Pelagianismo e evangelização moderna

Um dia comecei a ler sobre Pelágio, o herege dos séculos IV e V, que fora tão combatido por Agostinho e por fim condenado pelo Concilio de Éfeso. Pelágio não só ficou conhecido por negar o pecado original, mas especialmente pelas suas idéias do livre-arbítrio fundamental do homem, que o faz capaz de querer e fazer (até mesmo o bem espiritual). Pelágio pensava a respeito da graça como sendo apenas uma ajuda externa de Deus, do Espírito Santo, para a alma humana; um tipo de ação que persuade o homem pela razão e o faz usar seu livre-arbítrio, sua capacidade de obedecer ou não a lei de Moisés e os ensinos de Jesus. Para Pelágio, a predestinação divina é algo que opera apenas de acordo com as qualidades das pessoas, as quais Deus prevê que terão. É algo baseado no mérito das pessoas. Dessa forma a fé não é um dom, e sim, uma obra meritória para levá-las à salvação. Assim, o homem pode tomar uma decisão por Cristo na dependência apenas de sua própria vontade, independente de Deus. Ou seja, tudo depende do homem.


Quando tomei conhecimento de tudo isso, comecei aperceber que muita da nossa evangelização é calcada em cima desses princípios, com apenas algumas mudanças (semipelagianismo), como o reconhecimento do pecado original do homem, sua enfermidade moral. Entretanto, continua defendendo que o homem é que dá o primeiro passo em direção a Deus, com suas próprias forças e, que por isso, Deus o recompensará. Todo o sistema de apelo por decisões está baseado nestes princípios, e não foi sem razão que Finney (pelagiano declarado) tenha sido o iniciador desse sistema de convidar pessoas a virem à frente, usando o livre-arbítrio, como demonstração de fé e conversão. Falar contra estas coisas hoje é provocar a ira de muitos. Os grande pregadores e missionários batistas, congregacionais e presbiterianos do passado sempre condenaram estes princípios não bíblicos, e a Igreja foi tremendamente abençoada por serem defensores das antigas doutrinas da graça, defensores de um evangelho centralizado na soberania de Deus, um evangelho que diz ser Deus o iniciador e consumador da nossa fé e da nossa salvação.

Manoel Canuto
In: A tocha dos puritanos

35 comentários:

  1. EU ACREDITO QUE O HOMEM POR SI SO NÃO VENHE A DEUS,DEUS O CONVIDA EO HOMEM ACEITA,O ESPIRITO SANTO O CONVENCE,EU ACREDITO NO LIVRE ARBITRIO,O HOMEM ESCOLHE SE QUE VIVER PARA DEUS OU NÃO.

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  2. Onde você encontrou a doutrina do livre-arbítrio na Bíblia?

    Clóvis

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  3. pode ser que não tenha a palavra livre arbitrio na biblia,mas tenhe significado dela,pois Deus convida o homem ao arrependimento e promete vida eterna joão 3.16,então me diga por que jesus veio?
    fique na paz Deus te abençõe,não estou pra criticar a sua opinião.

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  4. Olá a paz!
    Gostei mto do blog!
    To te seguindo, agora segue o meu também ta?!rs

    www.diegoiap.blogspot.com

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  5. Sara,

    Começando pelo final de seu comentário, pode ficar a vontade discordar, pois é assim que aprendemos uns com os outros. Ao discordar de você, pois, de forma alguma a estou desmerecendo.

    Você disse "pode ser que não tenha a palavra livre arbitrio na biblia" o que é verdade. Isso deveria nos fazer pensar um pouco sobre o assunto. Será que uma doutrina defendida de forma tão vigorosa por muitos não seria declarada na Bíblia? Veja por exemplo as palavras predestinação, eleição, propósito, decreto, etc. São todas bíblicas.

    Mas concordo com o fato de que a ausência do termo na Bíblia não encerra a questão, afinal, outros termos como Trindade não ocorrem no texto sagrado, embora seus conceitos possam ser derivados dele.

    "...mas tenhe significado dela"

    Para podermos verificar isso, precisaríamos definir o termo livre-arbítrio. O problema é que a maioria dos seus defensores não conseguem dar uma definição clara do termo. Talvez você seja uma exceção e possa me dar o significado do substantivo livre-arbítrio. Aí podemos pesquisar juntos se o significa está na Bíblia.

    "pois Deus convida o homem ao arrependimento e promete vida eterna joão 3.16"

    Deus prometer a vida eterna e convidar o homem ao arrependimento não é a mesma coisa que o homem ter livre-arbítrio. Pois aí estaríamos falando de uma coisa que Deus faz (prometer e convidar), e não de algo que homem tem. Concorda comigo?

    "então me diga por que jesus veio?"

    É uma boa pergunta, mas o que ela tem a ver com o homem ter ou não livre-arbítrio? Qual a conexão entre uma coisa e outra? De qualquer forma, a resposta para a pergunta é bem simples: Jesus veio para salvar.

    Agora, pense comigo. Será que Jesus não poderia salvar ou não precisaria vir, se o homem não tivesse livre-arbítrio? Creio que Deus pode salvar o homem, tenha esse livre-arbítrio ou não, pois para Deus não existe impossíveis. Estamos de acordo aqui?

    Então, resta a questão da necessidade da vinda de Jesus. Será que se o homem não tivesse livre-arbítrio a vinda de Jesus seria desnecessária? Para saber a resposta temos que nos perguntar por era preciso que Jesus viesse.

    A resposta é que a justiça de Deus precisava ser satisfeita, um preço precisava ser pago, para que o homem pudesse ser salvo. Logo, independente do homem ter ou não livre-arbítrio, para que Deus pudesse salvar alguém e continuar sendo justo, precisaria castigar o pecado na pessoa de Jesus. Como vê, a vinda de Jesus não tem nada a ver com o homem ter ou não livre-arbítrio.

    Analisando o que você colocou, concluímos que livre- arbítrio não ocorre e não é definido na Bíblia, que muitos defendem uma coisa que não sabem sequer conceituar e que no que diz respeito à promessa e convite de Deus, bem como a vinda de Jesus, o livre-arbítrio é irrelevante e inútil.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  6. Diego,

    Paz seja contigo. Fico feliz que tenha gostado do 5S, é tudo para a glória de Deus.

    Visitei rapidamente seu blog, à primeira vista gostei. Voltarei explorar com mais tempo.

    Deus o abençoe.

    Clóvis

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  7. clovis concordo com vc sobre que jesus veio salvar com certesa,e veio salvar todos aqueles que o aceitarem 2 pedro3.9;sabemos que nem todos serão salvos,mas ea vontade deDeus que todos se arrependam,e jesus fala do espirito santo que muda o homem joão 16.8,jesus mandou os dispulos evangelizar o reino dele,pois o homem pode escolher se segue a Deus ou não,o homem no escolhe se pode pecar ou não,do mesmo jeito no reino de Deus.mateus 7.13-14,nesse versiculo ele deixa uma escolha apesar de dizer que poucos querem seguir o reino,mas e uma escolha,e homem pode fazer isso mesmo sendo um pecador pode,apos ele aceitar jesus,Deus o tranforma em uma nova cristura.não estou dizendo que sou dona da verdade,apenas coloco aquilo que creio.fique na paz

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  8. Sara,

    Li seu comentário e irei reler com atenção mais tarde. Mas ainda não compreendi o que você entende por livre-arbítrio. O que livre-arbítrio significa?

    Em Cristo,

    Clóvis

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  9. pra mim livre arbitrio significa escolha,eu sou livre pra decidir o que eu quero ou não.estarei esperando sua resposta,fique na paz,Deus te abençõe.

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  10. Caros irmãos,

    Ao ler o texto não pude deixar passar desapercebida a mensagem 'o homem pode tomar uma decisão por Cristo na dependência apenas de sua própria vontade, independente de Deus. Ou seja, TUDO DEPENDE DO HOMEM.'

    De forma alguma TUDO DEPENDE DO HOMEM, pois, ainda que cada um seja responsável por sua salvação/perdição aceitando/recusando o sacrifício de Cristo em seu lugar, o acolhimento da salvação só é possivel porque antes Jesus se fez homem, habitou no meio de nós e tomou sobre Si as nossas iniquidades.

    Nosso poder de decisão, ou livre arbítrio, de nada valeria se antes não houvesse sacrifício. Sendo assim, não se pode afirmar que TUDO DEPENDE DO HOMEM.

    Assim também não se pode dizer que 'o homem é que dá o primeiro passo em direção a Deus', uma vez que foi Sua a iniciativa primária de oferecer-Se por nós.

    A própria definição de Graça já traduz-nos a natureza do ato divino de ofertar-nos um favor imerecido. 'Porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á'(Luc 11:10)

    A todo quanto aceita os méritos de Cristo há salvação. 'Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego.' (Rom 1:16)

    De que valeria o comissionamento de Jesus para que Seu evangelho fosse pregado a todo povo, língua e nação, se uns poucos apenas tivessem sido escolhidos para ser salvos?

    Como bem disse a Sara, de que valeria então a obra do Espírito Santo de convencimento e convertimento do pecado? João 16:7-10, Lucas 1:17...

    Queridos, Deus é essencialmente amor e ama todos os Seus filhos. Se o amarmos também, aceitaremos Sua salvação e Ele sempre nos receberá 'Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido por ele.' I Cor.8:3

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  11. Clóvis,

    Creio que seu blog está sendo vítima de um ataque dessa tal de Grace Ferrari. Ela publica o mesmo comentário em vários posts, o que prejudica os debates. Talvez ela pense que pelo muito falar irá calá-lo.

    Um ótimo motivo para moderar comentários é evitar esse tipo de problema.

    Graça e paz do Senhor,

    Helder Nozima
    Barro nas mãos do Oleiro

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  12. heleder nozima, esse blog ele e aberto pra qualquer um que queira falar.se vc não gostou do que a grace falou então saia.

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  13. Não, Helder, não se preocupe... não é nenhum 'ataque'! :-) A repetição se deveu a um erro de conexão, inclusive já apaguei os coments repetidos! O problema é que a cada tentativa de postava a net informava que a página não podia ser exibida!
    Fique em paz!

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  14. Helder,

    O blogger, ou o Cinco Solas apenas, apresenta um problema. Se a resposta for longa, como geralmente são as da Grace e minhas, dá uma mensagem de erro, "too large". Apesar disso, o comentário é publicado, embora não apareça de imediato.

    Por isso mensagens duplicadas, não apenas da Grace, mas de outros também.

    Além disso, descobri que o blogger, com critérios que só o blogger conhece, joga alguma mensagens na pasta de spam, não publicando. Descobri isso e 96 comentários, muitos deles repetidos, esta semana.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  15. Sara,

    Desculpe a demora. Você escreveu:

    "Pra mim livre arbitrio significa escolha, eu sou livre pra decidir o que eu quero ou não."

    Escolha, em si não é livre-arbítrio. Se livre-arbítrio significar apenas que o homem escolhe livremente de acordo com sua vontade e as inclinações de sua natureza, todos os calvinistas concordariam que o homem tem livre-arbítrio.

    Mas se livre-arbítrio significa poder da escolha contrária ou que o homem tem igual capacidade para optar entre o bem e o mal diante de Deus, então não temos livre-arbítrio.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  16. Grace,

    Apesar de você dizer "ao ler o texto não pude deixar passar desapercebida a mensagem", creio que você não o fez com a atenção devida e assim tirou do contexto a declaração 'o homem pode tomar uma decisão por Cristo na dependência apenas de sua própria vontade, independente de Deus. Ou seja, TUDO DEPENDE DO HOMEM'.

    Primeiro, o autor está explicando a implicação do pelagianismo. Não apenas calvinistas, mas também arminianos e até católicos romanos rejeitam a visão de Pedro Pelágio como herética. Portanto, de acordo com essa visão é que "tudo depende do homem".

    Em segundo lugar, o tema do texto é a evangelização e trata da resposta do homem. Neste sentido, o arminianismo (do qual o adventismo se considera herdeiro) é influenciado pelas teses do monge britânico. Segundo é apresentada a situação, Jesus já morreu na cruz e o evangelho é oferecido a todos, cabendo ao homem, de si e por si mesmo, aceitar tal oferta. O homem é visto como sendo capaz de fazer tal escolha.

    Você se alinha com esse pensamento ao dizer "nosso poder de decisão, ou livre arbítrio, de nada valeria se antes não houvesse sacrifício". Você admite um poder de decisão no homem natural, o qual é negado pela Escritura.

    Lembrando que estamos falando da reação do homem, e não de tudo o que teve que ser feito para a salvação, a sua declaração de que "não se pode dizer que 'o homem é que dá o primeiro passo em direção a Deus', uma vez que foi Sua a iniciativa primária de oferecer-Se por nós" permite que entendamos que uma vez que Jesus morreu (primeiro passo) agora é por conta do homem.

    Saindo do tema da capacidade moral do homem, você questiona a doutrina da eleição, nas palavras "de que valeria o comissionamento de Jesus para que Seu evangelho fosse pregado a todo povo, língua e nação, se uns poucos apenas tivessem sido escolhidos para ser salvos?". Ora, na própria comissão está implícito que embora a proclamação seja universal ("a toda criatura") apenas alguns irão crer ("quem crer").

    A questão, portanto, torna-se, porque alguns creem e outros não. Segundo Pelágio e os influenciados por ele, o fator determinante encontra-se no homem. De acordo com a Bíblia, creem "todos quantos estavam ordenados para a vida eterna" (At 13:48). Assim, a eleição, longe de ser um desestímulo para a pregação, é um grande incentivo, pois temos a certeza de que todos os que foram eleitos na eternidade crerão na história.

    Visto dessa forma, também não cabe o questionamento da Sara, reforçado por você, "de que valeria então a obra do Espírito Santo de convencimento e convertimento do pecado?". Ora, esta obra não é apenas uma obra persuasiva, mas regeneradora, sem a qual ninguém poderia crer. Sendo ela eficaz como a Bíblia diz que é, somente os eleitos podem ser objetos dela, do contrário, todo mundo creria. "Aos que predestinou a estes também chamou" (Rm 8:30) é o testemunho bíblico.

    Assim, no que diz respeito à proclamação do evangelho, ela é universal, como universal é a incapacidade do homem de responder positivamente a ela. Contudo, alguns respondem, pela operação poderosa do Espírito Santo em seus corações, tornando-os novas criaturas.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  17. Clóvis,

    Entendi que o texto trata da visão pelagiana, mas, assim como o autor, Manoel Canuto, quis expressar meu ponto de vista contrário ao ensinamento de que TUDO DEPENDE DO HOMEM.

    Sim, eu creio que o homem tem poder de escolha na aceitação ou não da salvação oferecida por Cristo. Minha crença se baseia nos relatos bíblicos, desde o Gênesis, quando, no pré-queda, foi dado a Adão e Eva o direito de viver uma vida santa, abstendo-se do fruto proibido e assim do pecado (Gên. 2:16 2 17 / 3:17), ou quando, no pós-queda, Abel ofertou a Deus o que Ele pedira, enquanto Caim agiu conforme sua vontade (Gên. 4:3-5).

    Já, nos primeiros capítulos do primeiro livro bíblico, Deus revela o papel do homem no plano da salvação: 'Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à sua porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.' (Gên. 4:7).

    O mesmo conceito se estende até o Apocalipse: 'E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras.' (Apoc. 22:12) 'Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida.' (Apoc. 22:17)

    A aceitação ou a crença é fruto da ação do Seu Santo Espírito: 'ninguém pode dizer: Senhor Jesus!, senão pelo Espírito Santo.' (I Cor. 12:3), que é 'a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.' (João 1:9)

    O Espírito Santo convoca ao arrependimento, à confissão e à conversão (João 16:7 e 8). Há sempre esperança de salvação quando atentamos à Sua voz: 'diz o Espírito Santo: hoje, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais o vosso coração.' (Heb. 3:7 e 8). No entanto, resistir, endurecer nos faz próximos ao 'apagar os Espírito', de I Tess. 5:19.

    Assim, vejo evidenciado por toda a Bíblia o convite divino, operado tanto através da pregação de Sua palavra, como pela ação de Seu onipresente Espírito (Sal. 139:7-10).

    Em Cristo,

    Grace.

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  18. Grace,

    Para mim tem sido proveitosa nossa conversa. Quem dera pudéssemos sempre manter nossos debates num clima de cordialidade. Ainda que discordemos, prossigamos.

    Preciso esclarecer um ponto, para que compreenda bem sua posição, que para mim está um pouco confusa, provavelmente por limitação minha, pois em geral você se expressa muito bem.

    Primeiro você diz "sim, eu creio que o homem tem poder de escolha na aceitação ou não da salvação oferecida por Cristo". Depois afirma "a aceitação ou a crença é fruto da ação do Seu Santo Espírito".

    Você crê que o homem tem em si e de si mesmo poder para aceitar ou não a mensagem do evangelho? Isto parece ser afirmado na primeira declaração e negado na segunda.

    Ou você crê que o homem só tem capacidade de aceitar ou não a mensagem do evangelho mediante a operação do Espírito Santo.

    Ficarei grato se esclarecer.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  19. Clóvis,

    Concordo com as suas palavras quanto ao aproveitamento do debate! :-)

    Eu creio que o Espírito Santo exorta ao arrependimento e motiva a conversão; Sua influência atinge a todos; há os que aceitam-Lhe a voz, assim como há os que Lhe resistem.

    Assim, a aceitação é motivada pelo Espírito, mas comprovada pela vontade humana.

    Caso queira que eu detalhe o raciocínio, posso fazê-lo.

    Fique em paz,

    Grace.

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  20. Grace,

    "Eu creio que o Espírito Santo exorta ao arrependimento e motiva a conversão; Sua influência atinge a todos; há os que aceitam-Lhe a voz, assim como há os que Lhe resistem."

    Creio que entendi. Conforme você entende, o Espírito santo age de maneira geral, mas essa atuação, ainda que necessária não é determinante, sendo a vontade do homem o fator decisivo na conversão.

    Terei isso em mente na sequência de nossa conversa.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  21. Grace,

    Vou comentar de forma contagotante suas afirmações acima, pedindo que aponte caso eu tenha compreendido de forma equivocada alguma ponto.

    1. O poder de escolha antes da Queda

    Você escreve "eu creio que o homem tem poder de escolha na aceitação ou não da salvação oferecida por Cristo", recorrendo, em primeiro lugar, ao "Gênesis, quando, no pré-queda, foi dado a Adão e Eva o direito de viver uma vida santa, abstendo-se do fruto proibido e assim do pecado (Gên. 2:16 2 17 / 3:17)".

    Quando você se refere ao "poder de escolha", estou inclinado a aceitar que o homem o tenha, se com isso você quiser significar que o homem tem capacidade "de realizar escolhas". Pois de fato, escolhas são colocadas diante dele e ele as faz. Mas de acordo com a Bíblia, não há que se falar em capacidade de realizar boas escolhas por si mesmo, ou seja, diante da oferta da salvação, o homem não capacidade inerente de aceitar ou rejeitar igualmente. Crer nisso é ignorar os efeitos da Queda.

    Porém, quando você se refere a Adão e Eva, como tendo o direito de viver uma vida santa abstendo-se do fruto proibido, eu concordo com você, ressalvando que vida santa não é direito, é dever e dever de todo homem.

    Mas note, por favor, que o estado da natureza humana antes da queda difere da condição natural do homem caído, depois da Queda. Então, para simplificar, afirmo que se o homem algum tempo teve um livre-arbítrio que o capacitava escolher tanto o bem como o mal, foi antes da Queda. Novamente, pensar que o homem caído tem a mesma capacidade, é ignorar ou fazer pouco caso dos efeitos da maior tragédia humana.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  22. 2. A oferta de Abel e o poder de escolha

    Você continua seu texto dizendo que "no pós-queda, Abel ofertou a Deus o que Ele pedira, enquanto Caim agiu conforme sua vontade (Gên. 4:3-5)", o que provaria o poder de escolha do homem.

    Lembrando que tenho em vista a capacidade do homem de fazer, por si mesmo, boas escolhas espirituais, o fato em si não prova, nem nega o livre-arbítrio. O relato diz simplesmente que "E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta. Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante" (Gn 4:3-5).

    Notemos, de início que a aceitação da pessoa precede a aceitação da oferta: "atentou o Senhor para Abel... Mas para Caim... não atentou". O cerne da questão não é a oferta, mas o ofertante. Uma vez que o ofertante seja aceito, a oferta o será.

    Mas podemos olhar um pouco mais Além. Por que Deus aceitou Abel e sua oferta? Hebreus nos informa que "pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala" (Hb 11:6). O que movia Abel era a fé, que o levou a oferecer um sacrifício que apontava para "Jesus, o Mediador da nova aliança, e ao sangue da aspersão que fala coisas superiores ao que fala o próprio Abel" (Hb 12:24). Portanto, Abel era da fé.

    E quanto a Caim? A Bíblia diz "que era do Maligno e assassinou a seu irmão; e por que o assassinou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas"(1Jo 3:12). Judas refere-se a "certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação" (Jd 1:4), sendo que os tais homens "prosseguiram pelo caminho de Caim" (Jd 1:11) e para os "quais tem sido guardada a negridão das trevas, para sempre" (Jd 1:13). Caim era do maligno.

    Comparando as duas situações, concluímos que Caim ofereceu melhor sacrifício porque estava na fé ("sem fé é impossível agradar a Deus" Hb 11:6) e não na carne ("os que estão na carne não podem agradar a Deus" Rm 8:8) enquanto que Caim, não sendo da fé, era do maligno.

    Nem os dois não estavam na carne, nem os dois estavam no Espírito. Daí o relato bíblico de um ser aceito e o outro não, bem como suas respectivas ofertas.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  23. 3. Caim e o poder de escolha

    Deixando de lado a comparação entre Abel e Caim, notemos mais algumas informações bíblicas sobre este último. Você diz que em Gn 4:7 "Deus revela o papel do homem no plano da salvação", haja vista que o Senhor disse ao irado Caim "se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à sua porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo" (Gn 4:7).

    Supostamente, o homem teria capacidade de ser aceito por bom comportamento e tem, em si mesmo, capacidade para dominar o mal. Ora, concluir isso dessa passagem é admitir a salvação pelas obras. Duvido que você queira ir nessa direção.

    O que o Senhor está afirmando é que se alguém cumprir perfeitamente a Lei será aceito diante de Deus através dela. "Ora Moisés descreve a justiça que é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viverá por elas" (Rm 10:5).

    O problema não está na declaração de Deus, pois Jesus cumpriu a lei e foi aceito por Deus como homem. O problema está na incapacidade do homem, pois ninguém estando na carne pode fazer o bem. "Porventura pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal" (Jr 13:23). Pela nossa experiência só podemos dizer "na verdade sei que assim é; porque, como se justificaria o homem para com Deus?" (Jó 9:2).

    Este fato e a verdade de que o homem natural é escravo e não senhor do pecado, é exemplificado no próprio texto em apreço. "E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel, e o matou" (Gn 4:8).

    A história de Caim ensina o seguinte: o homem tem a escolha e o dever de fazer o bem. Mas não tem a capacidade natural para tal. Se pudesse, seria aceito nestas bases. Não pode, então depende da graça regeneradora do Espírito Santo.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  24. 4. Apocalipse 22 e o poder de escolha

    Finalizando minha consideração ao seu arrazoado sobre a capacidade do homem de escolher o bem espiritual, te acompanho a Apocalipse 22.

    Você diz "o mesmo conceito se estende até o Apocalipse". Mas como você pulou de Gênesis para o livro da Revelação, fiquei curioso que exemplo você teria a me dar, no entremeio desses dois livros, de alguém que tenha feito o bem espiritual utilizando para isso o seu livre-arbítrio. Aliás, ainda estou para ver um exemplo só em toda a história da humanidade, de um único homem que tenha tido sucesso contra o pecado utilizando para isso o seu livre-arbítrio.

    Mas vamos aos textos, que dizem "comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras" (Ap 22:12) e "aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida" (Ap 22:17). Ensinam esses textos o poder do homem natural de escolher o bem espiritual? Sem violência eisegética, de forma alguma.

    O primeiro refere-se à justiça retributiva de Jesus, que dará a cada um segundo a sua obra. Sabemos que o crente não será salvo por obras próprias, mas pela perfeita obra de Jesus. E as obras que os crentes são "as quais Deus preparou para que andássemos nelas" (Ef 2:10) e sabemos que "Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade" (Fp 2:13).

    Já as obras dos ímpios são pecado, pois "tudo o que não provém de fé é pecado" (Rm 14:23). Ou seja, diante de Deus, nenhuma obra do homem natural é aceitável. Assim, o homem é incapaz por si mesmo de fazer o bem aceitável diante de Deus, mas é responsável e será punido por suas obras más.

    O outro texto fala da oferta, mas nada diz da vontade ou capacidade do homem de ir a se apropriar do que é sinceramente ofertado. Outros textos falam. Por exemplo, Jesus disse "não quereis vir" e "não quisestes". Também disse "ninguém podem vir a mim se o Pai não o trouxer".

    Quando Jesus disse "sem mim, nada podeis fazer", com certeza incluía ir a Ele e receber o evangelho.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  25. Clóvis,

    Estou com o tempo meio apertado esta semana, mas assim que possível, farei minhas considerações.

    Agradeço suas esplanações!

    Fique com Deus,

    Grace

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  26. Clóvis,

    Não sei o quanto poderei escrever agora, mas iniciarei minhas considerações.

    Em primeiro lugar, você diz que um dos efeitos da queda é a impossibilidade do homem fazer boas escolhas. Discordo.

    O pecado trouxe separação entre Deus e o homem, trouxe morte como consequência inescusável. No entanto, ao Cristo fazer-Se homem e sofrer a morte que nos era merecida, o abismo entre a humanidade e a divindade foi transposto e a salvação oferecida aos que nEle creem.

    Desta forma, Cristo é a boa escolha exposta no Calvário, relatada nas Escrituras e testemunhada por seu Santo Espírito a toda criatura.

    Desde sempre, pessoas escolhem ou não aceitá-Lo; no passado, escolhas pronunciadas pela execução de rituais que prefiguravam Sua vinda e, no pós-cruz, pela fé no sangue derramado de Cristo.

    Sua declaração de que Deus aceitou o ofertante e não a oferta, no episódio de Caim e Abel, possui um equívoco importante. Sim, Deus perscruta os corações e conhece as intenções e motivações de qquer adorador e os julga conforme elas, segundo relatado em Lucas 21:1-4, quando contrapõe a singela e sincera doação da viúva às vultuosas e egoístas doações dos ricos. No entanto, há que se considerar o caráter de obediência da oferta de Abel em contraste à desobediência de Caim. O holocausto que agradava a Deus era o que continha derramamento de sangue, pois era o único que apontava a morte sacrificial de Cristo.

    Hebreus fala claramente da aceitação da oferta de Abel e não de uma predileção por sua pessao, em detrimento a Caim: 'Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala.' (Heb. 11:4)

    A concepção da aceitação do ofertante, no caso Abel, mediante uma eleição prévia do mesmo não possui nenhuma explicitação bíblica, antes é uma interpretação baseada na aplicação de um conceito descontextualizado.

    Uma leitura bíblica, iniciada no Gênesis, sem pré-concepções eleitistas jamais concluiria uma predileção divina pelo ofertante em contraposição à oferta.

    Para mim é clara a escolha de Abel pelo sacrifício agradável a Deus, enquanto seu irmão escolheu ofertar o que lhe aprouve.

    Em Cristo,

    Grace.

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  27. Clóvis,

    Reafirmo que 'em Gn 4:7 "Deus revela o papel do homem no plano da salvação", haja vista que o Senhor disse ao irado Caim "se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à sua porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo" (Gn 4:7).'

    Embora você diga que 'Supostamente, o homem teria capacidade de ser aceito por bom comportamento e tem, em si mesmo, capacidade para dominar o mal', não foi isso o que eu disse.

    Já fiz diversas declarações em outros (e talvez neste) posts de que creio na apropriação da justiça imputada por Cristo através da fé, ao que chamamos 'justificação pela fé'.

    Creio ainda que a fé deve, obrigatoriamente, produzir bons frutos, boas obras, para que seja evidenciada publicamente, conforme explica-nos Tiago no capítulo 2 de sua epístola. A vida, pós-fé, em conformidade com o divino propósito é o que chamamos 'santificação'.

    A perfeita obediência, contudo, só poderá ser alcançada quando formos, enfim, remidos com Cristo Jesus, por ocasião de Sua vinda, ao que chamamos 'glorificação'.

    O verdadeiro crente, aquele em quem está a fé, age em obediência à vontade de Deus. Isso foi o que vimos em Abel e poderíamos ter visto em Caim, se ele também tivesse crido.

    Em Suas palavras, Deus disse a Caim que a suas atitudes desobedientes externavam o que havia em seu coração, mas que suas escolhas (aceitar ou não a fé) poderiam ser revertidas, se ele assim o desejasse: 'a ti cumpre dominá-lo.'

    Deus ofereceria a Caim fé e forças, em Seu Espírito, para agir conforme Sua vontade, se Caim o desejasse, mas não o desejou. Se tivesse aceito a fé, ele, consequentemente, procederia bem e externaria Sua aceitação.

    O que quero ressaltar é que não há como se concluir, mais uma vez, que Caim tenha sido despreterido previamente por Deus, simplesmente porque não é isso o que o texto diz.

    O relato mostra um filho desobediente, procurado e advertido por Deus, que lhe 'recapitula' a necessidade do bem proceder para que seja aceito por Ele. (Creio não ser preciso reafirmar que o bem proceder seja consequência da fé)

    A mesma busca por Caim e oferta de salvação feita a ele, é a que Cristo continua fazendo hoje: 'Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor' (Atos 3:19).

    Não vejo Deus pré-selecionando Seus filhos, mas estendendo a todos a possibilidade de remissão.

    Em Cristo,

    Grace.

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  28. Clóvis,

    Com este ponto de vista: desconsideração pela pré-concepção da eleição divina, sugiro nova leitura dos relatos bíblicos. Ver-se-á que muitos foram os que escolheram seguir a Deus, arrependeram-se de seus maus caminhos e converteram-se a uma vida de santidade (evidência de sua aceitação).

    José escolheu bem proceder, honrando o nome de Deus e não se entregando ao adultério com a esposa de Potifar (Gên. 39:8 e 9).

    Rute escolheu servir o Deus de Israel (Rute 1:16 e 17).

    Saul, o escolhido e ungido por Deus, preferiu andar conforme sua própria vontade e desagradar a Deus, chegando a tirar sua própria vida (II Sam. 31:4).

    Nabucodonosor arrependeu-se de sua autosuficiência e arrogância, reconhecendo a inteira dependência do Deus Vivo (Daniel 4:34).

    Manassés, depois de uma vida abominável, ouviu a advertência divina, arrependeu-se de seus pecados e convocou a nação a uma reforma (II Crôn. 33: 12 e 13). Já Amon, seu filho, não escolheu o mesmo caminho de humilhação e fez o que era mau perante o Senhor (II Crôn. 33:23).

    A despeito das dificuldades enfrentadas, escolheu Jó honrar ao Senhor (Jó 19:25).

    Mesmo tendo vivido até ali em pecado, o ladrão na cruz reconheceu a Cristo com seu Salvador (Lucas 23:39-42).

    Judas, mesmo tendo sido um dos escolhidos por Cristo, revelou, por suas escolhas, o caráter do inimigo (João 6:70).

    Há muitos outros que escolheram servir a Deus, assim como há os que O rejeitaram. Em suas histórias não há menção alguma a terem sido eleitos à salvação, mas a todos foi dada oportunidade de aceitação e rejeição.

    Oportunidade que é ainda ofertada e será até que Cristo venha e nos dê o seu julgamento:'E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras.' (Apoc. 22:12)

    Em Cristo,

    Grace.

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  29. Grace,

    Não sei se terminou sua contra-argumentação. para melhor ordem de nossa conversa neste assunto, vou responder depois de meditar na totalidade de sua resposta.

    Assim, me avise quando terminar suas ponderações ao que escrevi.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  30. Clóvis,

    Concordo quando diz que: 'A história de Caim ensina o seguinte: o homem tem a escolha e o dever de fazer o bem. Mas não tem a capacidade natural para tal. Se pudesse, seria aceito nestas bases. Não pode, então depende da graça regeneradora do Espírito Santo.'

    De fato é Deus quem capacita para que se opere o bem, através de Seu Santo Espírito, contudo para que se aceite que esta concessão é feita apenas aos pré-destinados a salvação não poderia haver quem rejeitasse o Espírito, como já detalhei em outro post.

    A eleição divina deveria ser pormenorizada e evidenciada explicitamente em toda a Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse e incluindo esses.

    Contudo não é isso o que se vê na totalidade das Escrituras. Ainda que haja versos que mencionem 'eleição' ou 'predestinação' à salvação, quando esses termos são compreendidos tendo em vista a antevisão divina seus significados encontram coerência desde a instituição do holocausto que tipicava a morte de Cristo até à Sua Redenção final, por ocasião da segunda vinda.

    Não posso concordar que não haja conotação de direito de escolha em Apocalipse 22:17, 'aquele que tem sede venha,e quem quiser receba de graça a água da vida.' Tampouco posso imprimir a esse texto a idéia da eleição predeterminista de Deus.

    Os convites alusivos a aceitação ou não à salvação, ao longo de toda a Bíblia, perdem seu significado e força quando se entende que só poderão aceitá-lo aqueles que Deus determinou.

    A ação regeneradora do Espírito Santo, que não se atem a um espaço delimitado, mas pode alcançar a todos através de Sua onipresença, redimensionando imensuravelmente o alcance do Evangelho, tem Sua importância diminuída quando se entende que Ele agirá somente naqueles que Lhe ouviram a voz.

    Evidente que creio que Deus conhece de antemão os que serão salvos, mas isso sequer O fez abdicar o direito de julgamento de todos os indivíduos. O juízo divino é também injustificado quando se crê que não foi concedida oportunidade de salvação a todos.

    Mais importante ainda é que a acusação inicial de Satanás de ser impossível ser fiel a Deus seria, então, verdadeira.

    Podemos nos ater em cada história bíblica pormenorizadamente, se assim for necessário, mas não encontraremos explicitação alguma de que alguém tenha sido salvo mediante a eleição divina sem que esse indivíduo assim o tenha desejado.

    Dou graças a Deus porque 'onde abundou o pecado, superabundou a graça' (Rom 5:20), o que me faz crer que Sua graça excede a malignidade do pecado e pode atingir a todos os quais o pecado alcançou.

    Em Cristo,

    Grace

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  31. Não quero responder de sopetão, deixe eu ler e analisar seus argumentos devagar.

    Durante a semana que vem lhe respondo, onde couber resposta.

    Ótimo final de semana para você.

    Em Cristo,

    Clóvis

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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