Foi crucificado, morto e sepultado

Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu aos infernos
Estas palavras nos ensinam como realizou nossa redenção para a qual tinha nascido como homem mortal. Ele apagou a desobediência do homem, que provocava a cólera de Deus, por meio de sua obediência, fazendo-se obediente ao Pai até a morte. Se ofereceu em sacrifício ao Pai por meio de sua morte, para que se aplacasse a justiça do Pai de uma vez para sempre, para que todos os fiéis fossem santificados eternamente, para que se cumprisse a eterna satisfação. Derramou seu sagrado sangue como preço de nossa redenção para apagar a cólera de Deus, acesa contra nós, e para purificar-nos de nossas iniqüidades.

Nada existe nesta redenção sem mistério.

Padeceu sob Pôncio Pilatos, cuja sentença o condenou como criminoso e malfeitor, para sermos liberados com esta condena e absolvidos ante o tribunal do grande Juiz. Foi crucificado para suportar com sua cruz a morte que nos ameaçava, e para devorá-la, sem o qual ela mesma nos teria devorado e engolido a todos. Foi sepultado para sermos unidos a Ele pela eficácia de sua morte, sepultados com nosso pecado e liberados do poder do Diabo e da morte. E quando se diz que desceu aos infernos, isso significa que foi ferido por Deus e que suportou e experimentou o horrível rigor do juízo de Deus, interpondo-se Ele mesmo entre a cólera de Deus e nós, e satisfazendo por nós a justiça de Deus. Deste modo sofreu e suportou o castigo que merecia nossa injustiça, sendo assim que não havia nEle nem sombra de pecado.

Não é que tenha estado o Pai nunca irritado com Ele: como poderia ter-se indignado com seu Filho bem-amado, em quem colocava toda sua complacência? Por outra parte, como teria podido o Filho aplacar o Pai com sua intercessão, se o tiver irritado? Antes ao contrário, Ele carregou o peso da cólera de Deus no sentido de que, ferido e abrumado pela mão de Deus, sentiu em si todos os sinais da cólera e da vingança de Deus, até ver-se obrigado a gritar em sua angústia: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mateus 15:34, PJFA)

João Calvino
In: Breve Instrução Cristã

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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