Soberania, retribuição e prosperidade no Antigo Testamento

Jó e seus amigos
Devemos lembrar que nosso entendimento da prosperidade nas páginas do AT seria totalmente equivocado se não levássemos em conta dois princípios fundamentais para uma correta compreensão da mesma. 

O primeiro deles é o da retribuição divina pelos nossos atos. Deus abençoa os obedientes e pune os desobedientes. É o que chamamos normalmente de lei de causa e efeito. Todavia, essa lei de causa e efeito não acontece de forma mecânica, ela leva em conte o relacionamento que o crente tem com Deus.

Por outro lado, outro princípio bem nítido no AT é o da soberania divina. Deus abençoa a quem ele quer, assim como enriquece ou empobrece da mesma forma a quem quiser. Não adianta criar leis sobre a prosperidade financeira e deixarmos de fora a soberania divina. Deus é Deus e continuará sendo Deus. Ele faz o que quer fazer. O sofrimento de Jó mostra de forma clara que a soberania de Deus permitiu que ele fosse provado, mesmo sendo um homem piedoso e irrepreensível (Jó l e 2).

Josué Gonçalves
In: Revista Ensinador Cristão, Ano 13, Nr. 49, Jan-Mar 2012.


6 comentários:

  1. Mas não é contraditório isso? de início tou achando assim, mas vou ler mais textos bíblicos pra ver se entendo diferente. Concordo plenamente com o segundo princípio, mas o exemplo de Jó e seu sofrimento não rebate o princípio da retribuição divina?

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  2. Tina,
    Acredito que o primeiro princípio está atrelado às promessas de prosperidade feitas por Deus para aqueles que obedecem seus preceitos. Quando o povo estava para herdar a terra prometido, Moisés deixou bem claro que haveria uma retribuição positiva em caso de obediência, e uma consequência negativa em caso de rebeldia. Mas isso não pode ser mecânico, ou cairemos no mesmo erro dos amigos de Jó, que acreditavam que somente um pecado, rebeldia, poderia explicar sua mazela.

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  3. Tina,

    Acredito que o André lhe respondeu a contento, mesmo assim, permita-me falar um pouco da aparente contradição entre os dois princípios.

    Talvez devamos pensar neles como o primeiro sendo geralmente observável. Os obedientes prosperam, os desobedientes perecem, isto porque havia promessa para uns e maldição para outros.

    Porém, Deus estava acima dessa regra-geral e em Sua soberania, para alcançar os Seus propósitos, pode deixar um crente sofrer enquanto que um descrente prospera. Os Salmos 37 e 73 deixam isso claro.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  4. Sem dúvida clóvis e andré acredito na soberania de Deus e que tudo faz como lhe agrada e pra sua glória, só achei o exemplo de Jó meio estranho, acho que de tanto me preocupar com esse evangelho deturpado que alguns grupos têm pregado hoje, tenho ficado na defensiva, por isso falei que preciso ler mais as escrituras, pois é justamente no antigo testamento que esses se baseiam pra justificar suas doutrinas esquecendo que no novo testamento o Deus soberano permitiu sofrimento e morte dos seus mártires e deixou-nos o exemplo de comunhão dos nossos bens a exemplo de Barnabé e de outros crentes da igreja primitiva.

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  5. Tina,

    Pois é, nós meio que desenvolvemos anticorpos contra a palavra prosperidade. Mas apesar da revista de onde foi tirado texto ser de uma editora pentecostal, o autor do artigo não referenda a nefasta teologia da prosperidade.

    Aliás, os irmãos assembleianos, neste primeiro trimestre, estão estudando o tema da prosperidade sob uma perspectiva mais bíblica e crítica quanto à teologia da prosperidade propagada por aí.

    Glória a Deus por isso.

    Em Cristo,

    Clóvis

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  6. Tina,
    Você está certa, e também tenho as mesmas preocupações!

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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