salvação, c) ter temor reverente a Deus d) apego incrível à Palavra de Deus, e) separação das coisas do mundo (santidade), f) Ter sua alegria e sua motivação em Deus, g) amor à verdade, h) noção apurada de justiça (incluindo o inferno), etc. São MUITOS!

    E um deles, dito pelo próprio Jesus, é:
    PERMANECER na Sua Palavra (João 8.31)

    Se foi o Próprio quem disse isso, e não há ninguém melhor pra definir o que é um cristão, não caracteriza “falácia do escocês” dizer que, “se alguém se “desviou”, nunca foi cristão”...

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  22. Brincando de dar razão às minhas esperanças:

    Credulo,
    Bingo! Falácia do Escocês! Há! (Brincadeira, claro).
    João não cometeu a falácia do escocês. Porque? Porque uma marca do verdadeiro cristão é a perseverança. Ele sabia disso porque foi disciplinado pelo próprio Cristo. Logo, se a pessoa "abandonou o barco", é porque nunca foi cristão. Se for, uma hora ou outra ele volta.

    Então, é impossível saber quando ocorre a regeneração.
    Aliás, abra a sua Bíblia e veja o contexto:
    João fala que existem anticristos na congregação. Pessoas que saíram da congregação, da união física com os irmãos, mas que desde o início nunca tiveram o interesse de conhecerem Jesus Cristo intimamente.
    Estavam FISICAMENTE entre nós, mas não eram ESPIRITUALMENTE dos nossos. O contexto é claríssimo. Estas varas não estavam sequer enxertadas, estavam no máximo penduradas com durex na videira!

    "É possível enganar, fingir que se é um cristão?"
    É o que mais vemos por aí, crédulo!!! Me espanto com essa pergunta!

    Adolf Hitler dizia que era cristão... Coloquei para que se ficasse claro.

    Eu acredito que existem 2 casos de fingimento, ou de cristãos falsos:
    1-Aqueles que SABEM que não são cristãos, mas fingem que são (Por exemplo, para ter aceitação).
    Este é o caso comentado por João.

    2-Aqueles que NÃO SABEM que não são cristãos, e estão enganados.
    Que ótimo. Então você comete o mesmo erro de Calvino, ao afirmar que Deus dá uma operação inferior do Espírito Santo, para que aquelas pessoas achem que são cristãs... Um Deus das Armadilhas...

    "Mais uma: como uma pessoa pode saber que acaba de ser regenerada? E que a sua experiência com Deus não seja falsa (afinal, eu posso citar dezenas de pessoas que hoje são ateístas convictas e antigamente eram cristãos fervorosos. Este cristianismo, de algum modo, era falso?)".
    Eu acredito que sim, Crédulo. Você é estudante da Palavra, me diga: "Pode alguém que nasceu de novo, "morrer de novo"?". E quando ele "volta", ele "nasce de novo de novo"? Só existe um novo nascimento. E até onde a Bíblia nos afirma, ele é irreversível. A pessoa é uma Nova Criatura!


    Teríamos que definir nascer, renascer etc. Afinal, uma pessoa que "nasce de novo" não nasce de novo - ela não volta para o útero para mais 9 meses de gestação. Ela tem a sua essência mudada.
    Ademais, isto é afirmar que a regeneração é anterior à fé. Discuti isso aqui: http://credulo.wordpress.com/2012/01/14/traducoes-credulas-regeneracao-precede-a-fe/

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  23. Se essas pessoas se afastam definitivamente, nos leva a crer que essas pessoas NUNCA de fato foram cristãs.
    Afastamento definitivo? Crer nisto é negar a parábola do filho gastador. Todo calvinista acha que o filho jamais deixou de ser filho, etc etc etc - mas são coisas que a parábola sequer toca.

    "No fim das contas, resta a pergunta: como definir o que é um cristão, e como saber se uma pessoa é cristã?"
    A resposta ficaria muito grande, mas não é difícil de resumirmos ALGUNS pontos que a Bíblia nos mostra, por exemplo: a) Reconhecer sua miséria espiritual, b) Crer em Cristo e Sua obra apenas para sua salvação, c) ter temor reverente a Deus d) apego incrível à Palavra de Deus, e) separação das coisas do mundo (santidade), f) Ter sua alegria e sua motivação em Deus, g) amor à verdade, h) noção apurada de justiça (incluindo o inferno), etc. São MUITOS!

    Ah, mas o ponto que todo calvinista ama citar: tudo isto não é da vontade da pessoa. No determinismo calvinista, mesmo a cognição, o senso de justiça, é manipulado por Deus.

    E um deles, dito pelo próprio Jesus, é:
    PERMANECER na Sua Palavra (João 8.31)

    Permanência irresistível? O que de novo vai contra a parábola.

    Claro, existem os arminianos que creem na salvação inalienável, mas não sou dessa.

    Se foi o Próprio quem disse isso, e não há ninguém melhor pra definir o que é um cristão, não caracteriza “falácia do escocês” dizer que, “se alguém se “desviou”, nunca foi cristão”...
    Então caracteriza que Deus a enganou - ou determinou secretamente que ela se enganasse.

    Eu tenho amigos que abandonaram a comunhão dos santos, que não são mais da igreja. Então eu devo aplaudir a Deus por ter expurgado este câncer que são os anticristos? Detalhe: eu não estou dando um exemplo. Me dê uma resposta melhor do que "eles nunca foram eleitos", por favor...

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  24. Crédulo, você disse:
    "Então, é impossível saber quando ocorre a regeneração."
    Mas eu sinceramente não entendi o que isso tem a ver com o tema em questão.

    "João fala que existem anticristos na congregação. Pessoas que saíram da congregação, da união física com os irmãos, mas que desde o início nunca tiveram o interesse de conhecerem Jesus Cristo intimamente. Estavam FISICAMENTE entre nós, mas não eram ESPIRITUALMENTE dos nossos. O contexto é claríssimo. Estas varas não estavam sequer enxertadas, estavam no máximo penduradas com durex na videira!"
    Sim, é verdade que o contexto fala de anticristos! Mas veja o contexto amplo, do capítulo. Desde o início João está mostrando como distinguir quem é verdadeiro e falso cristão. O "anti cristo", aqui, se refere à todo aquele que é contra o cristianismo. De quem João falava? Dos falsos cristãos, e dos oponentes de Cristo. Esses são os "que se fazem anti-cristos".


    "2-Aqueles que NÃO SABEM que não são cristãos, e estão enganados.
    Que ótimo. Então você comete o mesmo erro de Calvino, ao afirmar que Deus dá uma operação inferior do Espírito Santo, para que aquelas pessoas achem que são cristãs... Um Deus das Armadilhas..."
    Onde eu afirmei isso, Crédulo? Eu hein!
    Vou lhe dar um exemplo desse tipo de falso cristão.
    Conheço um rapaz que foi batizado em uma igreja de grande denominação. Na ocasião, o pastor pregou, dizendo que quem fosse batizado seria salvo. O rapaz creu, foi batizado, e pensou de verdade que aquele batismo o purificou dos seus pecados (afinal, foi o que o pastor disse!). Sua vida continuava na impiedade extrema, mas ele acreditava de coração que ia pro céu, por causa do batismo. E quando alguém perguntava, ele dizia "sim, sou crente!"

    Vai me negar que esse tipo de caso acontece? Acontece sim, e muito, e sabe porque? Porque muitos falsos pastores não pregam a verdade, e enganam a muitos. Acham que são, mas não são, porque não fazem ideia do que seja ser um cristão de verdade!



    "Afastamento definitivo? Crer nisto é negar a parábola do filho gastador."
    Porque?


    "Ah, mas o ponto que todo calvinista ama citar: tudo isto não é da vontade da pessoa. No determinismo calvinista, mesmo a cognição, o senso de justiça, é manipulado por Deus."
    Mas o que isso tem a ver com o debate? É uma distração, crédulo?

    Você me perguntou "como definir o que é um cristão, e como saber se uma pessoa é cristã?". Eu respondo, e você desvia a atenção?

    Porque?


    "Permanência irresistível? O que de novo vai contra a parábola.
    Porque? Por acaso ele não voltou?


    "Então caracteriza que Deus a enganou - ou determinou secretamente que ela se enganasse."
    Ou você tem disturbio de atenção, ou está sendo desonesto...

    Você disse que é "falácia do escocês" dizer que, se alguém desviou, é porque nunca foi cristão. Eu mostrei que, segundo CRISTO, a marca de um cristão verdadeiro é a permanencia, o que faz com que não exista falácia alguma aqui. E agora você muda o assunto, querendo culpar a Deus???
    Afinal crédulo, existe ou não existe a tal falácia aqui? Por favor, seja direto, pare de mudar de assunto!


    "Eu tenho amigos que abandonaram a comunhão dos santos, que não são mais da igreja. Então eu devo aplaudir a Deus por ter expurgado este câncer que são os anticristos? Detalhe: eu não estou dando um exemplo. Me dê uma resposta melhor do que "eles nunca foram eleitos", por favor..."
    Meus pêsames, amigo.
    Mas um lembrete: NINGUÉM sabe se eles são eleitos ou não. Então, é melhor trata-los como quem não sabe, ou seja, fazer de tudo para ajuda-los. Se forem eleitos, voltarão ao Senhor. Essa é a nossa esperança.


    Um abraço, Deus abençoe

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  25. Neto,

    É mais uma demostração de que o credulo não passa de um empulhador!

    Quando é imprensado sai correndo, desconversa, sai de fininho!

    O camarada sente-se o ÁS da lógica, mas ao invés de descobrir as falácias criadas pelos autores, ele quer criar as falácias pelo autor dos argumentos. Quando o questionei, desconversou e saiu de fininho.

    Me acusou de vir com papo de cartomante e não de cristão porque usei a palavra destino. Pedi pra ele dizer como a palavra destino não está etimologicamente ligada à predestinação. E se me acusa de usar um vocabulário não-cristão, mas de cartomante, que tipo de vocabulário é o "porrada" dele no outro post?

    Nos acusa de red herring o tempo todo, mas é o que mais faz uso de distrações, como vc mesmo demonstrou.

    O cara faz tradução e diz que tratou do assunto x, y... tratou? Traduziu o texto e agora é dono intelectual da obra? A captação das premissas, o ordenamento lógico, a produção de informação, é de responsabilidade dele pra dizer que tratou, quando na verdade só traduziu? Olha que absurdo! Existe algo mais empulhador que isso?

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  26. Mas fazer o que né... pseudônimos e outros anonimatos são as ferramentas dos covardes... vai saber quem é esse incredulo! O Si vis pacem, para bellum dele parece que sempre vai pro meio das pernas quando é confrontado com as besteiras que ele mesmo produz.

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  27. André,

    esse tipo de coisa realmente me entristece. Eu erro, e MUITO. Mas sempre que um argumento é posto contra o que eu creio, por mais absurdo que eu ACHE que ele é, mesmo assim eu o pondero, e analiso, contrastando com a Palavra. O Crédulo, pelo o que pareceu, não age assim. Já tem sua opinião formada - e mesmo que se mostre que não é bíblica, vai arranjar sempre uma forma de atirar sua fumaça ninja e sumir da responsabilidade de responder os pormenores da sua fé.

    O pior não é estar errado. É não reconhecer que está errado; tanto nós quanto ele. E pra isso, meu amigo, sempre inventamos uma "saída pela esquerda", desde o Éden...

    Um abraço, Deus abençoe.

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

Sua leitura deste post muito me honrou. Fique à vontade para expressar suas críticas, sugestões, complemetos ou correções. A única exigência é que seja mantido o clima de respeito e cordialidade que caracteriza este blog.