Newton Bernardi, em A ILUSÃO DO LIVRE-ARBÍTRIO, levanta e responde uma série de indagações que muitos têm sobre a Predestinação e a Liberdade do homem. Nós nos achamos lógicos e precisos no nosso raciocínio e o autor nos mostra que nem sempre podemos descansar na nossa sabedoria. Diz ele:
“Ainda assim, não são raras as tentativas de ‘encaixar’ a revelação de Deus dentro da lógica humana, ou de interpretá-la de modo que possa se adaptar ao nosso limitado entendimento.”
E continua:
“Por exemplo, são comuns argumentações que tentam negar ou diminuir a soberania de Deus dizendo que, se assim é, então o homem não é responsável. Esse tipo de postura sempre tenta, de um lado, atrofiar a responsabilidade do homem e, do outro, mutilar a soberania de Deus. Uma delas precisa ser hipertrofiada e a outra diminuída para que se encaixem na nossa lógica”.
“Isso nos leva, inevitavelmente, a extremos. A Bíblia afirma que Deus é soberano absoluto sobre a Sua criação e afirma que o homem é responsável por suas ações. Todos parecem concordar em que a Bíblia, realmente, afirma isso. Todavia, são dadas ênfases diferentes a essas verdades. A diminuição da responsabilidade humana leva ao hipercalvinismo e a diminuição da soberania de Deus leva ao arminianismo”.
Sabiamente, na medida em que vamos lendo e estudando cuidadosamente o livro, vai ficando claro para o leitor que o pecado não é uma realidade que possa ser descoberta como tal pela razão e discernimento humanos independentemente da revelação divina e da fé. A queda do homem cegou a humanidade de tal maneira que até mesmo o pecado para ele não parece ser algo tão letal como realmente é. Daí, ouvir-se com freqüência: “Claro que sou pecador, sou humano”, não percebendo contudo que esse pecado o aliena e afasta totalmente de Deus.
No livro, há perguntas como: A quem foi dado o Livre-Arbítrio? Somos realmente responsáveis? E a esta, com firmeza e clareza, o autor assim responde:
“A resposta só pode ser: sim, absolutamente, sim.”
E continua:
“A filosofia diz que o homem é moralmente responsável pelo fato de ser um agente livre, e é um agente livre porque suas escolhas são determinadas pela sua própria vontade e não por nenhum fator fora dele mesmo”.
“Todavia, a resposta definitiva a essa pergunta não pode advir apenas da razão ou do raciocínio lógico da mente humana. A resposta de que o homem é moralmente responsável por suas escolhas e pelos seus atos só pode, com absoluta certeza, ser positiva simplesmente porque Deus diz que assim é (Rm 14.12; II Co 5.10; Hb 4.13)”.
Nesta declaração a implicação de Bernardi é que temos que pregar o Evangelho e, no todo do livro, a mensagem é a de que somos responsáveis pela evangelização, pois, Deus tem os seus eleitos e quando Ele os elegeu, fazia parte dos planos Dele os meios pelos quais os eleitos seriam atingidos e abraçados pela graça salvadora do Senhor Jesus Cristo. Portanto, a idéia de que a eleição mata o incentivo para pregar o Evangelho é falsa e deve ser veementemente repudiada.
O autor diz: "a Bíblia nos mostra, com clareza, tanto a absoluta soberania de Deus sobre a Sua criação como a liberdade e a responsabilidade moral dos homens por todas as suas escolhas, decisões e atitudes".
Gosto da honestidade do autor, quando diz:
“Não somos capazes de compreender logicamente como essas duas verdades bíblicas possam ser conciliadas, pois nos são aparentemente excludentes entre si. Todavia, não podemos enfatizar uma delas, diminuindo ou mutilando a outra, apenas para que ambas possam se encaixar na nossa limitada compreensão.”
Este livro constitui, na verdade, uma leitura importante para todos aqueles que desejam entender este assunto sério e de implicações múltiplas. Logo no inicio do livro o autor comenta:
“Infelizmente, grande parte dos cristãos nunca chega a dedicar, ainda que superficialmente, algum tempo à análise desse tema, embora, paradoxalmente, quase todos tenham uma opinião formada a respeito dele, na maioria dos casos, talvez, apenas por ouvir falar, por aceitar sem discernimento o que ouve, por simples intuição, ou ainda porque algum tipo de colocação possa lhe parecer aversivo.”
Que o leitor amigo, não esteja entre estes mencionados acima. Todavia, estando ou não nessa situação, leia com atenção este livro para que seu coração seja agraciado, vendo o grande amor de Deus para com você, eleito do Senhor.
Pr. Ary Velloso
Pastor Batista, Fundador da Igreja Batista do Morumbi - SP; Missionário da SEPAL e pastor da Igreja Batista Catuai, em Londrina- PR
Legal o texto de Ary Veloso!
ResponderExcluirEvidentente que entamos entre aqueles que não têm deixado este tema para as superfícies. E o Cinco Solas tem tido o seu bom papel nisso.
Abrçs!!
Muito bom.
ResponderExcluirFoi publicado pela Vida? to interessado
Roger,
ResponderExcluirObrigado pela parte que toca ao Cinco Solas. Mas são pessoas pensantes como vocês que dão o tom deste blog.
Em Cristo,
Clóvis
Lucas,
ResponderExcluirO livro é publicado pela Abba Press. Mas não se deixe enganar pelo título nem pela espessura do livro.
Apesar do título espantar potenciais leitores arminianos, o livro não é um pontapé na santo arbítrio arminiano. Mas mesmo sem chutar a santa, ele coloca de forma bastante precisa que o livre-arbítrio é uma ilusão de nossa mente.
Quanto á espessura, o livro é quase um livreto. Daí a gente ser levado a pensar que o autor tratou do assunto com superficialidade. Pelo contrário, é espantoso como ele conseguiu colocar tantas coisas relevantes ao tema, de forma organizada e numa linguagem simples.
A propósito: li o livro de um fôlego só.
Em Cristo,
Clóvis
PS.: Apesar de tudo, é baratinho, peguei uma promoção de 9,90.