A vontade de Deus, a vontade do homem e o livre-arbítrio

Ev. Isaías de Jesus*
In: http://rxisaias.blogspot.com/2008/10/soberania-de-deus-e-o-livre-arbtrio.html

Um assunto muito importante, mas negligenciado na igreja moderna é o livre-arbítrio. É vital compreender em que sentido a vontade é livre e reconhecer a importância deste assunto para a fé cristã.

Será que a salvação depende da disposição do homem para ser salvo, independentemente de uma obra prévia do Espírito Santo? Ninguém é salvo contra sua própria vontade; entretanto, Deus transforma o pecador de maneira a torná-lo desejoso. O assunto do livre-arbítrio está no cerne do cristianismo e tem um profundo efeito em nossa mensagem e em nosso método de evangelização. Ao mesmo tempo que é verdade: “Quem quiser, venha”, a Bíblia ensina que a salvação depende não da disposição do homem, e sim da disposição, da graça e do poder de Deus.

Além do mais, se Deus não tivesse poder sobre a vontade humana, o mundo inteiro iria para o inferno. Deus não exclui ninguém de seu convite; entretanto, os próprios pecadores excluem a si mesmos. A doutrina do livre-arbítrio nos leva a algumas considerações, não sobre a capacidade do homem, e sim sobre a sua fraqueza, miséria e incapacidade para fazer aquilo que é espiritualmente bom.

Nenhum homem é salvo contra a sua vontade. Nenhum homem é perdoado, enquanto odeia o simples pensar no perdão. Nenhum homem terá alegria no Senhor, se disser: “Eu não quero me regozijar no Senhor”. Não pense, por um só instante, que os anjos haverão de empurrar pessoas através dos portais do céu.

Nós não somos salvos contra a nossa vontade; nem a nossa vontade é arrancada de nós, mas o agir (a operação) do Espírito de Deus se realiza no sentido de transformar a vontade humana e, assim, fazer com que alguns homens estejam dispostos no dia do poder de Deus (Sl 110.3), efetuando neles tanto o seu querer como o realizar, segundo sua boa vontade (Fp 2.13). “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito” (Jo 3.8).

O Espírito vivifica a alma e lhe faz tais revelações da verdade, capacitando-a a enxergar as coisas por um prisma diferente do que jamais enxergou. A vontade alegremente curva sua cerviz, que um dia foi tão dura quanto o ferro, e se dispõe a vestir o jugo que um dia desprezou, usando-o com alegria. O homem não é como a máquina que meramente obedece a comandos; ele não é polido como um pedaço de mármore. Ele não é lixado como um pedaço de madeira, mas sobre a sua mente age o Espírito da vida. O homem é tornado uma nova criatura em Cristo, pela vontade de Deus, e a sua própria vontade é levada a ceder, com alegria e doçura.

Se você está disposto, pode ter certeza de que foi Deus que o tornou disposto. Se você tem uma faísca de amor por Ele, essa faísca vem do fogo do amor de Deus por você. “Nós amamos porque ele nos amou primeiro” (1 Jo 4.19).Trazemos a coroa e dizemos: “Em que cabeça devemos colocá-la?” Todo o filho de Deus haverá de dizer: “Coroai-o, Ele é digno, Ele nos fez diferentes”. “Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido?

* Evangelista da Igreja Evangélica Assembléia de Deus Min. Belém de Dourados.

6 comentários:

  1. Amado,
    excelente texto. Mas tire uma duvida a foto é do Chavez Presidente da Venezuela??rsrrsrs
    LOurival Nascimento

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  2. Caro Pr. Lourival,

    É claro que não é o Hugo Chavez! A camiso do presidente chapolim colorado da Venezuela é vermelha.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  3. Oi Clóvis,

    muito bom texto! É por aí mesmo que entendo a soberania de Deus e o livre arbítrio humano.

    Enquanto lia me vieram a mente dois texto: o da parábola do banquete quando, o Rei, ao perceber que os primeiros convidados recusaram o convite manda "arrastar" (forçar) os segundos a virem. Há claramente dois níveis de exigências e dois níveis de responsabilidade e liberdade do homem frente a Deus.

    O que tenho crido fielmente é que nessa história de livre arbítrio do homem e soberania de Deus, nos é dado a nós, já salvos um papel secundário, mas não pouco importante na salvação das almas de nossos próximos também. Como o autor do texto salienta: "O assunto do livre-arbítrio está no cerne do cristianismo e tem um profundo efeito em nossa mensagem e em nosso método de evangelização." Finney por exemplo, embora tenha tido seus exageros, e puxou muito para o lado do livre arbítrio, gastava horas intercedendo, o que ele chamava de "o trabalho penoso da alma".

    Gostei muito do texto, bela escolha!

    Abrçs fraternos,

    Roger

    PS: A igreja AD de Munique pertence também ao ministério do Belém. O que vem a ser isso?

    Já pensou na proposta de um Blog coletivo para começarmos a brincar de aprender grego do novo testamento?

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  4. Ah é... o outro texto!

    Quando Deus diz que o seu Espírito não contenderá para sempre com o homem. Creio que há esse trabalho de convencimento do Espírito no coração do homem para mudar sua disposição (como você muitas vezes já mencionou). Mas há um limite para alguns, que por razões ilógicas e incompreensíveis rejeitam a vós suave do Espírito. Esse, aliás, é que entendo ser o pecado sem perdão neste e no século vindouro.

    Por outro lado há aqueles que se dobram a essa voz. Por que se dobram? É a pergunta que nós todos gostaríamos de saber...

    Me atrevo a dizer porque Deus assim o quis (como ele quer que aconteça com todos), porque pessoas intecederam, porque houve quebrantamento, porque o indivíduo se rendeu e tomou uma decisão.

    Mas isso não quer automaticamente dizer que para os não salvos Deus não queria que eles fossem salvos. Não quer dizer que pessoas não intercederam (embora possa ser um fator). Mas certamente não houve quebrantamento e nem decisão voluntária.

    Enfim, creio num sinergismo onde a igreja e os salvos (de maneira individual) tem um papel, embora secundário, mas muito importante.

    Abrçs,

    Roger

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  5. Roger,

    Você peerguntou:

    "Já pensou na proposta de um Blog coletivo para começarmos a brincar de aprender grego do novo testamento?"

    http://koinehellenike.blogspot.com

    Só falta incluir os interessados.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  6. Nao creio que o Livre-arbitrio tenha qualquer importancia ou relevancia na Biblia, ateh porque o livre-arbitrio eh um conceito humanista e pagao.

    O homem eh uma criatura depravada, arrogante, pretenciosa e pensa que Deus faz tudo para servi-la. Que coisa mais abominavel do que pensar assim ? Pensar que Deus quer salvar o homem e fica muito chateado (falo isso com reverencia, pois nao penso isso)porque o homem nao se rendeu a Sua Soberana vontade, Pois bem, os humanistas, pagaos, espiritas, Gnosticos, semi-pelagianistas e arminianos pensam dessa forma.

    Deus faz todas as coisas para Sua Gloria !! A Gloria de Deus eh o centro e o cerne das Escrituras. Por merecimento, todos os homens iriam para o inferno. Mas por Graca, Deus escolhe alguns para Salvacao. Gracas a Deus porque Ele eh Soberano e domina sobre todas as coisas.

    Gracas a Deus, porque o SENHOR Jesus Cristo nos chama da morte para a Vida e estamos unidos com Ele. Estamos em Cristo e servimos a Deus em obediencia e temor. Longe de mim pensar que minha vontade me salva de alguma coisa, como poderia acontecer de criaturas mortas num vale de ossos secos possam ressurgir por suas proprias vontades ? mortos em delitos e pecados, alheios a Vida de Deus.
    Falta conhecimento da depravacao total do homem e humildade para se renderem a Palavra de Deus, aqueles que querem insistir numa doutrina demoniaca e humanista como a do livre-arbitrio.

    recomendo lerem: A morte da morte na morte de Cristo de john Owen. Mas antes de tudo ler a Biblia com espirito de reverencia buscando a Gloria de Deus e nao o bem estar do homem.

    Paz a todos
    Weslley

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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