Maria, mãe de Deus?

A expressão Maria, mãe de Deus provoca uma reação imediata nos cristãos evangélicos. Não sem motivo, visto que é imediatamente relacionado com os dogmas marianos romanistas, que procuram exaltar a pessoa de Maria, como mãe da igreja. O que para nós protestantes não passa de idolatria, um retorno às antigas religiões que adoravam Mãe e Filho.

Porém, na sua origem, o termo theotokos visava combater uma heresia chamada nestorismo e reafirmar a unipersonalidade e dupla natureza de Jesus Cristo. Portanto, nada tinha de errado e foi inclusive necessária para defender a verdade bíblica sobre a pessoa de Jesus Cristo, embora seu uso moderno esteja sujeito a confusão e o romanismo claramente faça um uso inapropriado do termo, visando exaltar a mãe e não o Filho.

O pastor Zwinglio Rodrigues escreveu um artigo muito bom sobre o tema. Concordo com a conclusão dele, de que Maria é mãe do Deus-Homem Jesus Cristo. Recomendo que você o leia, e tire suas conclusões. 

39 comentários:

  1. Caro irmão.Voce foi até onde se pode ir. Sem dúvida, Maria é mãe de Jesus, que acreditamos ser divino. Todavia quero alertar do perigo de concluir, à luz do unicismo, que ela é a mãe do próprio Deus. O que seria uma blasfemia. Há que se acrescentar que Jesus nasceu de Maria sem a intervenção de um homem, e por isto é Filho do Homem; e nasceu de Deus sem a participação de uma mãe, por isto é Filho de Deus.

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  2. Acessei o link para ler o texto todo e aproveitei para ver outros textos. Ao que pude perceber o Pr. do link é arminiano e contrário a perseveração dos crentes. Creio ser útil quando indicado algum site ou link alertar sobre as doutrinas contrarias ao nosso credo para não confundir algumas pessoas.

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  3. Maria é mãe de Deus. No contexto de 'calcêdonia', na verdade, quem negava que Maria era mãe de Deus era herético. Me lembro de um pr presbiteriano dizer que essa é uma exeção que 'temos' do credo...(tentei explicar, mas ele não aceitou) e infelizmente com a influencia evangelica ignorante, muitos hoje tb acham que exite um erro teológico nisso. Dizer que Maria é mãe de Deus não existe erro algum. Tendo em mira calcêdonia não. Mas não podemos dizer.

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  4. Irmão Voltaire, 'se' Maria não é mãe de Deus, vc nega a unidade da pessoa do redentor. Cuidado vc blasfemar. É uma indisposição teológica achar que ao dizer 'mãe de Deus', os protestantes que sabem da história estão querendo dizer 'geração' do eterno. Jesus é Deus, O verbo é Deus, Jesus é UMA pessoa. Se Jesus, homem, não é Deus, então Maria não é mãe de Deus, daí seu problema não é unicismo, e sim o apolinarianismo.
    Penso assim, mas sei que esse é um assunto delicado, e nem sei se falarei isso de novo...

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  5. 'Soberano Deus', arminianos não tem problemas com a doutrina da trindade.

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  6. O pretexto papista de exaltar Maria está no termo "theotokos", ao dizer que ela seria mãe do Eterno a partir de Cristo. Isso sim é uma blasfêmia. Maria FOI mãe de Jesus, Filho do Homem, enquanto esteve aqui na terra. Não é mais mãe de Jesus, tampouco é mãe do Deus Filho.

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  7. Essa lógica que o catolicismo usa é bem contestável.

    Maria é mãe de Jesus. Jesus é Deus. Logo, Maria é mãe de Deus.

    Seria interessante aplicar novamente essa lógica:

    Jesus foi homem. Todos os homens pecaram. Logo, Jesus pecou.

    Nem toda lógica leva a um resultado correto.

    Está claro que o título de "mãe de Deus" não encontra qualquer respaldo bíblico e nem da lógica e nem de nada. Pura invenção para exaltar Maria. Maria teve o seu valor e deve ser honrada pela sua fé. O que disso passa é doutrina humana.

    André Sanchez
    Esboçando Idéias

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  8. Concordo com muito do que disse o irmão André Sanchez.

    Aliás, creio que o problema está nas unidades, e não na pessoa em si. Ora, Maria fora usada "apenas" para trazer ao mundo a PESSOA de Deus na UNIDADE humana. Sendo assim, não se pode nem dizer que Maria era mãe de Jesus, uma vez que fora Deus o criador único de seu Filho. Em outras palavras, Jesus não tinha nenhuma molécula de DNA vinda de Maria, logo, não se pode dizer que Ele era filho dela.

    Creio que aí começa a haver também um problema com o coneceito de 'mãe'. Isso porque se pode dizer que Maria era "mãe de criação" de Jesus, já que Deus a escolhera justamente pois sabia que ela O educaria e O instruiria conforme sua Palavra e se plano.

    Para concluir, faço as palavras do irmão acima as minhas:

    "Maria teve o seu valor e deve ser honrada pela sua fé. O que disso passa é doutrina humana."


    Que a paz de Deus esteja com vocês

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  9. irmão Cléber, Maria é mãe de Deus. Isso não é blasfêmia. Agora onde vc achou que Maria era mãe apenas da pessoa filho humano quando estava na terra, e esse filho agora não é mais humano, não sei...pelo que sei quando ele voltar é O FILHO DO HOMEM que aparecerá nas nuvens. O Homem que está no céu tem uma mãe humana, Maria. (claro que o processo de glorificação alterou profundamente a natureza, mas existe continuidade 'sim e não' na natureza...)
    Jesus é Deus, logo, Maria deve ser mãe desse Deus. A única opição lógica (= bíblica)é dizer que ele não é apenas duas naturezas, mas duas pessoas ! nesse ponto então, mora a heresia.

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  10. André, vc disse que a lógica 'mãe de Jesus, Jesus Deus, logo mãe de Deus' é contestável...mas onde?
    Onde não existe respaldo bíblico? veja: Jesus é o Verbo, o Verbo é Deus, logo, Jesus é Deus...
    vai usar a sua comparação de pecador? Não é próprio, claro, a bíblia já disse que TODO homem é pecador, e a mesma bíblia diz que a exeção é Jesus, uai.
    Tomé adorou o Homem ou Deus? adorar um homem é idolatria? ou Deus ou o homem? acho que a sua concepção de trindade e união das naturezas precisa ser corrigida.
    Eu adoro o Homem Jesus, sem problemas, pois esse Homem é o Deus Eterno.

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  11. Lupe, o que vc disse não foi mais absurdo por que não teve espaço. Maria não era nem mãe do humano Jesus ! Credo em cruz meu irmão...isso é mais doído ainda...
    Jesus era humano de Maria, tinha o DNA dela, parecia com ela, e continua assim. Na glóri veremos o Senhor assim, o tocaremos e o beijaremos !
    Pare com isso pelo amor de Deus !

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  12. Maria foi um vaso precioso para Deus, pois decretou antes dos tempos eternos que ela seria usada para que o Filho deixasse sua glória e esvaziando a si mesmo cumprisse sua obra para expiação do pecado de sua posteridade. Lemos em João que o verbo se fez carne e habitou entre nós, portanto Maria foi mãe de Jesus no sentido de exercer as funçoes de mãe, mas como o Filho decretou antes que Abraão existisse ele já era! É um assunto muito complexo, porém creio que devemos compreender que Maria fez o papel de mãe do Filho, Jesus, mas não podemos dizer mãe de Deus no sentido que principalmente os católicos direcionam

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  13. Irmãos,

    Li os comentários e meus dedos coçaram, mas o dever me chama e terei que deixar para meter minha colher de pau mais tarde.

    Deus os abençoe,

    Clóvis

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  14. Luciano,
    O Eterno não tem mãe. Dizer que ele tem alguém superior a si mesmo é blasfêmia. Satanás quis ser superior a Deus, e com isso blasfemou.

    Eu achei essa questão de Maria ser mãe de Jesus apenas na terra lá na Bíblia Sagrada, conhece? Começou na concepção e terminou na cruz, quando ele a dispensou para cuidar de João, e este dela.

    O homem que está nos céus virá glorificado, e essa convenção humana de mãe não mais subsistirá. Na glória não teremos parentesco. Se fosse assim, haveria muitos casados com diversas esposas, por exemplo. Daria uma confusão danada.

    A falácia "Jesus é Deus, logo, Maria deve ser mãe desse Deus", parte de uma premissa verdadeira e usa uma outra falsa para chegar a uma conclusão supostamente possível. Maria foi mãe de Cristo por necessidade da concepção deste ser humana, mas ela foi uma serva com uma missão especial, e sempre foi uma serva como outra qualquer. Confunde-se a natureza de Cristo, pois ao ser 100% homem ele TEVE Maria como mãe; quando glorificado, não mais terá mãe nem irmãos nem pai e nem irmãs. Ou José seria "pai de Deus" também?

    Chamá-la "mãe de Deus" é exaltá-la acima do Criador, no mais profundo sentido de blasfêmia, mais uma vez praticado pelo papismo. Esta é a essência da mariolatria, que admite Maria como a quarta (!) e necessária (!!!) pessoa da Trindade.

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  15. Lembremos da promessa, que da semente (i.e., óvulo), viria aquele que pisaria na cabeça da serpente. Maria teve participação biológica, caso contrário Jesus não poderia nos representar.

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  16. Irmão Ednaldo,

    Concordo com o irmão que Maria teve participação biológica no sentido de exercer o papel de, no mínimo, uma "barriga de aluguel". Mas, será mesmo que ela teve participação genética no menino Jesus?

    Na verdade, a semente é o óvulo já fecundado; portanto, nada garante que ele tenha origem de Maria. Deus poderia muito bem mandar já um óvulo fecundado nela.

    Mas o fato que me faz desacreditar é que, por exemplo, não há referência bíblica de semelhanças entre as feições de Jesus e Maria. Na mesma linha, pode-se pensar que se Jesus herdasse os genes dela, também herdaria o pecado, não é? Ora, Maria talvez fora o ser humano com mais fé que já existiu nessa Terra mas, mesmo assim, tinha pecado, não é?

    De fato, esse assunto parece simples mas é bastante complicado...


    Que a paz de Deus esteja com vocês

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  17. kkkk, me desculpe, mas não pude me conter fiquei pensando em um versículo que dissesse "E Jesus era a cara da mãe".

    Semente da mulher não é o óvulo fecundado, é simplesmente o óvulo, pois o óvulo fecundado deixa de ser apenas parte da mulher para atraves da mitose se tornar parte do homem também.

    A idéia de que Jesus herdaria o pecado de Maria não procede, 1º a semente da mulher não foi amaldiçoada, 2º o pecado de Maria pertence a ela apenas, 3º Jesus herdou de Maria a natureza humana, porém não herdou a culpa do pecado de Adão, 4º havia outra promessa para a descendência de Davi, e se Maria fosse apenas uma barriga de aluguel não poderia ser considerado descendência de Davi, o título messiânico era "Filho de Davi".

    Concordo que o assunto é complicado, mas você o complica mais ainda.

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  18. Hum, não sei não irmão... respeito sua opinião, mas ainda não concordo com você.

    A princípio, poderia me citar a referência bíblica que diz sobre a 'semente da mulher'? Assim eu posso biblicamente embasar meus argumentos.

    Quanto ao termo "Filho de Davi", na verdade ele explica que Cristo seria herdeiro direto do rei Davi. Observe que tanto José (Mt 1:6-16) quanto Maria (Lc 3:23-31) eram descendentes de Davi. Ou você acha que Deus escolheu José a toa? O que eu quero dizer é, o fato de Ele ter material genético de Maria ou não não entra em conflito com a terminologia "Filho de Davi".

    Na verdade, amigo, não estou complicando, e sim apresentando minhas opiniões que eventualmente estão divergindo das suas, mas em nenhum momento eu falei que eu estava certo e que você estava errado. Muito pelo contrário: creio que é justamente conversando e argumentando que se ao menos tem a possibilidade de alcançar uma conclusão mútua.


    Que a paz de Deus esteja com vocês

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  19. Irmãos, lamento, mas voces estão errando o alvo...a enfase é no Ente que estava nela, e não ela !
    Não vou refutar todos, pois pelo jeito vcs precisam saber mais de cristologia e hstória de doutrinas...
    Quanto ao irmão, Cleber, que me perguntou se conheço a Bíblia...não sei se conheço melhor que vc. Outra coisa, quanto a dizer que isso é papismo, ou mariolatria, está fora de questão. Eu achei que estava discutindo com quem sabia da questão histórica da doutrina de Nestoriana e Apolinaria...mas pelo jeito não.

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  20. Irmão "Soberano",

    Sim, o pastor Zwinglio é arminiano, infelizmente. Já debateu aqui e trocamos algumas "farpas santas". Mas toda verdade é verdade de Deus, logo, não vejo problema em indicar algum artigo dele.

    Quanto a advertir os visitantes, mesmo nos casos de blogs calvinistas há o seguinte alerta neste blog: "O destaque aos blogs acima não implica concordância com tudo o que é expresso nos mesmos. Aja como bereiano." Como você pode ver, alguns indicanos são arminianos.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  21. Cleber,

    Não creio que seja um pretexto romanista, acredito mais em um uso indevido de theotokos. Pois historicamente o termo tem a ver com a pessoa de Cristo, e não de Maria.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  22. Aos que a doença Nestoriana atinge sem saberem, ou a duplicidade apolinariana desfigura, ou mesmo na ansia de atacar o catolicismo, eis o credo. Que TODAS as igrejas protestantes endossam: O Credo de Calcedônia:
    "
    Fiéis aos santos pais, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, e perfeito quanto à humanidade; verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, constando de alma racional e de corpo, consubstancial com o Pai, segundo a divindade, e consubstancial a nós, segundo a humanidade; em tudo semelhante a nós, excetuando o pecado; gerado segundo a divindade antes de todos os séculos pelo Pai, e nestes últimos dias, segundo a humanidade, por nós e para nossa salvação, nascido da Virgem Maria, *mãe de Deus; um só e o mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas, inconfundíveis, imutáveis, indivisíveis, inseparáveis; a distinção de naturezas de modo algum é anulada pela união, antes é preservada a propriedade de cada natureza, concorrendo para formar uma só pessoa e em uma subsistência; não separado nem dividido em duas pessoas, mas um só e o mesmo Filho, o Unigênito, Verbo de Deus, o Senhor Jesus Cristo, conforme os profetas desde o princípio acerca dele testemunharam, e o mesmo Senhor Jesus nos ensinou, e o credo dos santos pais nos transmitiu."
    * mãe de Deus !
    Quem nega isso está negando o credo, logo, não passa de herege.
    É claro que não sabem disso.

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  23. Luciano,

    Tirante um pouco a "energia" que se dirige aos irmãos, endosso suas palavras, fazendo-as minhas nesta questão.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  24. Clóvis, eu sabia que esse assunto seria complicado...quando vi, logo pensei que a sua previsão inicial seria rapidamente cumprida. Hoje, reconheço que o termo é mais idólatra do que cristológico. Mas isso não é culpa do termo, do que fizeram com ele.
    mas acho que é isso mesmo...temos que mexer tb nesses assuntos. Diga-se de passgem, Trindade e Cristologia é um assunto que cada vez mais fica para trás. Eu mesmo até me incomodo quando compendios calvinistas mais se preocupam com predestinação do que com esses temas.

    http://mcapologetico.blogspot.com

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  25. Irmãos: Tomé adorou ao homem Jesus? ou o Deus Jesus? ou a Pessoa Jesus?
    estou esperando alguém me dar uma resposta, assim, acho que resolverá a questão se Maria é ou não mãe de Deus.

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  26. Clóvis,

    há quem discuta a utilização pelos Concílios de Calcedônia e Éfeso do termo "Theotokos" para Maria, como "Mãe de Deus", preferindo que se usasse o termo "Christotokos", como "Mãe de Cristo".

    Mas, realmente, não vejo diferença alguma em se utilizar um ou outro termo, pois, como o Luciano disse, Cristo é um, não dois, como os nestorianos afirmam. Então, seja Theotokos ou Christotokos, Maria é mãe do nosso Senhor, e pronto! Mesmo que seja a "barriga-de-aluguel" como especulado pelo Cléber, continuará sendo a mãe dEle.

    Algo que não consigo entender e que me vem dando uma dor de cabeça danada é a diferenciação que se faz entre a natureza humana e divina do Senhor. Não vejo a Bíblia citando: isso foi o homem quem fez. Aquilo foi Deus quem fez. Cristo é Um, uma só Pessoa, um só Ente que é ao mesmo tempo Deus e homem, harmonicamente, sem que haja conflito entre as suas naturezas, sem que Ele seja um ser disfuncional.

    Sei que é difícil entender, por isso é a doutrina mais complexa do Cristianismo [maior até que a doutrina da Trindade], e que mais confusão e disputas tem causado; porém, o fato é que, biblicamente, Cristo é o Verbo encarnado, não mais nem menos do que isso. E Maria é a sua mãe, pois assim aprouve a Deus que fosse.

    Se os católicos, anglicanos e outras vertentes do Cristianismo utilizam-se erroneamente do conceito, colocando-a como uma divindade, em pé de igualdade com o próprio Deus [ou até maior do que Ele], isso é outro problema, e a culpa não é do termo, mas da má utilização dele.

    Portanto, estou com você, o Luciano e o Ednaldo na questão, pois é impossível dividir Cristo sem se incorrer em heresia ou na não-biblicidade.

    Grande abraço!

    Cristo os abençoe!

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  27. "Eu achei que estava discutindo com quem sabia da questão histórica da doutrina de Nestoriana e Apolinaria...mas pelo jeito não."

    A "doença" de Nestório ou a de Apolinário têm pouco a ver com o debate. O nestorianismo acreditava numa natureza dúbia de Cristo e por isso negava o theótokos; nós cristãos acreditamos no Verbo encarnado, 100% Deus e 100% homem, que se FEZ carne e habitou entre nós. Portanto, Maria FOI mãe do Jesus histórico, e não obteve mérito algum por isso, senão o de servir ao Senhor como os demais crentes.

    Já o apolinarianismo, de Apolinário de Laodiceia, acreditava que o logos divino tomou o lugar do espírito de Cristo, inserto numa carne humana. Negativo, pois cremos na encarnação do Verbo, que continua a ser Deus e foi glorificado após a ressurreição. Agora, o que isso tem a ver com o "theótokos", fica no ar.

    Diferentemente dessas heresias históricas, já esquecidas, a mariolatria é uma das mais resistentes, embora tenha paralelos históricos em Semíramis, nas deusas babilônicas, em Ishtar, nas deusas pagãs da fertilidade e, mais recentemente, na Ártemis dos Efésios, cujo culto se assemelha aos atuais ritos papistas. Naturalmente os servos de Maria a relegam algo que ela não possui, glória que ela não tem e, por isso, querem lhe colocar como realizadora de algo acima do divino, que é gerar o próprio Deus. Parte-se de uma premissa mal colocada, muito embora Jesus seja Deus, para inferir que a criatura seja geradora de seu próprio criador, num teratológico absurdo lógico, racional e espiritual. É tão ilógico quanto atribuir à seringa o resultado da cura de uma doença.

    Por essa nem Nestório nem Apolinário esperavam. Precisou Constantino vir e oficializar que a deusa-mãe pagã tinha seu lugar no panteão...

    Abraços.

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  28. Clóvis, o pretexto papista é justamente de se apoderar de um título que a igreja primitiva deu à Maria com o contexto histórico de ter sido mãe de Jesus enquanto este esteve entre nós, aqui na terra. E que isso se perdeu com a morte dela e com a morte e ressurreição Dele. Converteram o bem em mal, apenas com o pretexto de exaltá-la acima da divindade, e torná-la a figura principal do papismo, como é demonstrado por tantos ramos papistas que a colocam como exaltada por toda a Trindade.

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  29. Ora, os anglicanos usam o termo na correta concepção dele (vide http://www.centroestudosanglicanos.com.br/bancodetextos/teologiaanglicana/maria_na_tradicao_da_igreja_anglicana.pdf ).

    O problema é, atualmente, já nos afastamos muito da questão central da discussão daquela época: a natureza humana de Cristo. Hoje nosso desafio é contra a idolatria que gira em torno da figura de Maria.

    Se o termo foi muito bem usado para enfrentar heresias da época, hoje ele próprio se constitui em objeto de heresia, simplesmente por ser fruto de um processo intelectual humano: é mera conclusão humana.

    Outra questão é que Maria, na minha opinião, não É mãe de Jesus, mas FOI. E mesmo o termo mãe precisa ser muito bem entendido como uma mãe biológica, não uma mãe que dá vaga a um sentido de autoridade maternal sobre o filho.

    Mesmo quando Cristo diz que aqueles que creem nEle serão Sua mãe, e irmãos e irmãs (e veja que o contexto da passagem procurava exaltar Maria), Ele o fala no sentido de relação afetuosa, de constituição de uma mesma família, a Família de Deus. Mas ora, mesmo aqui, é importante lembrar que assim o é por ADOÇÃO. Se o Pai não nos aceita como seus filhos, não somos adotados. É o Cristo mesmo quem escolhe ter irmãos e irmãs e mãe.

    E interessante perceber que Maria foi o instrumento pelo qual Deus recebeu Sua humanidade - não importa se Ele se parecia ou não com ela, e nem faz sentido dizer que não se parecia. Essa discussão não tem importância, pois que hoje Cristo tem um corpo glorificado, o que com certeza não o dá uma "cara de Maria" - nem cara de ninguém, já que é o único glorificado até hoje.

    Hoje, eu também preferiria o termo Christotokos, por combater a confusão idólatra e por ser o mais adequado historicamente: Maria trouxe à luz o Cristo (Messias) prometido. Christotokos dá a Maria seu lugar certo na história dos Planos de Deus, conforme o conhecimento ainda limitado, não claro, de quem exatamente seria o Messias.

    Talvez também inverter a ideia seria um bom remédio. Em vez de partir da mãe, "mãe de Deus", poderia se partir do Filho, "Jesus, filho de Maria". Isso valorizaria inclusive o fato de que tudo vem dEle.

    Enfim, creio que todos, no fundo, pensamos duma mesma forma e entendemos corretamente esse termo tão discutido. Não passa de um debate sobre como seria melhor nos expressarmos, para evitar a presente confusão idólatra de muitos.

    O melhor mesmo é se limitar a repetir apenas os termos que a própria Bíblia traz para a relação Filho-mãe.

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  30. Irmãos em Cristo, graças a Deus o foco ficou bem definido, embora confundido por alguns.
    Maria foi mãe de Deus no sentido que Jesus é Deus. Apenas isso. Espero que o irmão que tem criticado isso perceba que nossa proposta é dizer quem era o Ente Santo no ventre da virgem e não A virgem.
    Lembrando sempre que Jesus foi feito a substancia de Maria. Pois se apenas foi uma barriga de aluguel, Jesus teria sido na realidade seria um humano diferene de nós, filhos de Adão. Ele seria uma outra humanidade.

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  31. Exato Luciano, defendo que Maria não foi apenas uma "barriga de aluguel", mas que ela teve sua parte na conceição de Cristo.

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  32. Graças a Deus, Irmão Ednaldo.

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  33. Clóvis e outros irmãos. Acho que nesse contexto temos uma outra discusão muito >desconhecida, mas que me incomoda muito. É sobre a posição da Filiação Eterna ou da Encarnacionista.
    Essa seria bom tb Clóvis, se possivél escrever sobre ela.
    Confesso que tenho um 'recaída' para com a Encarnacionista, mas diante da teologigia histórica, recuo...

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  34. ...por acaso eu entrei nesse blog, e lendo pasma as discussões teológicas dos irmãos, lembrei-me que se exsite alguem capaz de convencer é o Espírito Santo de Deus, que tem seus caminhos...e concluí o quanto o ser humano ainda peca em levantar questões polêmicas. Como se Jesus Cristo (filho ou não de Maria) estivesse preocupado com tudo isso acima.
    Imaginei a cena dos fariseus discutindo sobre as leis, e Jesus passando e observando tamanha arrogância cultural deles.
    Mas imagino eu que Jesus está possa estar pensando assim: 'porque ao invés de meus amados filhos discutirem esses assuntos, eles não falam da minha salvação? do meu amor...pq esse foi o mandamento que deixei...'
    ..enquanto discutimos coisas que não vão mudar a essência de Cristo e sua Soberania, pessoas estão sendo tragadas por satanás por 'n' motivos...e principalmente por causa de escândalos doutrinários e teológicos...
    Que tal buscarmos o Espírito Santo? porque doutores de teologia a letra mas o Espírito vivifica.

    Que seja a paz de Cristo o árbitro de vossos corações...

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  35. Dn Kelly, quem disse que nós não falamos da salvação? Você acha que a vida cristã (nossa) limita-se a essas discusões?
    Sabia que os apóstolos um dia perguntaram para Jesus sobre quando seria a vinda Dele? temas bíblicos é assunto cristão.

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  36. Kelly,

    Ocorre que essa discussão se deu no contexto da divindade de Cristo, que por sua vez tem implicação direta sobre a salvação. Logo, discutir theotokos é tratar da salvação.

    Se doutrina não é de interesse cristão, por que em todas as cartas de Paulo a primeira e a maior porção é doutrinária, sendo que a prática vem sempre depois, sendo mera aplicação dos temas teológicos desenvolvidos?

    Para Paulo, a vida cristã prática é adorno da sã doutrina e não sua substituta.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  37. Paz e Graça!

    Gostaria de deixar a minha contribuição.

    Luciano escreveu:

    "Irmãos: Tomé adorou ao homem Jesus? ou o Deus Jesus? ou a Pessoa Jesus?

    estou esperando alguém me dar uma resposta, assim, acho que resolverá a questão se Maria é ou não mãe de Deus."

    Resposta : Luciano, sua pergunta parece ser o x da questão, mas eu também tenho um desafio para o você.

    Quem morreu na cruz? Jesus Deus ou Jesus homem?

    Obs.:Considere dois pontos antes de dar a sua resposta.

    *Deus é imortal.

    * Na cruz Jesus gritou: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?"

    Cordialmente, Anônimo.

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  38. Cleber Olympio,

    Mas se o Jesus histórico era o Verbo encarnado, isto é, Deus entrando n história, como Maria nõ pode ser chamada "mãe de Deus"?

    Se isso é um absurdo lógico, como vc diz, que Deus tenha entrado na história e tenha uma mãe humana, que O tenha carregado durante nove meses no ventre, o amamentado, cuidado e dado a Ele todo o carinho e amor, respondo que pode até ser. Mas é exatamente isso o que o Cristianismo prega.

    Graça,

    Não sei se seria correto afirmar que Maria FOI mãe de Cristo, pois o Senhor continua tendo um corpo humano após a ressurreição, embora glorificado (Lc 24:39). E esse corpo lhe foi dado pela Virgem.

    Ademais, usar o termo Christotokos é um erro, pois implica uma mera associação entre a natureza humana e o Logos. Foi exatamente isso o que Nestório afirmou. Porém, o que houve no ventre da Virgem não foi conjunção e sim legítima encarnação, isto é, uma união real das naturezas numa só pessoa. Como disse Atanásio, "Na morte de Lázaro, Ele emitiu uma voz humana, como homem; mas divinamente, como Deus, ressuscitou Lázaro da morte.".

    A Igreja, com o termo theotokos, nada mais fez que preservar o glorioso mistério da encarnação do Senhor. É realmente uma pena que o protestantismo atual, por conta de certo anti-catolicismo, tenha caído no nestorianismo.



    Abraços,

    Rodrigo

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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