Argumento 1: o livre-arbítrio não é bíblico
Afirmação: livre-arbítrio não é um termo bíblico e a idéia de livre-arbítrio não pode ser extraída naturalmente do texto sagrado.
Explanação: Há duas objeções geralmente apresentadas contra este argumento: que há outras doutrinas fundamentais cujos nomes não ocorrem na Bíblia e há exemplos indiretos da "ocorrência" do livre-arbítrio por toda a Bíblia. Em relação à primeira, embora a palavra Trindade não ocorra na Bíblia é facilmente demonstrado nela que a) há um só Deus; b) há três pessoas na divindade e c) cada uma das pessoas é plenamente Deus. A segunda objeção não se sustenta, na medida em que nos textos apresentados o livre-arbítrio é sempre pressuposto, jamais provado.
Teólogos como o ultra-calvinista Vincent Cheung são enfáticos em dizer que o homem não é um ser livre e nem mesmo causador de suas ações. V.Cheung coloca o soberania divina e a liberdade humana em feroz oposição. Isto que dizer que não podemos defender as duas coisas como verdadeiras ao mesmo tempo pois são excludentes. A afirmação de um ponto (Soberania Divina), excliu automaticamente o outro (Liberdade humana).
ResponderExcluirEste argumento é bastante polêmico pois coloca o homem na mesma categoria que uma marionete ou um robô. E suscinta a questão da responsabilidade humana, ou seja, se não somos responsáveis por nossas ações não faz sentido sermos julgados moralmente.
Acredito que a força do livre-arbítrio (segundo os defensores) está em mostrar textos em que Deus considerada os homens responsáveis por suas decições e escolhas. É assim, por exempo, que Dr. Norman Geisler defende o a liberdade humana em seu livro "Eleistos, mas livres".
Daniel,
ResponderExcluirO que temos de considerar:
1) A soberania de Deus está em contradição com a liberdade humana? A lei da contradição diz que não pode haver A e não-A no mesmo sentido.
2) Em que está baseada a responsabilidade humana? Na liberdade do homem? No poder de escolha contrária? "Dever implica poder" é uma frase bonita, mas é bíblica?
3) O homem faz escolhas morais livres e é responsável por essas escolhas. Mas isso não dá força alguma à teoria humanista do livre-arbítrio. E quanto ao Geisler, você conseguiu encontrar uma definição para livre-arbítrio no livro dele? Eu não consegui. E se a pessoa nem define direito sobre o que está falando...
Em Cristo,
Clóvis
Oi clóvis,
ResponderExcluirAchei o livro de Geisler muito fraco. É bem estranho, porque ele se declara calvinista e ataca com fracos argumentos 4 dos 5 pilares calvinistas (apoia apenas a perseverança dos santos). Ele é bem mais arminiano do que se pode imaginar, o livro é um ataque claro ao que ele chama de Calvinismo extremado. Também fiquei com a impressão de que o propósito do livro é pessoal, ou seja, atacar a cosmovisão de R.C. Sproul.
Quanto a definição, não me lembro de ter lido uma clara definição. E creio que este é o problema com os defensores do livre-arbitrio. O que significa livre-arbitrio em um mundo controlado por Deus? A ênfase neste tema tem produzido heresias como o teísmo aberto por exemplo.
Daniel,
ResponderExcluirEu também achei. Por se tratar do Norman Geisler, um escritor excelente, com livros muito bons na área de ética, apologia e bibliologia, fiquei decepcionado. Acho que ele tentou ser arminiano calvinista e conseguiu não ser nenhum.
Em Cristo,
Clóvis
Oi Clóvis,
ResponderExcluirUm outro ponto que os defensores do LB tem que enfrentar é a questão da onisciência.
Por exemplo: Estou decidindo se amanhã irei comer pastel ou pizza. Deus já sabe o que eu vou comer? Bom, se ele já sabe o que eu vou comer, então está determinado, já aconteceu para Deus. Cheung acredita que o pré-conhecimento tem um q de determinismo. è isso mesmo?
Sei que teólogos arminianos estão propondo alternativas para o onisciência de Deus, justamente pra nao ferir a liberdade humana (mesmo que implique em negar a Soberania). Querem dizer que Ele na verdade não sabe todos os eventos futuros (teísmo aberto) ou parcialmente (conhecimento médio ou molinismo - W.L. Craig defende isto). Neste caso o livro da vida estaria sendo escrito "real time" conforme os dias se passam na terra? Ou ele já sabe os nomes que estão inscritos e os que não estão? Se Ele sabe, então está determinado, se Ele não sabe, então como pode Deus ser onisciente?
Daniel,
ResponderExcluirNum próximo post, espero que não seja distante post, abordarei a questão da onisciência e livre-arbítrio.
Em Cristo,
Clóvis
Da mesma forma que Geisler em 'Eleitos mas Livres', vc Clovis, aqui, não define livre-arbítrio e, lendo o seu artigo, fico me perguntando: o que vc quer dizer por 'livre-arbítrio'? Vc fala numa tal 'idéia popular do livre-arbítrio' e depois numa 'teoria humanista do livre-arbítrio'. Mas que idéia e teoria seriam estas? Conta pra gente.
ResponderExcluirMas, considerando que o livre-arbítrio seja falso, o que nos sobra? O determinismo teológico. Mas será que tal termo existe na Bíblia? Também não. Então ficamos empatados, ou melhor, empacados, sem sabermos para onde ir. Enfim, se este é um argumento válido, ele pode ser lançado contra o determinismo também.
Deixa eu fazer uma pergunta. Vc disse a alguém:
"Em que está baseada a responsabilidade humana? Na liberdade do homem? No poder de escolha contrária?"
Posso estar errado mas parece que vc acredita que:
- A responsabilidade do homem não está baseada em sua liberdade.
- Liberdade significa o poder de escolha contrária.
Acertei?
O fato é que a verdade do livre-arbítrio ou do determinismo nunca será provado pelas Escrituras, pois foge do seu alcance. O debate é mais filosófico que bíblico. É mais fácil provar que o diabo é uma figura mitológica a partir das Escrituras do que provar que um ou outro é verdadeiro.
Querido Anônimo,
ResponderExcluirPaz seja contigo!
"Da mesma forma que Geisler em 'Eleitos mas Livres', vc Clovis, aqui, não define livre-arbítrio e, lendo o seu artigo, fico me perguntando: o que vc quer dizer por 'livre-arbítrio'?"
Eu disse que o Geisler não define o livre-arbítrio que defendo no livro todo. Você poderia, pelo menos, pesquisar e ver se eu defino livre-arbítrio em outros posts. Encontraria, por exemplo, esta definição:
"Livre-arbítrio é a capacidade de todo pecador de escolher igualmente entre a salvação e a perdição, entre crer e descrer de Cristo. Não creio que o homem tenha essa capacidade. Mas livre-arbítrio não é, como confundem alguns, vontade, liberdade ou escolha. Não negamos que o homem tenha vontade, apenas que essa vontade seja naturalmente boa e livre. Não negamos que o homem seja livre, no sentido de que toma decisões livremente, de acordo com a sua natureza; apenas afirmamos que sua natureza está corrompida pelo pecado e por isso não decide em favor de Deus. E, finalmente, não negamos que o homem faça escolhas, mas discordamos que tenha poder de fazer boas escolhas espirituais. Em adição, afirmamos que essa incapacidade absoluta do homem é suplantada pela graça invencível do Senhor." (http://cincosolas.blogspot.com/2008/07/o-livre-arbtrio-bblico.html)
"Vc fala numa tal 'idéia popular do livre-arbítrio' e depois numa 'teoria humanista do livre-arbítrio'. Mas que idéia e teoria seriam estas? Conta pra gente."
A idéia popular é a de que todo homem pode escolher igualmente entre crer e descrer de Cristo. A teoria humanista é a de que dever implica poder, a principal justificativa filosófica para o livre-arbítrio.
"Mas, considerando que o livre-arbítrio seja falso, o que nos sobra?"
Considerando que o livre-arbítrio seja verdadeiro, o que nos acrescenta?
"O determinismo teológico. Mas será que tal termo existe na Bíblia? Também não."
Não existe o termo, mas o controle providencial de Deus é uma verdade inescapável, até mesmo a Jacó Armínio. Eu não creio que o homem não tem livre-arbítrio porque este termo não ocorre na Bíblia, embora isto deva nos inspirar cautela. A idéia do livre-arbítrio está ausente da Bíblia. Já a providência divina é um fato bíblico.
"Então ficamos empatados, ou melhor, empacados, sem sabermos para onde ir. Enfim, se este é um argumento válido, ele pode ser lançado contra o determinismo também."
Como disse, não me apego à ausência do termo livre-arbítrio na Bíblia, embora chame a atenção para esse silêncio.
"Posso estar errado mas parece que vc acredita que:
- A responsabilidade do homem não está baseada em sua liberdade.
- Liberdade significa o poder de escolha contrária."
Acertei?"
Acertou a primeira. A segunda não, embora tenha esbarrado. O "poder de escolha contrária" é uma definição filosófica para livre-arbítrio, mas que alguns arminianos adotam.
"O fato é que a verdade do livre-arbítrio ou do determinismo nunca será provado pelas Escrituras, pois foge do seu alcance. O debate é mais filosófico que bíblico."
É verdade que o debate é filosófico também. Mas é bíblico. E embora o livre-arbítrio não possa ser provado a partir de textos bíblicos, o determininismo, se você o entende como implicação da doutrina dos decretos e da providência divina, é perfeitamente demosntrável biblicamente.
"É mais fácil provar que o diabo é uma figura mitológica a partir das Escrituras do que provar que um ou outro é verdadeiro."
Bom, quanto ao Diabo não sei... ele me parece bem real. Já o livre-arbítrio...
Em Cristo,
Clóvis
Caramba, desde 2008 ninguém responde este artigo?
ResponderExcluirArgumento 1: o livre-arbítrio não é bíblico
Eu sempre me pergunto o que uma pessoa quer dizer com 'isso não é bíblico'. Conta a lenda que Spurgeon falou que 'não fumarás' não é bíblico e portanto ele estava autorizado a fumar... Péssimo argumento!
Afirmação: livre-arbítrio não é um termo bíblico e a idéia de livre-arbítrio não pode ser extraída naturalmente do texto sagrado.
Poderia igualmente afirmar que determinismo exaustivo não encontra espaço algum na bíblia e empataríamos aqui. Mas, de fato, traduzi um artigo sobre a existência de liberdade de escolha (e aqui eu falo do sentido 'escolhas não causadas externamente', e não o espantalho do bem contra o mal). E mesmo assim, não preciso ir longe: basta procurar a palavra freewill na King James!
Explanação: Há duas objeções geralmente apresentadas contra este argumento: que há outras doutrinas fundamentais cujos nomes não ocorrem na Bíblia e há exemplos indiretos da "ocorrência" do livre-arbítrio por toda a Bíblia. Em relação à primeira, embora a palavra Trindade não ocorra na Bíblia é facilmente demonstrado nela que a) há um só Deus; b) há três pessoas na divindade e c) cada uma das pessoas é plenamente Deus.
O que não significa nada. Já expliquei acima.
A segunda objeção não se sustenta, na medida em que nos textos apresentados o livre-arbítrio é sempre pressuposto, jamais provado.
Uma alegação sem prova alguma. Vale tanto quanto uma nota de cruzado.
Onde estaria a justificação de criar o ser humano para glorificá-Lo sem livre arbítrio? Se não houver escolha não há verdadeiro louvor
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