George Miller e a eleição

"Antes deste tempo, eu tinha sido muito contrário às doutrinas da eleição, à salvação particular e à perseverança da fé; de tal forma que, alguns dias depois da minha chegada a Teignmouth, rotulei a eleição como uma doutrina diabólica. Eu não acreditava que tinha me trazido para o Senhor, o que era bem claro a mim como falso; mas ainda pensava que poderia ter resistido até o fim. E, além disso, não sabia nada sobre a escolha do povo de Deus, e não acreditava que um filho de Deus, uma vez salvo, estava sempre seguro. Na minha mente eu repeti: Se eu pudesse provar que eu era um filho de Deus, poderia regressar ao mundo por um ano ou dois e, depois, voltar ao Senhor e ainda ser salvo no fim. Mas agora fui trazido a examinar essas verdades preciosas da Palavra de Deus. Fui convencido a não trazer nenhuma glória a mim mesmo na conversão de pecadores, considerando-me somente como um instrumento; e sendo mudado a receber o que as Escrituras dizem; fui para a Palavra e li o Novo Testamento do princípio, com uma referência particular para essas verdades. A minha grande surpresa foi achar passagens que afirmam decididamente a eleição e graça perseverante quase quatro vezes mais que os versículos que aparentemente vão contra essas verdades; e até mesmo esses poucos versículos, quando os tinha examinado, serviram para me certificar ainda mais das doutrinas acima citadas. Para a glória de Deus, fico envergonhado ao declarar os efeitos que minha crença teve sobre mim, mesmo sendo demasiadamente fraco e sabendo que não está morta a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida como eu gostaria e como podia ser, mas, pela graça de Deus, tenho caminhado mais junto dEle desde aquele tempo. Minha vida tem sido mais útil e posso dizer que vivo muito mais para Deus que antes. E, assim, fui fortalecido pelo Senhor, em grande medida, pela força dessas verdades. Portanto, digo que o amor de Deus na eleição em Cristo (quando pude perceber isso) tem sido freqüentemente o meio de produzir em mim santidade, em vez de me conduzir ao pecado. Agora tenho apreensão racional de tais verdades e quero tê-las no coração, ao contrário de tê-las somente na cabeça, o que é perigoso."

Um comentário:

  1. "ter apenas na cabeça",
    isso que me preocupa!!

    Abraço irmao

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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