Somo justificados pela fé para obedecer a Lei

Da mesma forma que Cristo intercede por nós ante o Pai pela sua justiça, para que sejamos declarados justos, sendo Ele nosso advogado, assim também fazendo-nos participar de seu Espírito nos santifica para fazer-nos puros e inocentes. Pois o Espírito do Senhor repousou sobre Ele sem medida —o Espírito de sabedoria, de inteligência, de conselho, de fortaleza, de ciência e de temor do Senhor—, para que todos tomemos de sua plenitude e recebamos graça sobre graça que lhe foi dada.

Aqueles, pois, que se gloriam da fé cristã, enquanto estão inteiramente privados da santificação de seu Espírito, se enganam a si mesmos; pois a Escritura ensina que Cristo foi feito para nós não só justiça senão também santificação. O Senhor, por esta aliança que concertou conosco em Cristo, promete, ao mesmo tempo, que fará a expiação de nossos pecados e que escreverá sua Lei em nossos corações.

A obediência à Lei não está em nosso poder, senão que depende do poder do Espírito que limpa nossos corações de sua corrupção e os amolece para que obedeçam à justiça. Em diante o uso das Leis, para os cristãos, é absolutamente impossível fora da fé. O ensino externo da Lei não fazia senão acusar-nos de debilidade e transgressão. Mas, desde que o Senhor gravou em nossos corações o amor a sua justiça, a Lei é uma lâmpada para guiar nossos passos pelo reto caminho; ela é a sabedoria que nos forma, nos instrui e nos alenta a sermos íntegros; é uma regra, e não sofre ser aniquilada por uma falsa liberdade.

João Calvino
In: Breve Instrução Cristã

Um comentário:

  1. Clóvis, gostei muito. Vou tomar a liberdade de publicar esse artigo no Olhar Reformado, em nosso link sobre Teonomia e Lei de Deus.

    Abraços.

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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