A veracidade da narrativa do Gênesis

Depois disse Deus: “Haja [...]”. E disse Deus: [...]. E Deus viu que ficou bom. Gn 1:6, 9-10

Muitos alegam que há paralelos surpreendentes entre os mitos da criação do antigo Oriente Próximo (especialmente o épico babilônico conhecido como “Enuma Elish”) e o relato bíblico da criação citado em Gênesis 1. Porém, o que é mais notável em relação aos babilônios e às histórias bíblicas não são suas semelhanças, mas suas diferenças. Longe de copiar a narrativa babilônica, Gênesis 1 critica e faz objeção a sua teologia básica. Na mitologia babilônica, os deuses, amorais e caprichosos, disputam e brigam uns com os outros. Marduk, o mais soberbo dos deuses, ataca e mata Tiamat, a deusa-mãe. Em seguida, ele divide o corpo dela em duas metades, sendo que uma delas se transforma no céu e a outra, na terra. A julgar por este cruel politeísmo, é um alívio retornar à ética monoteísta de Gênesis 1, segundo a qual toda a criação é atribuída ao comando do único e verdadeiro Deus.

De acordo com o livro do Apocalipse, a adoração eterna no céu concentra-se no Criador:

Tu, Senhor e Deus nosso, és digno de receber a glória,
a honra e o poder, porque criaste todas as coisas,
e por tua vontade elas existem e foram criadas. Ap 4:11

Os cientistas continuarão a investigar a origem, a natureza e o desenvolvimento do universo. Porém, teologicamente falando, para nós basta saber que Deus criou todas as coisas por sua própria vontade, como expressão de sua simples e majestosa Palavra. Por isso é que se repete o refrão de Gênesis 1: “E Deus disse...”. Além disso, quando Deus contemplou sua criação, ele “viu que ficou bom”. Devemos, portanto, nos alegrar por tudo que Deus criou — tanto pela comida e bebida como pelo casamento e pela família, ou pela arte e pela música, pelos pássaros, pelos animais, pelas borboletas e por muitas outras coisas.

Pois tudo o que Deus criou é bom, e nada deve ser rejeitado, se for recebido com ação de graças. 1Tm 4:4

Para saber mais: Jeremias 10.12-16

John Stott

2 comentários:

  1. De fato a perspectiva mais liberal interpreta o relato de Gênesis como mito ou estória. Infelizmente é o que se tem sido ensinado em muitos seminários teológicos. Mas, nossa confiança está na eterna palavra de Deus que não muda.

    Fica na paz.
    www.cafeegraca.blogspot.com meu blog se possível dê uma olhada por lá e deixe um comentário.

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  2. Marco Antonio,

    Estou contigo na questão da suficiência e imutabilidade da Palavra de Deus.

    Em Cristo,

    Clóvis

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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