No meio do povo de Deus, muitos estão ficando angustiados por causa do espírito
de irreverência e superficialidade que prevalece, hoje, em certas reuniões
realizadas no nome do Senhor Jesus Cristo. À custa de sermos considerados atrasados,
supercríticos e desinformados quanto ao tipo de mensagem e ambiente que atrai
os jovens e traz multidões para a igreja – precisamos denunciar uma atitude e
uma condição que, de acordo com nossa sincera convicção, não traz honra e, sim,
desonra ao Senhor.
É evidente que a alegria é uma das marcas de quem nasceu de novo em Cristo. Um
pequeno livro do Novo Testamento, a epístola aos Filipenses, emprega as palavras
alegria e regozijar-se dezoito vezes. A pessoa que tem um encontro com Cristo
tem o coração preenchido de alegria e segue seu caminho “cheio de júbilo”,
assim como o eunuco etíope de Atos 8, após a conversão.
Entretanto, há uma grande diferença entre alegria e leviandade. E quando a
Palavra de Deus e a mensagem solene da cruz são tratadas de maneira inconsequente
e leviana, Deus deve ficar profundamente entristecido. Mesmo que as aparências
indiquem um ministério de poder, sob tais circunstâncias há sérias dúvidas se o
Espírito Santo terá condições de realizar um trabalho profundo e permanente.
Vivemos numa era enlouquecida por prazer. A febre por entretenimento e
diversão alcançou seu ápice. Não é surpreendente, portanto, descobrir que as
pessoas ao nosso redor geralmente são mais amantes do prazer do que de Deus. No
entanto, quando membros da igreja verdadeira, o corpo de Cristo, conformam-se
ao caminho do mundo, é muito trágico. E quando ministros do Evangelho acham
necessário incrementar suas pregações com brincadeiras irreverentes e entreter
os ouvintes como se fossem atores no palco de um teatro a fim de serem
populares e atrair multidões, é fogo estranho que estão oferecendo ao Senhor.
Em outra época, num passado bem distante, um povo que professava pertencer ao
Senhor estava festejando quando deveria estar lamentando e se arrependendo por
causa da iminência do juízo divino. A eles, israelitas cativos em Quebar,
Babilônia, Deus enviou uma mensagem por Ezequiel: “Assim diz o Senhor: A espada, a espada está afiada e polida. Está afiada para matar, está polida
para reluzir. Por acaso ficaremos alegres?” (Ez 21.9-10). Um dia de juízo
estava chegando, e não era hora de festejar.
Sumiu das igrejas hoje o altar de lágrimas que as gerações anteriores
conheciam tão de perto. Num certo sentido, talvez, seja para o bem, já que ir
ao altar de arrependimento adquiriu um significado meritório, como se as
pessoas fossem salvas de acordo com a qualidade ou a quantidade de lágrimas que
produzissem, e não pela fé no Filho de Deus e na completa eficácia de sua obra expiatória
no Calvário. Contudo, seria espiritualmente muito mais proveitoso, em nossa
opinião, se houvesse menos risos e mais lágrimas entre nós.
A conversão deve trazer, em alguma medida, um espírito genuíno de humilhação
e confissão de pecados. Depois de ter uma verdadeira experiência com Deus, o
novo convertido sentirá júbilo do Espírito, mas somente se antes se colocou de
joelhos, em contrição e arrependimento. Precisa haver um Boquim (Jz 2.1-5), um
lugar de pranto, para o pecador penitente que se torna consciente de sua total
pecaminosidade, da perfeita santidade de Deus e da incomparável graça de Cristo
em morrer pelo pecado e pelo pecador.
Sim, podemos continuar na nossa jornada, regozijando-nos como o povo redimido
por Deus. Mas que Deus nos ajude a ficarmos conscientes, também, de sua santidade
e da seriedade desta hora. "Quem
sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus
feixes" (Sl 126.6).
Sem generalizar, mas entendo que grande parte das denominações agem como se fossem "botequins". Cada semana uma atração diferente com a finalidade de atrair mais clientes, e de conservar os já existentes. Fazem propaganda de um Deus bonzinho, que se assemelha a um Papai Noel, pois só quer festas e bastante público afim de distribuir grande quantidade de presentes.
ResponderExcluirAGOSTINHO ensinou que a Igreja é um "hospital", porém as nossas parecem mais com "clubes sociais".
Há uma pregação de Spurgeon -- www.vemver.tv/?p=2061 -- CULTO OU SHOW, que nos ajuda muito a entender todo esse "festejo gospel atual", que parece ter começado com alguns 'animadores' do século 19. É uma pregação bem atual.
Abraços.
Fabio,cristaodebereia.blogspot.com
Muito pertinente esse texto.
ResponderExcluirTenho que confessar. Está é umas das razões pelas quais nos últimmos tempos tenho cada vez mais menos vontade de ir onde atualmente estou. É com pesar que digo isso.
Anônimo,
ResponderExcluirAcho que mais importante que onde, é como nos reunimos. A mudança tem que começar em nós.
Em Cristo,
Clóvis