Desprezível deus

O Deus deste século vinte não se assemelha mais ao Soberano Supremo das Escrituras Sagradas do que a bruxuleante e fosca chama de uma vela se assemelha à glória do sol do meio-dia. O Deus de que se fala atualmente no púlpito comum, comentado na escola dominical em geral, mencionado na maior parte da literatura religiosa da atualidade e pregado em muitas das conferências bíblicas, assim chamadas, é uma ficção engendrada pelo homem, uma invenção do sentimentalismo piegas. Os idólatras do lado de fora da cristandade fazem “deuses” de madeira e de pedra, enquanto que os milhões de idólatras que existem dentro da cristandade fabricam um Deus extraído de suas mentes carnais. Na realidade, não passam de ateus, pois não existe alternativa possível senão a de um Deus absolutamente supremo, ou nenhum deus. Um Deus cuja vontade é impedida, cujos desígnios são frustrados, cujo propósito é derrotado, nada tem que se lhe permita chamar Deidade, e, longe de ser digno objeto de culto, só merece desprezo.

A. W. Pink
In: A soberania de Deus

10 comentários:

  1. Por que para um calvinista a soberania é tão importante? Viria ela em primeiro lugar?

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  2. Roger,

    A Soberania é tão importante para um cristão, porque ele tem a visão correta de Quem Deus é.

    O "primeiro lugar" pertence a Deus "todo". O problema com a Soberania é que normalmente querem tira-la do seu lugar; isso desde o jardim...

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  3. Existe algum Deua, se não for Soberano? Ele é Soberano pq é Deus ou é Deus pq é Soberano???
    calvinismo é isso... Vê Deus no seu lugar.

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  4. Roger,

    Bom te-lo aqui.

    "Por que para um calvinista a soberania é tão importante? Viria ela em primeiro lugar?"

    Sendo a soberania de Deus o exercício de Sua supremacia e a expressão de Suas perfeições, não existe outra atitude para um crente que queira contemplar Deus sem diminuir Sua glória. Equivoca-se quem pensa na soberania como um atributo, como o amor de Deus e então procura definir sua importância relativa. O soberania não é um atributo divino, repito.

    Sendo assim, não tem sentido em discutir se ele vem em primeiro, segundo ou terceiro lugar. Pois o amor de Deus é soberano, como o são Sua graça, santidade e justiça.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  5. Neto,

    sua resposta me fez lembrar de um amigo que dizia que Deus não quer o último lugar na vida de uma pessoa, nem o segundo, nem o primeiro. Deus quer todos.

    Luciano,

    não sei... A idéia de soberania está muito ralacionada a poder. O Soberano, O Todo Poderoso. Tenho a impressão que Jesus foi aos poucos deslocando o eixo da questão "poder" para "relacionamento".

    Clóvis,

    entendi que amor pode ser um atributo, um adijetivo: Deus é amoroso. Mas a mesma coisa é com soberania. Deus tem soberania. Por outro lado ambos são Deus: O Soberano e o Amor (Afinal Deus é amor). Ou não?

    Acho que vocês vão acabar me convencendo que sou adepto da teologia relacional...

    Abraços fraternos,

    Roger

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  6. Roger ; Como Jesus deslocou 'de poder, para se relacionar'?
    o que vc quer dizer com isso...?

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  7. Luciano,

    a cruz retrata bem o que quero dizer. Para nós ela é simbolo de amor, de paixão, e por isso de poder. O evangelho da cruz é o poder de Deus...

    Mas para os que se perdem ela é escândalo, loucura, sinal de fraqueza, de impotência, de captulação e não de soberania.

    Quero dizer com isso que de Gênesis até o Evangelho de Mateus, a ênfase estava em um Deus "todo poderoso", forte, imbatível. Ainda que no VT era o mesmo Deus amoroso e ralacional, dificilmente se imaginaria um Deus feito homem, ou bebê, e muito menos crucificado. Justamente por causa da fraqueza, da impotência dessas realidades.

    Quando a vontade do Deus Filho entra em conflito e é impedida pela vontade do próprio Deus Pai, Deus se torna evidentemente fragilizado em sua soberania. Nesse ponto eu vejo, o eixo central, a ênfase da Palavra de Deus, se deslocando de poder para amor, de autoridade para relacionamento.

    Resumindo, o poder é um meio, o relacionamento um fim. A cruz e a ressureição demonstraram o poder de Deus, usado para um fim: reconciliação entre homem e Deus, restauração de um relacionamento.

    Pelo menos é assim que entendo e creio

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  8. Roger,

    Gostei de sua análise e tendo a concordar com você. Apenas discordo que Deus tenha mudado de poderoso para relacional. Pois embora na cruz Deus estivesse reconciliando o mundo consigo estava exercendo seu poder. Que outro ser poderia fazer o que Ele fez na cruz?

    Insisto, soberania e amor são termos pertencentes a classes diferentes. O amor é uma característica divina. Soberania é, por assim dizer, uma consequencia natural do conjunto de características divina. Portanto, é descabido falar em termos do que é mais importante ou prioritário.

    E sim, você é TR. Se não se vê assim, é devido ao seu relativismo exacerbado.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  9. Clóvis,

    Aproveitando oque o Roger disse sobre a cruz ser símbolo de amor para os crentes e para os descrentes loucura, gostaria de sua opnião envolvendo a cruz. Onde congrego não temos nehum símbolo (físico), mesmo a cruz, pois vem a questão que todo aquele que é pendurado no madeiro é maldito e que então Crsito se fez maldição por nós. Sei da centralidade da cruz, mas hoje em dia a cruz é usada para enfeitar e outros, pois perdeu o significado da época de Cristo, onde era algo profano e de certa maneira isso diminui o impacto da pregação da loucura da cruz. Enfim diga-me como vê essa questão...

    Em Cristo

    Márcio

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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