O pão nosso de cada dia nos dá hoje

Pedimos aqui, de um modo geral, tudo o que dentre as coisas deste mundo é útil para o cuidado de nossa existência; não só o alimento e o vestido, senão tudo o que Deus sabe que necessitamos para que possamos comer nosso pão em paz. Para dizê-lo brevemente: nos acolhemos com esta petição à providência do Senhor, e nos confiamos a sua solicitude para que nos alimente, cuide e conserve. Pois este bom Pai não tem em menos guardar com solicitude inclusive o nosso corpo. 

Deste modo, exercita nossa confiança nEle até nos menores pormenores, fazendo que esperemos dEle tudo o que nos é necessário: até a última migalha de pão ou gota d'água. Ao dizer: dá-nos hoje nosso pão cotidiano, provamos que não devemos desejar mais que o que necessitamos para o dia, com a confiança que, depois de alimentar-nos hoje, nosso Pai também o fará amanhã.

Ainda no caso de viver atualmente em abundância, sempre devemos pedir nosso pão cotidiano, reconhecendo que nenhum meio de existência tem sentido senão em quanto que o Senhor o faz prosperar e aproveitar com sua bênção. Pois o que possuímos não é nosso senão na medida em que Deus nos concede seu uso hora após hora e nos faz participar de seus bens. Ao dizer "pão nosso", a bondade de Deus se manifesta ainda mais, fazendo nosso o que por nenhum título nos era devido. Finalmente, ao pedir que nos seja dado este pão, significamos que tudo o que adquirimos —ainda o que achamos que ganhamos com nosso trabalho—, é puro e gratuito dom de Deus.

João Calvino
In: Breve Instrução Cristã

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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