Terceiro e quarto mandamentos

Terceiro Mandamento

"Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão" (Êx 20:7, ACF).

Nos proíbe aqui abusar de seu santo e sagrado Nome nos juramentos para confirmar coisas vãs ou mentiras, pois os juramentos não devem servir-nos para prazer ou deleite, senão para uma justa necessidade quando se trata de manter a glória do Senhor ou quando é necessário afirmar algo que serve para edificação.

E proíbe terminantemente que maculemos no mínimo seu santo e sagrado Nome; ao contrário, devemos tomar este Nome com reverência e com toda dignidade, segundo o exige sua santidade, trate-se de um juramento que nós pronunciemos, ou de qualquer coisa que nos propomos perante Ele. E já que o principal uso que devemos realizar deste Nome é invocá-lo, aprendemos que classe de invocação é a que aqui nos ordena. Finalmente, anuncia neste mandamento um castigo, com o fim que aqueles que profanem com injúrias e outras blasfêmias a santidade de seu Nome, não acreditem que poderão escapar de sua vingança.

Quarto Mandamento

"Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o SENHOR o dia do sábado, e o santificou" (Êx 20:8-11, ACF).

Vemos que promulgou este mandamento por três motivos: Primeiro, porque o Senhor quis, por meio do repouso do sétimo dia, dar a entender ao povo de Israel o repouso espiritual no qual devem os fiéis abandonar suas próprias obras para que o Senhor opere neles. Em segundo lugar, quis que existisse um dia ordenado para reunir-se, para escutar sua Lei e tomar parte em seu culto. Em terceiro lugar, quis que aos servos e a os que vivem sob o domínio de outro lhes fosse concedido um dia de repouso para poder descansar de seu trabalho. Mas isto é uma consequência, antes que uma razão principal.

Em quanto ao primeiro motivo, não há dúvida alguma de que cessou com Cristo: pois Ele é a Verdade com cuja presença desaparecem todas as figuras, e é o Corpo com cuja vinda se esvaecem todas as sombras. Pelo qual são Paulo afirma que o sábado era "a sombra do porvir". Do resto, declara a mesma verdade quando, no capítulo 6 da carta aos Romanos, nos ensina que fomos sepultados com Cristo, a fim de que por sua morte morramos à corrupção de nossa carne. E isso não se efetua num só dia, senão ao longo de toda nossa vida até que, mortos inteiramente a nós mesmos, sejamos transbordados da vida de Deus. portanto deve estar muito longe do cristão a observação supersticiosa dos dias.

Mas como os dois últimos motivos não podem contar-se entre as sombras antigas senão que se referem por igual a todas as épocas, apesar de ter sido ab-rogado o sábado, ainda tem vigência entre nós o que escolhamos alguns dias para escutar a Palavra de Deus, para romper o pão místico na Ceia e para orar publicamente. Pois somos tão fracos que é impossível reunir tais assembleias todos os dias. Também é necessário que os servos e os operários possam repor-se de seu trabalho.

Por isso foi abolido o dia observado pelos judeus —o qual era útil para desarraigar a superstição—, e se destinou a esta prática um outro dia —o qual era necessário para manter e conservar a ordem e a paz na Igreja. Se, pois, aos judeus se deu a verdade em figura, a nós se nos revela esta mesma verdade sem nenhuma sombra: Primeiramente, para que consideremos toda nossa vida um "sábado", quer dizer, repouso contínuo de nossas obras, para que o Senhor opere em nós por meio de seu Espírito. Em segundo lugar, para que mantenhamos a ordem legítima da Igreja, com o fim de escutar a Palavra de Deus, receber os Sacramentos e orar publicamente. Em terceiro lugar, para que não oprimamos desumanamente com o trabalho aos que nos estão sujeitos.

João Calvino
Breve Instrução Cristã

11 comentários:

  1. Aleluia!!
    " Vinde a mim todos que estais cansados e eu vos aliviarei... Jesus é o nosso sábado! o nosso descanso!! Deus o abençõe Clóvis tens um blog muito edificante!! Anderson Demoliner

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  2. Clóvis, achei que o texto era seu! rs

    Parabéns pela postagem, muito espíritual e edificante.

    Deus abençoe.

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  3. Neto, o Clóvis é bom, mas calma!!! nem tanto...

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  4. Anderson,

    Soli Deo Gloria! Fico feliz que o Cinco Solas lhe seja útil.

    Neto e Luciano,

    De fato, o texto não é meu, mas gostaria de tê-lo escrito!

    Aos domingos, durante 2011, publico um trecho da Breve Instrução Cristã, de João Calvino. Foi publicada em 1537 e considero essencial para quem quer conhecer um pouco do pensamento de Calvino sem ter ânimo de ler as Institutas.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  5. Onde está escrito nas Escrituras que o sábado foi ab-rogado?

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    1. Porque o Filho do homem até do sábado é Senhor.
      Mateus 12:8

      E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.
      Assim o Filho do homem até do sábado é Senhor.
      Marcos 2:27-28

      E dizia-lhes: O Filho do homem é Senhor até do sábado.
      Lucas 6:5

      Todas as coisas convergem para Cristo, o sábado era apenas uma sombra do verdadeiro descanso que viria em Cristo

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    2. Querido Pedro, o problema é os Sabatistas aceitarem isto!!!

      Em Cristo

      Anderson Demoliner

      Sola Gratia

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    3. Pedro, Anderson Demoliner e demais, a Palavra de Deus prova que antes do Sinai o Próprio Deus classifica o Sábado do 7º dia como Sua Lei e Mandamentos (Êxodo 16:4, 26 a 29). Prova incontestável, o que significa não há necessidade de prova mais nada a cerca da guarda do Sábado de Gênesis ao Sinai, ou antes do Sinai veja que Deus disse em Êxodo 16:4 “...para que eu o prove se anda em minha lei ou não”. É certo e incontroverso (para aqueles que crerem em Deus e em Sua Palavra) que Deus jamais iria exigir ou provar que seu povo andasse em uma Lei que eles desconheciam. Que Jamais um Deus justo, iria exigir e provar seu povo na guarda de um dia que eles desconheciam ou nunca tivesse ouvido falar.
      Veja a questão de Abraão e o Sábado, é incontroverso (mesmo para quem ensina o domingo que é o dia do Senhor) que Deus deu muito valor a guarda do Sábado a ponto de falar que o Sábado é sinal entre Ele e seu povo( Êxodo 31:13-Eze. 20:20) e de classificar o Sábado como Sua Lei(Êxodo 16: 4,28,29), e declarar que Abraão guardou a Sua Lei e Mandamento sem ter falado nada do Sábado com seu amigo Abraão e declarar que não faz coisa alguma sem antes revelar o Seu segredo aos seus servos e profetas(Amós 3:7). Só o fato de Deus ter declarado que Abraão alem de ser profeta, era Seu amigo já era o bastante para concluir que Abraão sabia e guardava o Sábado, mesmo se não tivesse a declaração Divina de Gen. 26:5. Observe Deus declarando que escolheu Abraão PARA ORDENAR "A SEUS FILHOS E A SUA CASA DEPOIS DELE, AFIM DE QUE GUARDEM O CAMINHO DO SENHOR E PRATIQUE A JUSTIÇA"(Gen. 18:19), O QUE SIGNIFICA QUE O SÁBADO ESTAVA INCLUÍDO. UMA COISA É VOCÊS NÃO ACEITAREM O SÁBADO DO 7º DIA HOJE, OUTRA COISA É DECLARAR, INSINUAR, ENSINAR QUE O SÁBADO NÃO FAZIA PARTE DO CAMINHO DO SENHOR E NÃO ESTAVA INCLUSA NA PRATICA DA JUSTIÇA DO V.T. ISSO É CEGUEIRA ESPIRITUAL. Continua
      Osmar ferreira-nadanospodemoscontraverdade@bol.com.br

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    4. Paulo declarou que devemos ser imitador dele como ele era de Cristo (I Cor. 11:1), que devemos ser imitador de Deus como filhos amados(Efésios 5:1). Portanto, o 1º ponto a ser levado em consideração é: se Paulo não guardava o Sábado do 7º Dia ele está mentindo em I Cor. 11:1, já que Jesus não só era e é o Senhor do Sábado como guardou e mostrou como guardá-lo. Mais uma vez observe que Paulo disse para sermos imitadores dele como ele era de Cristo ( I Cor. 11:1). Cristo guardava o Sábado do 7º Dia. Portanto, se Paulo não guardasse o Sábado do 7º Dia ele estava mentindo ao declarar que era imitador de Cristo. Paulo declarou que devemos ter o mesmo sentimento que houve em Cristo (Fil. 2:5 ). Qual era o sentimento de Cristo no contexto de dia de descanso quanto ao Sábado do 7º Dia? Ele anulou, mudou ou confirmou? Paulo declarou que devemos chegar a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo (Efésios 4:13). Paulo declarou que devemos viver para Cristo e não para nós(II Cor. 5:15). Paulo em Efésios 5:1 declara que devemos ser imitadores de Deus como filhos amados. E, a Palavra de Deus em Gen. 2: nos é declarado que Deus descansou no Sábado do 7º Dia, bem como deixa claro que para Deus o Dia do Senhor é o Sábado do 7º Dia( Isaías 58:13,14).

      Logo, não se pode usar os escrito por Paulo para alegar que não devemos mas observar o Sábado conforme está em Isaías 58:13,14 por força de I Cor. 11:1 e Efésios 5:1.
      Usam a N ova Aliança para negarem a validade do Sábado do 7º Dia, mas Observe que sobre a Nova Aliança a Palavra de Deus declara ser para Israel e para Judá, significando com isso que os Dez Mandamentos continuam em vigor aplicando-o na Igreja. Fala ao contrário é desonestidade teológica e doutrinária já que na Nova Aliança os gentios são agregados ao "Israel de Deus"(Gal. 6.16-Rom. 11:17,23). Veja mais uma vez que a Nova Aliança, em Hebreus 8:8,9,10 e 10:15,16, fala que a Aliança é firmada também com a casa de Israel que consiste em: “Porei as minhas leis no seu entendimento, E em seu coração as escreverei; E eu lhes serei por Deus, E eles me serão por povo”. Observe que eles vocês se incluem nessa Aliança que é chamada “de casa Israel”, mas rejeitam as leis que Deus garantiu que imprimiria e escreveria. É necessário lembrar que A PALAVRA DE DEUS ESTÁ REPRODUZINDO O QUE ESTÁ ESCRITO EM JEREMIAS 31:31. Portanto, o autor que cremos ser Paulo está se fundamentando nas Escrituras da época, para falar da Nova Aliança incluindo o israelita crente em Jesus e os gentios crentes em Jesus e as leis que inclui os Dez Mandamentos. Se não for assim, os gentios jamais poderiam ser incluídos na Nova Aliança pelo fato de está escrito que a Nova Aliança é com a casa de Israel e com a casa de Judá. Como se vê, Paulo não anula os Dez mandamentos que inclui a guarda e observância do Sábado do 7º Dia conforme Jesus e Paulo observaram. Portanto, ensinar diferente ultrapassa a Doutrina de Cristo(II João 9).continua
      Osmar ferreira-nadanospodemoscontraverdade@bol.com.br

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    5. Há de ser observado e ressaltado, que a Salvação veio dos judeus(João 4:21,22), que os Oráculos de Deus foram entregues aos judeus(Rom. 3:2-I Pedro 4:11) e a Nova Aliança também foram para a casa de Judá e a casa de Israel(Hebreus 8:8,9,10 e 10:15,16). Portanto, a solução para os gentios (figueira brava) foi através de Cristo ser enxertado (Rom. 3:17 a 24- Gal. 3:26,28,29-6:16), sem contudo, anular aquilo que Jesus não anulou(Mat. 5:17). Penso que não há dúvidas de que as igrejas da Judéia eram observadores do Sábado do 7º Dia, uma vez que o Texto Sagrado afirma que havia “paz por toda a Judéia... edificando-se no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em números”( Atos 9:31). Há de ser ressaltado que Jesus pregou e ensinou na Judéia como pode ser observado em Mat. 4: 25-19:1-João 4:47.E, dizer que Jesus ensinou contra a devida guarda do Sábado não é só sujeira, desonestidade como um ato diabólico. Há de ser ressaltado também, que foram os judeus e fariseus que acusaram Jesus de violar o Sábado e não Deus e Sua Palavra, até porque, se Cristo realmente tivesse violado o Sábado, Ele tria pecado ( Mat. 5:17,18,19). Portanto, não há como negar que as igrejas da Judéia guardavam o Sábado do 7º Dia. Então vejam o apostolo Paulo declarando que os da igreja dos tessalonicenses eram imitadores das igrejas de Deus da judéia(I Tes. 2:14).
      Osmar Ferreira-nadanospodemoscontraverdade@bol.com.br

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  6. Só algumas dúvidas quanto ao adventismo:
    1- Sendo o Domingo uma marca da Besta, (e fazer qualquer menção a esse dia pode implicar em condenação eterna - segundo o adventismo) por qual razão adventistas do sétimo dia abrem suas igrejas aos domingos para cultos?;
    2- Se o sábado cerimonial (se é que existe isso) foi abolido restando apenas o sábado moral, onde estão as novas instruções para a sua guarda correta no Novo Testamento?, se afirmarmos que a igreja observava o shabat então seria de acordo com toda a Lei passada, caso contrário novos preceitos não deveriam ser dados na Nova Aliança?;
    3- Se o cumprimento da Lei exige que não tropecemos em um único preceito para não sermos culpados de todos, como posso portar armas letais (no caso de ser policial) e ainda assim observar o shabat? visto que as armas letais não tem intenção alguma de fazer cócegas no meliante e o outro mandamento diz "não matarás;
    4- Ellen White "previu" que o adventismo estaria ele mesmo mergulhado na babilônia com tantos movimentos dissidentes?;
    5- Se eu observar o shabat de forma ortodoxa e sendo nele selado, conforme o adventismo, e ainda assim desejar a filha do ancião, perco a salvação?;
    6- Se partir do principio de que não houve cessação dos dons (carismas) e que os mesmos podem ser usados por qualquer fiel, então posso ter revelações superiores as da Sra. White?;
    7- O marido de Ellen White já havia ressuscitado quando ele falou com ela em sonho? Foi um espirito? Qual? Já que não existe imortalidade da alma...
    8- Se Jesus afirmou que o maior mandamento é amar a DEUS sobre todas as coisas, como a Sra. White viu em sua visão o 4o mandamento em destaque e superioridade ao primeiro?;
    9- Se a Lei é universal, por qual razão os judeus não pregam ou pregaram isso a toda a humanidade?
    10- Se Ellen White não é canônica ou não está no mesmo nível destes, peco então, em não aceitar os "espírito de profecia"?
    11- Ainda sobre o shabat: como guarda-lo biblicamente num calendário pagão?
    12 - Se eu tiver que escolher a igreja/religião verdadeira, qual seria a melhor opção: Adventismo da Divisão Sul-Americana, Movimento de Reforma, Adventismo da Promessa, Adventismo Messianico ou o mais recente Adventismo Remanescente?
    Me respondam ae. São apenas algumas duvidas cruéis.

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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