A desonra do pecador preserva honra de Deus

Também espero não me deparar com hipócritas maliciosos, os quais sejam tão ímpios e impertinentes, que venham a precipitar-se e oporem-se ao que aconselha, dizendo que estou manifestando a nudez de muitos servos de Cristo para o opróbrio e desonra da religião. Eu tenho demonstrado a vocês, pela Palavra de Deus, que Deus lança - e nós também devemos fazê-lo - a justa desonra sobre o pecador, para que esta não recaia sobre a religião e sobre o próprio Deus. Tenho demonstrado também, que a defesa ou desculpa de pecados odiosos, por pena daqueles que os cometeram, é o modo pior e mais seguro de trazer desonra, cedo ou tarde, tanto para a religião como sobre eles. 

Um Noé, um Ló, um Davi, um Salomão e um Pedro, serão desonrados por Deus, nos registros divinos de todas as épocas, para que Deus não seja desonrado por eles! O verdadeiro arrependido deseja que assim ocorra; e reputa sua honra um sacrifício muito pequeno a oferecer pela honra da religião a qual ele caluniou. Enquanto você não chegar a este ponto, você está aquém do verdadeiro arrependimento.

Aquele que defende seu pecado que se tornou público, a menos que possa negar o fato, faz o mesmo que dizer que Deus gosta disso, que Cristo a isso o constrange, e que as Escrituras são a favor do pecado, e não contra; que a religião ao invés de desaprovar, aprova o pecado; e que esta é a prática dos piedosos. O que pode ser dito de mais blasfemo contra Deus, e de mais injurioso contra a religião, as Escrituras e os santos? Por outro lado, o que confessa seu pecado, faz o mesmo que dizer: Lancem toda a vergonha sobre mim, pois eu mereço; mas não sobre Deus, sobre Cristo, sobre as Escrituras, sobre a religião, ou sobre os servos de Deus; pois não aprendi  o pecado de nenhum deles, nem fui encorajado a isso por eles; nem há inimigos maiores do pecado do que eles. Se eu os ouvisse, não teria agido assim.

Uma das principais razões pelas quais o arrependimento é tão necessário é porque faz justiça a Deus e à santidade.

Richard Baxter
Conselhos aos crentes fracos

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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