Creio na ressurreição da carne

Creio na ressurreição da carne e na vida eterna, amém.

Em primeiro lugar nos é ensinado aqui a esperar a ressurreição futura. Em virtude do mesmo poder com que ressuscitou a seu Filho dentre os mortos, o Senhor chamará a uma nova vida, fora do pó e da corrupção, à carne dos que morreram com anterioridade ao dia do grande Juízo. Os que se encontrem então com vida passarão à nova vida por uma repentina transformação, mas bem que pela forma ordinária da morte.

As palavras vida eterna se agregam para distinguir o estado dos bons daquele dos maus. A ressurreição, de fato, será comum para uns e outros, mas conduzirá a estados diferentes. Nossa ressurreição será tal que, uma vez ressurretos de corrupção para incorrupção, de morte para vida, e glorificados em nosso corpo e em nossa alma, o Senhor nos receberá na eterna bem-aventurança, sem possibilidade alguma de mutação e de corrupção.

Teremos uma verdadeira e completa perfeição de vida, de luz e de justiça, já que estaremos unidos inseparavelmente ao Senhor, que contém em si precisamente, como fonte que não pode esgotar-se, toda a plenitude.

Esta bem-aventurança será o Reino de Deus; esse Reino cheio de luz, de alegria, de felicidade e de plenitude. Estas realidades estão agora muito longe do conhecimento dos homens, e as vemos somente como num espelho e de uma forma confusa, até que chegue o dia em que o Senhor nos concederá ver sua glória face a face.

Pelo contrário, os réprobos e os maus que não procuraram nem honraram a Deus com uma autêntica e viva fé, não terão parte em Deus nem em seu Reino. Serão lançados na morte eterna e na corrupção incorruptível, com todos os demônios. E longe de toda alegria, de toda plenitude e de todos os outros bens do Reino celestial, condenados a trevas perpétuas e a eternos sofrimentos, se verão roídos por um verme que nunca morrerá e queimados por um fogo que nunca apagará.

João Calvino
In: Breve instrução Cristã

SEJA O PRIMEIRO A

Postar um comentário

"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

Sua leitura deste post muito me honrou. Fique à vontade para expressar suas críticas, sugestões, complemetos ou correções. A única exigência é que seja mantido o clima de respeito e cordialidade que caracteriza este blog.