Pregação e pregações

É reconhecido que presenciamos uma crise na pregação. E é uma crise que a maioria dos envolvidos não quer ver resolvida. Do jeito que está, está bom. Para alguns interessa que suas congregações não tenham interesse em pregações bíblicas. Para outros, ocupantes dos bancos das igrejas que seguem bovinamente o que lhes é dito a título de pregação, pregações "doutrinárias" incomodam.

A crise é geral, se estende tanto ao conteúdo, como à sua forma ou método. Do conteúdo, falarei em outra ocasião, me detendo por ora no método utilizado para preparar e entregar sermões. Se bem que muito da pobreza de conteúdo se deve ao método escolhido.

Existem basicamente três tipos de pregação: tópica, textual e expositiva. Vou diferenciar os tipos de pregação em função da sua relação com o texto sagrado.

No sermão tópico, apenas o tema é extraído do texto bíblico, e às vezes nem isso, pois o pregador decide que tema abordará em sai em busca de um texto de apoio. As divisões e subdvisões do sermão tópico ficam por conta do pregador. Neste tipo de pregação, o texto serve ao pregador.

No sermão textual, além do tema, as divisões principais são extraídas do texto. Porém, como nem sempre as divisões são "naturais", muitos pregadores omitem ou forçam uma idéia do texto para que seu sermão pareça ter mais unidade. Além disso, textos curtos prestam-se mais eficazmente a esse tipo de sermão, possibilitando que o sermão ignore o contexto. Neste tipo de pregação, o texto e o pregador são parceiros, mas a ênfase ainda é neste último.

No sermão expositivo, por sua vez, o tema, as divisões e subdivisões, todos eles, são extraídos do texto bíblico, que geralmente é maior que no sermão textual, podendo englobar um livro inteiro. O que se apresenta como desvantagem desse método é que ele é de difícil preparação (dá mais trabalho) e que tolhe a criatividade do pregador. Neste tipo de pregação, o pregador é escravo do texto bíblico.

Como se vê, o conteúdo bíblico aumenta do sermão tópico para o sermão expositivo. Neste último, a Bíblia é aberta e suas palavras são explicadas, demonstradas ou comprovadas pelo pregador, que na preparação do sermão leu e interpretou o texto sagrado.

Com mais sermões expositivos, acredito que teríamos mais conteúdo bíblico nas igrejas. E depende apenas do pregador aumentar o número de pregações bíblicas pelo método expositivo.

4 comentários:

  1. Clóvis,

    Bom ouvi-lo lá no blog.
    Tenho todas as obras de Bonhoeffer. Você pode adquirir algumas obras dele em português pela editora Sinodal. Esta editora é luterana.

    Abraços,
    Christopher Marques
    www.cristomarques.blogspot.com

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  2. Clóvis, o texto ficou meio confuso...parece-me que você trocou alguns termos...ou eu não entendi direito. De qualquer jeito dê uma relida só para checar.

    ps: não aceite

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  3. -V-,

    Obrigado pelo toque. De fato, acidentalmente inverti alguns termos. Já revisei.

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  4. Parabéns pela postagem!
    E concordo com você, se todos usassem o sermão expositivo, nós teríamos mais conteúdos bíblicos nas igrejas!

    Christofer Cruz,
    Igreja Presbiteriana Central de Jataí-GO
    www.ipjatai.blogspot.com

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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