Deus é auto-suficiente

O Deus Todo-Poderoso, porque é poderoso, não precisa de apoio. O retrato dum deus nervoso e subserviente, adulan­do os homens a fim de ganhar o seu favor não nos agrada de maneira nenhuma; porém, se examinarmos o conceito popular de Deus, chegaremos precisamente a essa conclusão.
 
O cris­tianismo do século vinte classificou Deus como "necessitado da nossa caridade". Nossa opinião a nosso próprio respeito é tão presunçosa que achamos bem fácil, e mesmo agradável, acreditar que Deus precisa de nós. Mas a verdade é que Deus em nada engrandece pelo fato de existirmos, nem diminuiria se nós deixássemos de ser. Nossa existência é o resultado da determinação totalmente livre de Deus, e não a devemos ao nosso próprio merecimento nem à necessidade divina.

O pensamento mais penoso para o nosso egoísmo natural é provavelmente reconhecer que Deus não precisa da nossa ajuda. Nós O representamos como um Pai ocupado, ansioso, um tanto frustrado, correndo para lá e para cá procurando quem O ajude a realizar o Seu plano benevolente de paz e sal­vação para o mundo. Mas, como disse muito bem Lady Julian: "Vi verdadeiramente que Deus faz tudo, por pouco que seja".

O Deus que opera todas as coisas certamente não precisa de ajuda nem de ajudadores.

A. W. Tozer

Self-sufficiency of God

The Almighty God, because it is powerful, no need of support. The portrait of a god nervous and obsequious, flattering men to win their favor we do not like at all, but if we examine the popular notion of God, we will come to precisely that conclusion.

Christianity in the twentieth century called God as "in need of our charity." Our beliefs about ourselves is so conceited that we think pretty easy and even enjoyable, believe that God needs us. But the truth is that in no way glorifies God because we exist, nor diminish if we left to be. Our existence is the result of totally free determination of God, and we should not our own merit or the divine necessity.

The most painful thought for our natural selfishness is probably recognize that God does not need our help. We represent the Father as a busy, eager, somewhat frustrated, running to and fro seeking whom the help realize his plan of benevolent peace and salvation to the world. But as well said Lady Julian: "I saw truly that God does everything in the least."


The God who works all things certainly do not need help or aid.

A. W. Tozer
In: Self-sufficiency of God

 

4 comentários:

  1. Olá amado Clóvis!

    Paul Washer disse uma frase que não quero esquecer:
    "O Cristianismo americano é baseado mais em uma cultura sem Deus do que na Palavra de Deus".

    E creio que isso vale para o Brasil também.

    O problema, como foi colocado, é realmente NOSSO. Nosso orgulho, NOSSA ilusória "auto-suficiencia" e, mesmo sendo tão minúsculos, achamos que somos o centro do Universo. Imagine se Deus tivesse nos dado super-poderes!!

    Já vi uma pregação onde se citava uma frase do J Edwards, que tem MUITO a ver com isso:
    "quando os crentes agradecem a Deus por mandar Jesus para morrer por eles, talvez você já ouviu crentes dizerem como devemos ser gratos pela morte de Cristo, porque ela nos mostra o grande valor que Deus nos atribuiu. Qual é o fundamento desta gratidão?

    Jonathan Edwards chama isso de gratidão de hipócritas. Por quê? Porque “eles primeiramente se regozijam e se enlevam com o fato de que são muito valorizados por Deus; e, com base nisso, Deus lhes parece amável... Eles se deleitam no grau mais elevado em ouvir o quanto Deus e Cristo os valoriza. Portanto, o gozo deles é realmente um gozo em si mesmos e não em Deus”. É chocante perceber que uma das descrições mais comuns, em nossos dias, a respeito de como reagir à cruz pode muito bem ser uma descrição de amor natural por si mesmo sem qualquer valor espiritual."


    Nosso egoísmo, orgulho e soberba são tão gritantes e bizarros que talvez eles "deformassem" até mesmo a Cruz de Cristo, se tivessem poder para isso!

    ResponderExcluir
  2. Irmão Neto, palavras interessantes. Mas ainda tenho dificuldade em nos classificar com egopismo e orgulhos tão bizarros e gritantes, 'se' vc pensou em 'nós' realmente ou se foi um nós retorico...Se alguém tem um egoismo tão bizarro assim, a ponto de fazer isso com a cruz de Cristo, suspeito se alguém é cristão nascido de novo, ou no maximo, ele está 'caído' da graça. ( A CFW mostra que é possivél 'cair' da graça.)

    ResponderExcluir
  3. Neto,

    Agora, quem assina embaixo sou eu. Com nome completo, RG e endereço domiciliar.

    Em Cristo,

    Clóvis

    ResponderExcluir
  4. Luciano, o "nós" foi para a raça humana em geral, "os pecadores".
    E aqueles que olham dessa maneira deturpada para a Santa Cruz, tenho fortes motivos para realmente achar que não entenderam nada, nunca foram iluminados, e nunca nasceram de novo...


    Clóvis, sua assinatura é pro Edwards! rs
    Quando eu 'crescer' quero ser como Cristo primeiramente, e nesse caminho ficaria feliz em ser um imitador de Cristo como o Edwards.

    ResponderExcluir

"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

Sua leitura deste post muito me honrou. Fique à vontade para expressar suas críticas, sugestões, complemetos ou correções. A única exigência é que seja mantido o clima de respeito e cordialidade que caracteriza este blog.