Culto inteligente


A estes poderosos feitos de Deus (o Deus criador e o Deus da aliança),  os cristãos acrescentam o ato de Deus mais poderoso do que todos os demais:  o nascimento, a vida, a morte e a glorificação de Jesus; o seu Dom do Espírito  Santo; e a sua nova criação, a Igreja.

Esta é a história do Novo Testamento, e  é por isso que tanto os textos do Velho como do Novo Testamento, juntos,  com uma exposição bíblica, constituem hoje uma parte indispensável do culto  cristão.
Somente quando de novo ouvimos sobre o que Deus já fez encontramo-nos em condições de retribuir-lhe com a nossa adoração e o nosso culto. É  também por este motivo que a leitura e a meditação da Bíblia são uma parte  muito importante na devoção pessoal do cristão.

Todo culto cristão, seja ele  público ou pessoal, deve ser uma resposta inteligente à auto-revelação de  Deus, por suas palavras, e suas obras registradas nas Escrituras.

É neste contexto que, de passagem, se pode fazer uma referência ao  “falar em outras línguas”. Qualquer que tenha sido a glossolalia no Novo  Testamento - se um Dom de línguas estanhas ou a expressão de sons em  êxtase - o certo é que as palavras eram ininteligíveis a quem as proferia. Por  isso mesmo foi que Paulo proibiu falar em línguas em público, se não  houvesse quem traduzisse ou interpretasse; e desencorajou a sua realização ou  devoção pessoal, se a pessoa permanecesse sem entender o que dizia.  Escreveu ele: “Pelo que, o que fala em outra língua, ore para que a possa  interpretar. Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas  a minha mente fica infrutífera. Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas  também orarei com a mente...

“Noutras palavras, Paulo não podia admitir nenhuma oração, nenhum  culto, em que a mente permanecesse estéril ou inativa. Ele insistiu que em  todo culto verdadeiro a mente tem de ser completamente empenhada, de  modo a dar frutos. O prazer dos coríntios para com o culto ininteligível era  algo infantil. Quanto ao mal, disse-lhes para serem como crianças e inocentes  o quanto fosse possível, mas acrescentou: “no modo de pensar, sejam  adultos”.

O culto cristão não será perfeito senão no céu, pois até então conheceremos a Deus como Ele é, e daí somente então teremos condições de adorá-lo de maneira própria.

John Sttot
In: Crer é também pensar

5 comentários:

  1. Clóvis você acha que é errado um cristão convertido não participar de uma igreja local por mais que ele seja dedicado de coração em sua devoção? Eu não consigo gostar e nem confiar na maioria dessas igrejas protestantes de hoje por motivos que nós já sabemos.
    Abraços!!

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    1. Ana Paula
      Eu sei que a pergunta não foi encaminhada a mim, mas vamos lá:

      Os textos epistolares enfatizam e muito o culto publico. A expressão uns aos outros aparece com frequência nelas. O próprio Mestre afirmou que esse seria um sinal de reconhecimento por parte do mundo de que seriamos seus seguidores, utilizando a mesma expressão anteriormente em negrito.

      Um conselho que lhe daria é para procurar por uma. Não vou vir com o argumento que não devemos procurar por igrejas perfeitas, por mais que infelizmente a esmagadora maioria não tenha caminhado para isso, procure pelo menos por uma igreja que seja pura. Que leve as sagradas letras como principio de culto tanto publico como pessoal, que tenha comunhão com outras congregações locais saudáveis e que se preocupe com os pobres e tente colocar isso no coração dos membros juntamente com o Evangelho que é a conquista divina em amor manifestada na obra de Cristo na cruz co calvário, e com isso a nos é proposta uma oferta de conversão naquele que possui todas as sortes de riquezas espirituais(o Amado) segundo as escrituras pelo poder do Espirito Santo e para a glória de Deus. Amém!

      Outra coisa que eu quero colocar em pauta é o que vc tem em mente quando se refere a igreja protestante? Pergunto isso pq não sei nem mesmo o motivo que é revindicado tal apelação.

      No mais a paz.

      .::::Bryan::::.

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    2. Aninha,

      É fundamental congregar-se com outros irmãos. Não confunda com fazer parte de uma igreja como organização. Mas reunir-se para cultuar a Deus, edificar-se mutuamente e participar da Ceia. Por mais que a pessoa se aplique à devoção pessoal, esta não substitui a comunhão com outros irmãos. Precisamos dos irmãos, como precisamos de Cristo, pois a igreja é o Corpo do Senhor.

      Meu conselho é que procure uma igreja verdadeira, ainda que ela não seja totalmente pura. Talvez a encontre fora da instituição estabelecida, mas se tiver as marcas da igreja, reúna-se com os irmãos. Elias também achava que estava sozinho, mas Deus lhe disse que havia preservado para si sete mil que não adoravam a Baal. Ore para que Deus te guie.

      Em Cristo,

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  2. Caro anônimo,obrigada pela clara resposta. Todo nós sabemos que a maioria das igrejas protestantes (não todas elas) estão enfrentando uma horrenda apostasia e todos nós sabemos muito bem. Sendo a situação da maioria dessas igrejas como está devemos lembrar do alerta do Senhor dizendo: Sai dela povo meu, para que não sejas participantes dos seus pecados,e para que não incorras nas suas pragas. Quando o cristão comprometido vê que sua igreja está nessa situação,não acredito que seja errado ele viver particularmente em sua devoção e reunir os seus amigos na sua própria casa para cultuar ao Senhor normalmente. O que você acha disso?
    Abraços!!

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    1. Ana Paula

      Meu nome é Bryan(coloco sempre no final para não ficar no anonimato,rsrs). O que recomendaria primeiramente era que você procurasse o pastor desta igreja(s) local(is) e converse com o pastor ou o conselho e reivindique as verdades que você acha fundamentais para a fé cristã e afirme que você não vê isso de forma clara em tal congregação. A igreja protestante é feita de protestantes, então é cabível protestar.
      Não discordo de devoções particulares e reuniões de caráter familiar ou tribal (com os seus amigos) independentemente das pessoas terem igreja ou não isso deve ser praticado e os presbíteros deveriam auxiliar para a fim de prover autonomia de culto a estes grupos, quando estou afirmando isso é para o pastor auxiliar e mostrar o caminho para um culto familiar ou tribal salutar sem a presença dele. Então partindo disto já ficou explicito que uma figura experiente (pastoral) é essencial para monitorar tal grupo, pois para mim a observação até mesmo informal de um pastor deve existir, mesmo que este grupo seja maduro suficiente. Não estou falando que este grupo que para mim pode ser considerada sim como uma congregação (igreja) local precise necessariamente de um pastor, mas que o monitoramento do mesmo é suficiente mesmo que seja informal. Alias e como falei anteriormente, sempre procurar entrar contato com igrejas saudáveis e pastores que militam pela sã doutrina e pelo primeiro amor. Igreja nunca foi sinônimo de institucionalização e sim de edificação.

      A paz.

      .::::Bryan::::.

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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