O deus do teísmo aberto é um impostor

Desde meu primeiro contato com aquilo que é chamado de visão “aberta” sobre Deus, procuro ajudar a desfazer o equívoco desse novo jeito de refletir acerca de Deus. Tenho procurado fazer tudo o que posso para defender o verdadeiro caráter de nosso glorioso Deus e a verdadeira fé que tanto prezamos como cristãos, em face dessa visão reduzida sobre Deus e a nossa fé. Pela glória de Deus e pelo bem dos cristãos, a visão aberta precisa ser encarada por aquilo que é e avaliada com cuidado por cristãos com mentalidade bíblica. Estou confiante que, quando tal avaliação tiver sido feita, os seguidores do Deus vivo e verdadeiro verão essa divindade aberta como um impostor e não como o verdadeiro Deus que alguns afirmam ser ele.

O tratamento que dispensamos a essa perspectiva aberta neste livro não é nada exaustivo. Todavia, oferece uma visão geral e interação com essa posição que são suficientes para que os leitores entendam as características básicas do movimento, bem como alguns de seus problemas mais sérios. Meu diálogo mais extenso e desenvolvido com o teísmo aberto está disponível em outra publicação da Crossway, God’s Lesser Glory: The Diminished God of Open Theism [A reduzida glória de Deus: o Deus diminuto do Teísmo Aberto].

Escrevo este livro consciente de que porções significativas do movimento evangélico estão dispostas a validar a legitimidade do teísmo aberto. Importantes editoras evangélicas e instituições educacionais mantêm a visão de que o teísmo aberto deveria ser considerado como uma “opção evangélica”, mesmo que jamais seja amplamente aceita. Divirjo dessa opinião. Minha visão é de que o teísmo aberto é errado e prejudicial à fé a tal ponto que não há razão para que possa ser tolerado pela igreja evangélica. Os dias atuais certamente não são conhecidos por bases firmes ou limites bem definidos. Muito pelo contrário, vivemos em uma era que gosta de ser definida mais pelo que temos em comum no centro de nossa fé do que por doutrinas que nos distinguem. Em muitas questões sobre as quais divergimos, eu também recomendaria tolerância e discussão prolongada e contínua. Entretanto, o teísmo aberto foi longe demais. Sua visão sobre Deus é muito pequena.

O entendimento que o teísmo aberto tem sobre Deus diminui a glória e perfeição dele; a visão que tem sobre a fé leva ao desespero. Não podemos ficar negligentemente de braços cruzados e permitir que os defensores dessa visão influenciem a próxima geração de evangélicos sem serem contestados.

(...)

Que Deus se agrade em promover a glória de seu nome e sustentar a fé e esperança de seu povo. Até o ponto em que a crítica aqui fornecida ajudar a trazer mais entendimento sobre o Deus verdadeiro e maior confiança nele, eu serei o primeiro a render a Deus todo louvor. Pois somente a ele pertence toda a glória, agora e para sempre. Amém.

Bruce A. Ware

4 comentários:

  1. Clóvis,

    Eis um livro realmente excelente. Leitura obrigatória. Espero que os editores se proponham a traduzir sua obra mais densa sobre o mesmo tema.

    O teísmo aberto reconsiderou, o que o arminianismo resistir em reconsiderar, mantendo este uma maior contradição do que àquele, pelos menos biblicamente. Julgo os dois sistemas, como crassa heresia. Porém, a fim de manter no mínimo uma logicidade, embora meramente humana e não bíblica, o Teísmo aberto soube compreender, antes do arminianismo, que as grandes pressuposições da Eleição Incondicional são a Soberania de Deus e a Depravação do homem de modo que, defendendo-as, quaisquer articulações a favor do livre arbítrio constituem-se em suicídio interpretativo. Negando-as, o teísmo aberto fica "desobrigado" de argumentar sob a lógica bíblica tradicional, no que diz respeito à Eleição, pressuposta pela Soberania. Não estou subestimando os danos causados pelo teísmo aberto, mas apenas digo que, eles, percebendo a forma como as Escrituras defendem de forma inegociável a Soberania de Deus, julgaram necessário essa mudança, nada mais lógica ao homem natural sem Deus, para exporem sua heresia. Já o Arminianismo, insiste em defender simultaneamente, o livre arbítrio e a Soberania de Deus, o que biblicamente é impossível. Não estou amenizando ambos os sistemas, mas entendendo-os, cada qual, em seu devido lugar e suas respectivas argumentações. Entendo que o arminiano seja mais cristão do que o teísta, se é que este último possa assim o ser em sua cosmovisão adulterada, visto não ser o deus deles o Deus da Bíblia. Mas às vezes, sem perceber, o arminiano, mantém sua crença, sobre uma questão que exige mais perguntas a serem respondidas do que o teísta (por exemplo, como pode o homem ser definitivamente livre, diante de um Deus que vê toda história do mundo, como num quadro), perguntas estas ainda não respondidas (ao menos foram tentadas), pois o arminiano ainda não se deu conta de identificá-las.

    Graça e Paz
    Mizael

    ResponderExcluir
  2. Mizael,

    Tem razão, o livro é excelente. Estou digerindo-o aos poucos.

    Em Cristo,

    Clovis

    ResponderExcluir
  3. Tenho o livro de Winkie Pratney. Como doeu ver que ele é dessa linha ! O livro é muito bom para informação e teologia. Mas quando trata da eternidade e onisciência, é pior que os TJ.
    A Natureza e o Caráter de Deus - ed Vida.

    ResponderExcluir
  4. Luciano,

    Também tenho esse livro, acho-o excelente como fonte de informação, como você frisou. Mas até mesmo pela proposta do mesmo, apresenta uma salada de opiniões, sem criticar.

    Mas é um bom livro.

    Em Cristo,

    Clóvis

    ResponderExcluir

"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

Sua leitura deste post muito me honrou. Fique à vontade para expressar suas críticas, sugestões, complemetos ou correções. A única exigência é que seja mantido o clima de respeito e cordialidade que caracteriza este blog.